Economia

Pequenos negócios são peça-chave para a reindustrialização brasileira

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Artigo do presidente do Sebrae, Décio Lima, defende a importância da reindustrialização da economia e destaca o peso dos pequenos negócios do setor

Por Décio Lima – Presidente do Sebrae

A economia brasileira enfrentou, ao longo das últimas décadas, um intenso movimento de desindustrialização, com a gradativa queda da participação da Indústria no Produto Interno Bruto (PIB) do país. A dependência do setor de commodities em detrimento dos produtos manufaturados, a falta de inovação e diversificação industrial, a burocracia excessiva, a complexidade tributária, os altos custos de produção e a falta de investimentos em infraestrutura estão entre os diversos fatores que contribuíram para enfraquecer a competitividade da nossa Indústria.

A redução da atividade desse setor resultou na perda de empregos, especialmente naqueles segmentos de maior valor agregado, com a consequente migração de trabalhadores para outras atividades menos produtivas, contribuindo assim para o aumento da informalidade e a precarização do mercado de trabalho. A partir de 2013, quando iniciaram a desestabilização da democracia, a indústria começou a cair. Para se ter uma ideia, no período de sete anos, o Brasil perdeu 28,7 mil indústrias e 1,4 milhão de postos de trabalho no setor.

A desindustrialização também teve implicações sobre as enormes desigualdades sociais brasileiras. Historicamente, esse segmento sempre se destacou por ofertar empregos com salários mais altos e melhores condições de trabalho em comparação com muitos outros setores. O enfraquecimento da indústria acabou afetando negativamente a mobilidade social e a qualidade de vida de milhares de famílias.

Neste momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin assumem o compromisso com a reindustrialização brasileira, os pequenos negócios se tornam peças-chave na solução desse problema estrutural. Para que a Indústria brasileira (que hoje representa 24% do PIB e gera 10,3 milhões de empregos), volte a crescer, será fundamental apoiar as micro e pequenas empresas (MPE). Afinal, elas somam 94% de todas as indústrias do país, sendo a maioria delas (2,5 milhões) composta por microempreendedores individuais (MEI).

A enorme representação numérica dos pequenos negócios no setor produtivo da indústria não corresponde, entretanto, a uma participação proporcional na produção de riquezas. Uma das causas principais desse fenômeno está na baixa produtividade dos MEI, micro e pequenas empresas. Dados da OCDE & CEPAL mostram que as pequenas empresas têm apenas 27% da produtividade em relação a um grande negócio industrial, enquanto esse patamar não ultrapassa os 10% entre as microempresas.

Quando o assunto é produtividade/competitividade na MPE, segundo a OCDE & CEPAL, a microempresa tem 10% da produtividade em relação a uma grande empresa, já a pequena empresa tem 27%.

O recente anúncio de reestruturação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) reflete um esforço do governo federal para enfrentar esse e outros obstáculos. A política de Neoindustrialização pensada para o setor possui seis missões, desenhadas a partir dos grandes problemas socias e de desenvolvimento do país: cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para erradicar a fome; complexo da saúde resiliente para a prevenção e o tratamento de doenças; infraestrutura sustentável para a integração produtiva; transformação digital da indústria; descarbonização da Indústria, viabilização da transição energética e bioeconomia; tecnologias críticas para a soberania e a defesa nacionais.

Para os pequenos negócios, o governo federal anunciou – em julho – o investimento de 1,5 bi para o programa Brasil Mais Produtivo, desenvolvido em parceria com o Sebrae e outras organizações, para transformar MPE industriais em fábricas inteligentes. Os recursos virão do BNDES, da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), do Sebrae, do Senai e do próprio MDIC, e serão investidos em quatro etapas entre 2023 e 2026.

