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Jornalista da EBC conquista Prêmio Mulheres Raras 2022

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Pelo segundo ano seguido, a jornalista Patrícia Serrão, profissional da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), foi reconhecida com o prêmio Mulheres Raras. Na edição 2022, ela teve a companhia de outras duas colegas da empresa, Mara Régia e Raíssa Saraiva, entre as finalistas da categoria Jornalista Rara.

As três foram lembradas em virtude da relevante atuação em prol da visibilidade das doenças raras no país. Integrantes do Coletivo de Raros e PCDs da EBC, as jornalistas concorreram à premiação organizada anualmente pelo Instituto Vidas Raras desde 2018. A iniciativa busca valorizar mulheres inspiradoras.

O anúncio do resultado ocorreu em formato híbrido, com evento presencial realizado em São Paulo e transmissão em tempo real pelas redes sociais da entidade, no final de novembro. O concurso destacou mulheres em outras 11 categorias. A definição das ganhadoras ocorreu por meio de votação popular.

Está é a segunda vez em que Patrícia Serrão vence o prêmio. Em 2021, a jornalista já havia sido agraciada com a distinção na mesma categoria. Na edição deste ano, após a divulgação das finalistas, durante o mês passado, a profissional celebrou que três colegas da EBC disputassem a láurea.

“Fico contente com o prêmio, ainda mais o bicampeonato, mas só a indicação com duas mulheres maravilhosas e sendo todas do coletivo de Raros e PCDS já tinha me deixado feliz demais”, afirma a vitoriosa.

Patrícia Serrão destaca o engajamento de todas as concorrentes em prol da causa. “Admiro e respeito demais a Mara Régia e a Raíssa Saraiva. A Mara não tem nem o que falar: é uma honra enorme poder trabalhar junto com ela. O Viva Maria é um programa fenomenal no histórico de luta pelos direitos das mulheres. Mara também abraçou a luta dos raros”, explica sobre a trajetória da radialista da Rádio Nacional.

A jornalista também reflete sobre a importância do diálogo e da informação no cotidiano laboral. “Ter uma rara em cargo de chefia é importantíssimo e dá esperança para toda comunidade rara. Somos capazes de trabalhar e ascender independente de termos alguns desafios extras em função da doença. Raíssa foi a primeira coordenadora que perguntou quais eram os meus limites e como poderíamos trabalhar juntas. Ela sempre respeitou meus limites, mas nunca me tratou como alguém menor por causa deles. Dessa forma, construímos coberturas muito especiais que me orgulho demais”, recorda Patrícia.

Processo de conscientização

O reconhecimento obtido por Patrícia Serrão na pauta dos raros vem na esteira da necessidade de se ampliar a divulgação e o esclarecimento sobre o tema na visão da própria jornalista. O debate ainda é recente e, muitas vezes, incipiente. “O termo doentes raros é novo. O Dia Nacional das Doenças Raras só foi criado em 2018 e as pessoas ainda estão aprendendo o que são os doentes raros”, afirma a jornalista sobre a data que alerta para essa questão em 28 de fevereiro.

“A sociedade brasileira já avançou muito na luta pelas pessoas com deficiência (PCD) e agora aos poucos está aprendendo sobre as necessidades das pessoas com doenças raras (PCDR) e sobre as deficiências invisíveis. Discutir o assunto e falar sobre as doenças raras é ajudar nessa conscientização e na construção de uma sociedade mais inclusiva”, defende.

A jornalista da EBC relata sobre o momento em que tomou conhecimento da condição. “Acho que as pessoas em geral entram na causa rara quando se descobrem com doenças raras ou algum familiar próximo. Foi assim comigo. Com 30 anos descobri que tinha Síndrome de Ehlers-Danlos (SED), uma doença genética rara de difícil diagnóstico”.

Maternidade e doenças raras

Patrícia conta como procurou criar um ambiente mais amigável e de afeto para trocas entre as pessoas que lidam com os mesmos desafios que os seus na rotina. “Busquei outras pessoas com a mesma coisa que eu tinha e descobri que não tinha grupo de pacientes no Rio, então eu criei um”, lembra.

Ela explica de que maneira procedeu a partir da sua experiência com a maternidade. “Quando virei mãe, descobri que não tinha espaço nem em grupos de mães e nem de SED. Ser mãe tendo uma doença rara é um desafio gigantesco. Por isso criei um grupo nacional de Mães Sedianas. Funcionamos como rede de apoio virtual, troca de experiências, informações e muito acolhimento.”

A jornalista ainda comenta sobre o período de incertezas com o advento da covid-19. “Na pandemia vieram novos desafios: os sistemas de saúde já não sabem lidar com a população rara no dia a dia, no meio de uma crise de saúde a situação piorou. Os raros cariocas precisaram se juntar para solicitar prioridade na vacinação. Nessa luta por direitos, eu conheci outras mulheres maravilhosas e criamos a Equipe Raras que busca influenciar na luta de políticas públicas para raros no Rio de Janeiro”, aponta.

Entre as memórias recentes, Patrícia Serrão também aborda a demanda por sensibilidade para a causa na EBC. “Na pandemia, os Raros e PCDS não foram incluídos na norma do trabalho remoto da empresa. Percebi que os raros ainda eram invisíveis aqui dentro e que precisávamos trabalhar juntos. Assim, criamos o coletivo de Raros e PCDS da EBC“, conclui.

