Geral
Mais de 2 mil sequenciamentos genômicos foram feitos pelo Lacen
Referência no Centro-Oeste, o Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) tem desempenhado papel fundamental ao longo da pandemia. Após os primeiros casos de covid-19 que surgiram no DF, em março de 2020, o laboratório passou a funcionar 24 horas por dia para atender, de forma mais célere, às demandas por exames na rede pública de saúde do DF.
Este ano, o Lacen passou a estudar as cepas variantes da covid-19 e, até o momento, 2.374 análises já foram realizadas.
Com a ampliação do trabalho desempenhado no laboratório, os servidores passaram a dedicar mais horas do seu dia ao trabalho. Alguns, inclusive, abdicaram, por iniciativa própria, do convívio familiar para se dedicar ao estudo das variantes da covid-19, em nome da ciência.
O início
Em fevereiro, o Lacen-DF iniciou o trabalho de sequenciamento genômico para identificar as novas variantes do Sars-CoV-2. Todas as amostras antes eram enviadas para o sequenciamento no Instituto Adolfo Lutz – laboratório de referência indicado pelo Ministério da Saúde -, e o resultado poderia levar semanas.
Com as análises sendo realizadas no próprio Lacen-DF, o tempo-resposta dos casos passou a ser mais rápido. Em até cinco dias é possível obter o resultado dos exames analisados.
É com base nesses sequenciamentos que a Secretaria de Saúde consegue fazer a avaliação epidemiológica da origem dos casos das novas variantes, identificar a predominância no DF e também quando a nova cepa passa a ser de transmissão comunitária, o que ocorreu com a variante Delta e, mais recentemente, com a Ômicron.
O trabalho no Lacen-DF não para e, com a pandemia, passou a ser intensificado. O farmacêutico Brenno Vinícius Martins tenta descrever como foram os primeiros meses do ano passado trabalhando no laboratório. “Eu confesso que a adaptação foi muito difícil. Passei a trabalhar quase todos os finais de semana. Eu tive que mudar de setor para ajudar a equipe que realiza os diagnósticos dos exames de covid-19. O trabalho demandou muito mais atenção e senti o conflito entre ter que administrar a vida profissional com a vida pessoal”, explicou.
Brenno também tem atuado nos resultados dos sequenciamentos genômicos e entende o papel do seu trabalho durante a pandemia. “Me sinto muito cansado com o trabalho, mas fico feliz em saber que eu tenho ajudado de certa forma em dar uma resposta à população no combate à covid-19, e me dedicando para que os resultados saiam o mais rápido possível. Hoje eu carrego a esperança de dias melhores, mas com a preocupação com a nova variante”, destaca.
Para a técnica de laboratório do Lacen-DF, Eliane Maria dos Santos, a esperança é a palavra-chave para iniciar o próximo ano. Eliana também teve que mudar de setor para ajudar a equipe de diagnósticos da covid-19. A técnica, que trabalha há 20 anos no laboratório central, também sentiu um certo cansaço com o aumento de trabalho.
“O início foi muito puxado, era tudo novo. A volta para casa para mim era muito difícil, pois eu tenho um filho com diabetes tipo 1. Então eu tinha que entrar pela área de serviço e fazer toda a higienização. Eu fiquei meses sem abraçar o meu filho e só conversava com ele em casa usando máscara e com distanciamento. Eu tinha muito medo de me infectar e transmitir para ele”, conta.
Eliane tem para o próximo ano o sentimento de dias melhores. “Eu pude observar a diminuição da positividade dos diagnósticos à medida que a vacinação foi avançando. Então isso me traz esperança de que, por mais que ainda tenhamos o vírus circulando, que ao menos seja diferente do cenário que já vivenciamos. O meu recado hoje é que as pessoas se vacinem, não baixem a guarda ainda, e continue tomando os cuidados necessários. Eu perdi a minha irmã para a covid-19 e ela não teve a oportunidade de receber a vacina. Então eu falo para a família, amigos e para todos, que temos que vacinar para vencer essa luta”, pondera.
De março de 2020, até agora, o Lacen-DF já realizou 428.698 diagnósticos de exames para covid-19. Os testes são realizados diariamente e chegam ao laboratório pelas unidades de saúde pública do DF.
Geral
Ministério da Saúde já enviou 25 toneladas de medicamentos e insumos para atender população gaúcha
Ministério da Saúde já enviou um total de 25 toneladas de medicamentos e insumos para o Rio Grande do Sul. O objetivo é manter o estado abastecido durante a calamidade provocada pelas severas enchentes dos últimos dias.