A primeira fase prevê o atendimento a 200 mil MPE, com acesso a conteúdos em formatos diversos e ferramentas relativos à produtividade e transformação digital. A segunda etapa vai promover o acompanhamento de 50 mil MPE que receberão orientação dos Agentes Locais de Inovação (ALI) do Sebrae para aumento de produtividade. Em seguida, o terceiro estágio da política de Neoindustrialização prevê que 30 mil pequenos negócios serão atendidos por consultorias e formação profissional do Senai e soluções do Sebrae. Por fim, será realizada uma ampla ação de transformação digital e smart factory para atender 2 mil micro, pequenas e médias empresas com consultorias e formação profissional do Senai, via recursos do MDIC/ABDI.

Sabemos que para cada 1 real produzido pela indústria (grandes e pequenas empresas) são gerados quase 3 reais na economia brasileira. Por isso, temos a convicção de que a nova política de industrialização brasileira será capaz de induzir um novo momento de transformação no cotidiano das nossas populações, estimulando o desenvolvimento produtivo e tecnológico e a inovação. As seis missões da política de Neoindustrialização vão nortear o investimento e favorecer a realização de transformações econômicas e sociais. Não queremos apenas crescimento econômico. Todos os brasileiros têm direito à inclusão socioeconômica, equidade, promoção do trabalho decente e melhoria da renda. E o resgate da nossa Indústria é um dos caminhos para concretizar esse projeto de país.

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Sorteio da Nota Fiscal Goiana premia moradores de 34 municípios

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Ao todo foram 158 ganhadores em abril. Prêmio máximo de R$ 50 mil foi sorteado para uma moradora de Goiânia

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria da Economia, realizou na manhã desta quinta-feira (25/04), o sorteio mensal da Nota Fiscal Goiana (NFG) com premiações que somam R$ 200 mil. O maior prêmio, de R$ 50 mil, saiu para a moradora da capital, Catarina Amato Ferreira. A relação de todos os ganhadores já está disponível para consulta no site do programa.

O coordenador da Nota Fiscal Goiana, Leonardo Vieira de Paula, revela que a ganhadora do prêmio máximo concorreu com 16 bilhetes, em um universo de quase 3,7 milhões gerados para essa edição, de número 88. Foram consideradas as notas fiscais com CPF das compras do mês de março no varejo goiano.

Outros 157 inscritos tiveram seus bilhetes sorteados e vão ganhar os demais prêmios: três de R$ 10 mil; quatro de R$ 5 mil; 50 de R$ 1 mil e 100 de R$ 500,00 cada. Os nomes dos ganhadores já estão divulgados no site do programa https://goias.gov.br/nfgoiana, que também deve ser acessado para solicitar o pagamento do dinheiro.

Do total, 80 residem em Goiânia, 15 em Aparecida de Goiânia, nove em Anápolis, cinco em Trindade e cinco em Rio Verde. Moradores de outras 28 cidades goianas e dois do Distrito Federal também foram sorteados. A premiação foi acompanhada por vários servidores da Economia e pelo superintendente de Informações Fiscais, Luciano Pessoa.

Dia das Mães
Quem não foi sorteado neste sorteio pode continuar pedindo o CPF na nota para concorrer à edição de maio, prevista para o final do mês. “O Dia das Mães é uma das datas em que o comércio está mais aquecido. Então, é uma excelente oportunidade para os participantes no programa aumentarem suas chances de ganhar. A compra pode ser de qualquer valor, não existe valor mínimo, basta ter o CPF na nota para concorrer. Ao somar R$ 100 em compras, o inscrito ganha um bilhete”, detalha Leonardo.

Quem ainda não é inscrito, terá a oportunidade de participar do sorteio de maio desde que se inscreva, pelo site, e peça o CPF na nota em todos os estabelecimentos do varejo goiano. A NFG também concede desconto de até 10% no valor do IPVA do participante, além de beneficiar os times de futebol da primeira divisão do campeonato goiano.

Fotos: Secretaria da Economia / Secretaria da Economia – Governo de Goiás

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