Sobre a premiação

O prêmio Mulheres Raras 2022 é organizado em 12 categorias que apresentam histórias incríveis. A homenagem traça um panorama sobre o trabalho feminino em prol da temática. As participantes contam suas experiências reais e de muita garra para transformar não apenas a própria vida, mas também a realidade coletiva.

Conhecer e divulgar o legado dessas mulheres contribui a favor de uma sociedade melhor. Essas pessoas fizeram de sua existência uma missão de salvar outras vidas, independente dos próprios problemas. A dedicação é responsável por grande parte do avanço da informação sobre doenças raras no Brasil.

As indicadas representam tantas outras mulheres que se empenham em proporcionar um cotidiano mais amigável para todas as pessoas que têm doenças raras. Mesmo sem qualquer vínculo pessoal com a enfermidade, algumas delas se comprometem voluntariamente a esclarecer e a compartilhar informações sobre o tema.

O concurso elege por votação popular as três mulheres mais indicadas em cada categoria na primeira fase da premiação. Em sua recente história, o Prêmio Mulheres Raras já teve muitas indicadas e premiadas numa diversidade que contempla mulheres pretas, pardas, indígenas, orientais, além de todas as classes sociais e da comunidade LGBTQIA+.

Promovido anualmente pelo Instituto Vidas Raras, o prêmio tem o objetivo de reconhecer a presença da mulher com doença rara ou familiar de uma pessoa diagnosticada com uma patologia rara na sociedade. A premiação divulga o trabalho realizado por mulheres que dedicam suas vidas aos raros do país.

Fonte: EBC Geral

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“Caminhos assistenciais” do Governo Federal liberam rodovias para garantir abastecimento do Rio Grande do Sul

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Prioridade é a liberação ágil de trechos essenciais para assegurar o fluxo de veículos com suprimentos, comida, oxigênio e combustível

Com mais de 400 cidades atingidas pelo alto volume de chuvas que caiu sobre o território gaúcho, o Governo Federal desenvolveu um plano emergencial para reestabelecer o fluxo viário em rotas estratégicas para assegurar o atendimento da população e impedir o desabastecimento de itens essenciais para a população do Rio Grande do Sul.

“Esses caminhos assistenciais, como estamos chamando, são para garantir salvamento e abastecimento do estado, sobretudo com oxigênio e remédio, comida e água, além da chegada de combustível, para não haver outras paralisações nesta crise e intensificarem ainda mais o sofrimento do povo gaúcho neste momento”, informou o ministro dos Transportes, Renan Filho. “É um plano de trabalho com prioridades a serem adotadas em 48 horas”.

Para isso, são usados maquinários pesados, como tratores, escavadeiras, guindastes e caminhões. Há cerca de 200 equipamentos e 600 homens atuando diretamente no estado. Em alguns pontos de rompimento de trechos de estrada, a solução é preencher as brechas com pedras para permitir a passagem dos veículos. Um dos trechos liberados é a BR 290, que liga Porto Alegre a Santa Maria e segue até a fronteira com a Argentina, por onde passa 30% do comércio internacional do país. Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), de concessionárias e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) seguem no para restabelecer o fluxo viário.

“Liberamos o fluxo na BR 290. O momento é de trabalhar pela preservação da vida, reencontro das famílias e reconstrução do Rio Grande do Sul. Nesses caminhos serão permitidos transporte de alimentos, remédios, oxigênio, combustíveis, resgates e pacientes em ambulâncias”, comentou o ministro.

Já estão liberados também trechos das BRs-116/RS, entre Estância Velha a Nova Petrópolis; de Vacaria a Campestre da Serra; e de Caxias a São Marcos. Também foi restabelecido o fluxo na BR-392/RS, de Santa Maria a Caçapava do Sul, possibilitando o acesso ao Porto de Rio Grande, beneficiando a região de Pelotas. Até esta quarta-feira (8/5), serão realizadas ainda as seguintes liberações: na BR-116/RS, sentido norte do estado, no trecho do Viaduto da Scharlau, e a ponte sobre o Rio dos Sinos.

 

Na BR-470, passagem liberada de Carlos Barbosa a Montenegro; na BR-386, a ponte sobre o rio Taquari, em Estrela e Lajeado também teve o fluxo retomado, assim como na BR-290, de Eldorado a Santa Maria, com construção de um bueiro. Já no caso da BR-158, de Santa Maria a Cruz Alta, o trânsito ainda ocorre com escolta, apenas para passagens de veículos emergenciais, pois há risco no trajeto. Trânsito liberado também na BR-448, a Rodovia do Parque.

Para o ministro, chama a atenção nesse desastre a amplitude, a velocidade com que as águas subiram e a demora no escoamento, o que dificulta o dimensionamento da crise e o atendimento. “A prioridade agora é salvar vidas, liberar vias para passagem de equipes de resgate e pronto socorro e, depois, pensarmos na reconstrução”, listou.

Rodovias liberadas e em processo de liberação

1 BILHÃO – Em reunião com parlamentares na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o ministro ainda informou que cerca de R$ 1 bilhão serão destinados pelo Governo Federal à reconstrução de rodovias federais, além do orçamento previamente destinado ao estado de R$ 1,7 bilhão.

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