A informação foi divulgada na tarde desta segunda-feira, 13 de maio, no Hospital Conceição, em Porto Alegre, durante entrevista coletiva para rádios regionais.
Cem kits de medicamentos e insumos – com capacidade para atender a até 1.500 pessoas durante um mês – chegaram nos últimos dias ao estado. Conhecido como kit emergencial, ele é composto por oito caixas que, somadas, pesam 250 kg. Além de remédios, o conjunto inclui também luvas, seringas, ataduras, etc.
Vale destacar que o volume não considera outros repasses de medicamentos, vacinas e insumos que estão sendo enviados para repor os estoques perdidos com as enchentes e os que já estavam previstos na rotina. A título de comparação, em todo o ano passado, foram distribuídos 106 kits para emergências no Brasil.
Durante o balanço, o secretário de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço, detalhou a operação de hospitais de campanha no estado. Foi confirmado que a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) irá operar quatro hospitais de campanha no estado.
Um já funciona em Canoas, outro está sendo montado na capital gaúcha e um terceiro em São Leopoldo. A destinação da quarta unidade ainda será definida. Desde o início da calamidade no Rio Grande do Sul, o Ministério da Saúde já enviou recursos para 246 unidades de assistência.
ALERTA PARA GRIPE — O diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública (Desp) do Ministério da Saúde, Márcio Garcia, fez um alerta para doenças respiratórias. Com as aglomerações em abrigos e a temperatura baixando, a preocupação é com o aumento do número de casos de gripe e covid-19.
“A combinação é favorável para o aumento dessas doenças. As pessoas vacinadas vão estar mais protegidas. Diminuem as chances de adquirir a doença ou de evoluir para um caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave”, frisou.
NÚMEROS — Veja a seguir alguns números das ações no RS apresentadas durante a coletiva:
Balanço de atendimentos
- Total: 1.600 / Hospital Campanha (HCamp) de Canoas: 1034
- Equipes volantes: 548
- Encaminhamento ou transferência para outra unidade: 57
- Remoções aéreas: 25
- Atendimentos psicossociais: 22
Força de trabalho:
- 134 profissionais em atuação;
- 6 equipes volantes (13 enfermeiros + 9 médicos);
- 15 equipes aeromédicas (15 enfermeiros + 15 médicos);
- 62 profissionais no HCamp;
- 19 profissionais de gestão;
- 1 equipe psicossocial (5 psicólogas)
Recursos aplicados:
- Medida provisória (MP) de liberação de crédito extraordinário, editada pelo presidente Lula, no domingo (12), traz a liberação de R$ 861 milhões para ações de saúde primária e especializada, vigilância epidemiológica, assistência farmacêutica e contratação temporária de profissionais;
- Antecipação de R$ 40 milhões para compra de medicamentos;
- Antecipação do pagamento do piso aos profissionais de enfermagem do estado. O total do repasse é de R$ 30 milhões;
- Repasse, em parcela única, de R$ 63,1 milhões do Fundo Nacional de Saúde à Secretaria Estadual de Saúde e aos fundos municipais de saúde do Rio Grande do Sul;
- Liberação, de forma imediata, no dia 6 de maio, de R$ 534 milhões em emendas individuais de congressistas do Rio Grande do Sul para auxiliar os municípios do estado afetados pelas enchentes. As emendas estavam alocadas na área da Saúde.
IMUNOGLOBULINA — O Programa Nacional de Imunizações (PNI) enviará, nesta semana, 600 doses de imunoglobulina à população do Rio Grande do Sul. As imunoglobulinas são proteínas utilizadas pelo organismo para combater um determinado antígeno, como vírus e bactérias, por exemplo.
Além disso, o Ministério da Saúde também vai destinar 1,1 mil frascos de soro; 416 mil doses de vacinas contra hepatite A, raiva, poliomielite e influenza, e 134 mil doses de covid-19. A destinação de todos esses insumos foi debatida, nesta segunda-feira (13), durante reunião de monitoramento do Centro de Operações de Emergência (COE) para chuvas intensas e inundações na Região Sul.
“Neste momento, as síndromes respiratórias também passam a ser um problema. Por isso, estamos focados em proteger a população gaúcha. Precisamos de uma ação ativa para vacinar inclusive dentro dos abrigos”, afirmou, na reunião, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.
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