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LOA 2022: deputados sabatinam secretário adjunto da Economia

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Na pauta da Comissão de Tributação, Finanças e Orçamento (CTFO) desta quinta-feira, 4, estava prevista a visita da secretária de Economia, Cristiane  Schmidt, para apresentação do projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2022, que tramita na Casa como processo 7673/21. Porém, a explanação da proposta foi feita pelo secretário adjunto da Pasta, Sérvulo Nogueira, que justificou a ausência pontual da secretária em função de uma agenda junto ao Ministério da Economia e à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para tratar de detalhes da adesão de Goiás ao Regime de Recuperação Fiscal. 

Apesar do posicionamento de alguns deputados, que lamentaram a ausência da secretária, o relator do projeto da LOA 2022, o deputado Wagner Neto (Pros) destacou que esse é apenas o início do debate e que a CTFO estará empenhada em discutir exaustivamente o projeto durante o prazo regimental, que se encerra em 3 de dezembro.

O presidente da CTFO, deputado Thiago Albernaz (Solidariedade), por sua vez, apresentou o cronograma de audiências públicas que serão realizadas pela comissão a fim de oportunizar a participação popular nesse planejamento orçamentário. A próxima audiência está marcada para terça-feira, dia 9, em São Miguel do Araguaia. 

LOA 2022

Durante cerca de 30 minutos, Sérvulo Nogueira enfatizou os pontos prioritários para o Governo na proposta de LOA para 2022. Na introdução, ele relembrou que em 2020 e 2021 havia déficit estrutural e destacou o equilíbrio orçamentário para o próximo ano, além de um resultado primário superavitário de R$ 1,5 bilhões. “Existe uma projeção de receita de 38 bilhões para o próximo exercício e a despesa no mesmo montante. Dentre as receitas importantes se destacam, obviamente, a projeção do ICMS estadual, a projeção do IPVA e a projeção do recebimento das transferências constitucionais derivadas da arrecadação federal de IPI e imposto de renda. Aqui eu quero destacar que há também a autorização para uma operação de contratação de crédito, de 2,5 bilhões, junto ao Banco Mundial para o refinanciamento da dívida estadual no próximo ano”, detalhou Nogueira. 

Ainda quanto à projeção de receitas, o representante técnico da Pasta afirmou que será necessária uma revisão do projeto, visto que houve queda nas projeções mais recentes sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Nogueira também apontou que outra causa de revisão dessas estimativas é a aceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ocorrida no segundo semestre deste ano. 

No tocante às despesas, ele frisou como principais a folha de pagamento, que deve alcançar R$ 18.1 bilhões; o pagamento da amortização da dívida do Estado, projetada em R$ 2.9 bilhões e as despesas correntes, da ordem de R$ 10,5 bilhões. “Eu queria ressaltar também que, para o PLOA 2022, se projeta um investimento de R$ 3,07 bilhões. Esse montante de investimento a ser realizado basicamente nas áreas de Educação, Saúde e Infraestrutura é uma situação inédita no Estado, considerando, ainda, que uma grande parte desses investimentos serão financiados com recursos do próprio tesouro estadual”, ponderou o técnico da Secretaria de Economia. 

Na fala de Nogueira, recebeu ênfase o planejamento de ações sociais do Governo, com a implementação de Políticas Públicas voltadas ao bem-estar da população. Ele também mencionou que há previsão de 1,2% da receita corrente líquida, ou seja, R$ 386 milhões, para as emendas impositivas, que são emendas nas quais os deputados estaduais podem indicar a destinação dos recursos. “Algo em torno de R$ 9 milhões para a destinação de cada deputado, observando as previsões constitucionais de no mínimo 70% para as áreas de Educação e Saúde”, conjecturou o profissional. 

Encerrada a fala do secretário adjunto, o deputado Thiago Albernaz (Solidariedade) deu início ao momento para os questionamentos dos parlamentares, que sabatinam Sérvulo Nogueira em blocos de perguntas. Para melhor compreensão, o conteúdo será disposto em forma de perguntas e respostas. 

Antônio Gomide (PT)

O principal tema elencado pelo parlamentar foi o orçamento da Universidade Estadual de Goiás (UEG). Gomide criticou a redução do orçamento da universidade nesta gestão e sugeriu que a UEG volte para a Secretaria de Educação. Atualmente, a instituição integra a Secretaria de Desenvolvimento e Inovação. Ele também demonstrou preocupação sobre a falta de pagamento das progressões salariais dos docentes da instituição. “Em 2020, a UEG teve um orçamento de R$ 344 milhões. Em 2022, temos R$ 302.488,00. Se nós não temos orçamento para 2022, a UEG não terá condição de fazer as progressões devidas”. 

Em resposta ao parlamentar, Nogueira informou que as promoções e progressões para professores e técnicos administrativos da UEG estão contempladas no projeto. Ele também afirmou que há dotação orçamentária para a realização de concurso público para professores dos cursos de Medicina e Medicina Veterinária. “O compromisso do governador é exatamente criar as condições para que a Universidade tenha capacidade de exercer a destinação de promoção e conhecimento científico. Estamos dialogando com a universidade e fazendo todos os esforços para garantir o pleno funcionamento da UEG”, resumiu o técnico da Secretaria da Economia. 

Delegado Humberto Teófilo (sem partido)

O deputado reiterou a necessidade de concessão de reajuste aos servidores públicos estaduais e direcionou uma pergunta sobre a realização de concurso para as forças de Segurança Pública. “No resumo de acréscimos na folha de pagamento de 2022 está previsto o concurso da Polícia. Esse início é referente à nomeação ou à publicação do edital?”, questionou Teófilo. 

Sérvulo respondeu que a expectativa do Governo é realizar os concursos para as forças policiais já no início de 2022, de modo que os aprovados na seleção e nos cursos de formação ingressem nos quadros da Segurança Pública ainda no mesmo ano. 

Major Araújo (sem partido)

O parlamentar também mencionou o concurso da Segurança Pública, revelando que duvida das datas estabelecidas pelo Governo. “Os últimos processos seletivos da Polícia Militar se prolongaram por um ano. Então, eu queria saber o que está realmente destinado para a contratação de servidores”, indagou Major. 

Nogueira assegurou que o Governo pretende realizar urgentemente o concurso da polícia e confrontou as informações do parlamentar no que se refere ao não pagamento de promoções e progressões. “Há contemplação na LOA tanto de 2020 quanto de 2021, e também em 2022, de todas as progressões e promoções concedidas à Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil. Inclusive, essas que foram concedidas no mês passado pelo governador. Então não há nenhum descomprometimento com as forças de segurança do Estado, muito pelo contrário. O compromisso está sendo cumprido religiosamente”, rebateu o servidor do Poder Executivo.

Wagner Neto (Pros)

O relator do projeto da LOA 2022 sentiu falta da previsão de concurso para profissionais da Educação. “A gente viu a secretária de Educação e até o próprio governador falando a respeito dessa previsão. Eu acredito que tenha sido uma falha na elaboração do projeto e a gente vai fazer um debate para que haja tal inclusão”. 

Sérvulo Nogueira confirmou que se tratava de um equívoco e que há intenção do Governo de realizar o certame ainda em 2022. Segundo o técnico da Secretaria de Economia, essa é, inclusive, uma das alterações necessárias para criar as condições de implementação do Bolsa Educação. 

Thiago Albernaz (Solidariedade)

O presidente da CTFO apenas solicitou explicações sobre a classificação de grupos presente no projeto. Sérvulo esclareceu que trata-se de nomenclatura técnica utilizada para definir a natureza de cada grupo de despesas. “G1 é o grupo relacionado às despesas de pessoal e encargos sociais. O G3 significa despesas correntes, que se constituem em prestação de serviços, fornecimentos de bens e pequenas aquisições. Toda a prestação de serviços de fornecedores ao Estado é classificada desta forma. E o grupo 4 são despesas relacionadas a investimentos. Tudo o que aumenta a capacidade produtiva do Estado, nós classificamos nas contas públicas, como grupo de investimento”, exemplificou Nogueira.

Apesar de haver mais parlamentares inscritos para a sabatina, o presidente da CFTO precisou encerrar a reunião por decurso de prazo. Thiago Albernaz reiterou que durante todo o mês a comissão vai se dedicar ao debate da LOA e à discussão das emendas parlamentares ao orçamento junto à população e às autoridades do Estado.

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“Temos que governar com o espírito de JK”, defende Caiado em encontro nacional de lideranças

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Na 2ª edição do Seminário Brasil Hoje, em São Paulo, o governador falou sobre clima de acirramento da política nacional e soluções reais para problemas da população

No debate sobre desafios e oportunidades para os estados, em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK), que comandou o país entre 1956 e 1961 em clima de coalizão. “Foi esse homem que deu conta de fazer todo o desenvolvimento, destacar o Centro-Oeste e o Norte do país”, disse Caiado. A fala foi durante a segunda edição do Seminário Brasil Hoje, realizado nesta segunda-feira (22/04).

O evento reuniu lideranças políticas e do setor privado para debater o cenário econômico atual. “Ninguém governa brigando, nesse clima de acirramento político. O presidente hoje tem que governar com o espírito que JK teve, de poder, se preocupar com matérias relevantes”, disse Caiado. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o goiano encerrou o evento, com a mediação do jornalista Willian Waack.

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Caiado relembrou que, à época de JK, o país também vivia grande clima de polarização política, com diversas forças tentando derrubar o presidente. Ao ser resolvida a crise, JK pediu calma e que o deixassem trabalhar pelo país, sem também promover clima de revanchismo contra adversários.

“Essa polarização é deletéria, todo mundo pode contribuir para seu fim”, disse Tarcísio ao concordar com Caiado. Para ele, o Judiciário, Legislativo, a mídia e mais setores da sociedade também devem atuar para descomprimir o debate. “Estamos cada dia mais próximos do limite, a população não aguenta”, alertou Tarcísio. O encontro foi promovido pela organização Esfera Brasil, que se intitula “apartidária e independente”, com transmissão ao vivo via internet.

Sobre desafios da segurança pública nos estados, Caiado ressaltou que “bandido tem que cumprir pena, e não ficar fazendo falsa política social”. Ele destacou ainda a necessidade do combate às facções criminosas que dominam diversos pontos, nas grandes metrópoles. “Ter territórios onde não se pode entrar significa que não temos um estado democrático de direito”, afirmou.

Como resultado das ações do Governo de Goiás, ele citou que o estado hoje não tem nenhum território dominado por facções e é exemplo nacional em segurança pública.

Seminário
Também integraram a programação do seminário o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além de outras autoridades. Nos demais painéis, foram abordados temas como as perspectivas para as eleições municipais, comunicação, meio ambiente e integração e inovação de cadeias produtivas.

Fotos:_Julia Fagundes Esfera / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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