Saúde
Hospital de Bonsucesso retoma transplantes de córnea após incêndio
O Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio de Janeiro, anunciou a retomada dos transplantes de córnea, que estavam suspensos desde o incêndio que atingiu a unidade, há pouco mais de dois meses. Os pacientes serão convocados seguindo a fila única para realizar o procedimento no estado – atualmente mais de 2 mil pessoas esperam a vez.
O primeiro transplante, realizado nesta quinta-feira (7), no Centro Cirúrgico Ambulatorial do hospital, foi o de Irene Machado de Souza, que não precisou de internação e voltou para casa após o procedimento. Irene já tinha feito um transplante de córnea em 2012, porém teve rejeição e não enxergava do olho direito. Seu caso passou a ser acompanhado pelo Hospital Federal de Bonsucesso em 2018. “Peço que as pessoas continuem doando os órgãos para que pessoas como eu possam fazer o transplante”, disse Irene.
De acordo com o médico Paulo Phillipe Moreira, responsável por tais cirurgias na unidade de Bonsucesso, a equipe está preparada para o atendimento com os protocolos adequados em meio à pandemia de covid-19. “O intuito é realizar transplante toda semana, mas dependemos das doações”, afirmou.
Retomada
Desde o incêndio, o Hospital Federal de Bonsucesso vem buscando restabelecer seus principais serviços. Algumas atividades voltaram em novembro nos blocos menos atingidos. No início de dezembro, foram retomados os transplantes renais. A unidade é referência nesse tipo de procedimento, o qual oferece desde 1981. No entanto, a equipe está realizando temporariamente as cirurgias no Hospital Federal da Lagoa, enquanto ocorrem as obras de recuperação.
O incêndio no edifício foi em 27 de outubro. As causas ainda estão sendo investigadas pela Polícia Federal. O fogo atingiu as instalações onde funcionavam a emergência, as enfermarias, o centro de tratamento intensivo (CTI) e o centro de exames de imagem. A espessa fumaça negra criou danos em outros espaços, inclusive onde ocorrem cirurgias de alta complexidade.
Após o início do incêndio, 37 pacientes receberam alta e 192 foram transferidos às pressas, alguns para blocos do edifício que não foram atingidos e outros para diferentes hospitais do Rio de Janeiro. Três pessoas morreram durante a tentativa de transferência. Passados alguns dias, outros óbitos foram registrados, mas o Ministério da Saúde diz que não tem como comprovar a relação com o incêndio, pois seriam pacientes cujo estado já era grave.
Há duas semanas, o Hospital Federal de Bonsucesso anunciou o início da primeira etapa das obras, que inclui uma reforma da estrutura elétrica. Haverá ainda revisão e teste de todo o sistema de combate a incêndio. Esse trabalho deve levar em torno de 30 dias. Ao mesmo tempo, está em fase de finalização o edital de licitação para contratação da empresa que fará a reforma da estrutura do edifício.
Edição: Nádia Franco
Saúde
Saúde estadual alerta: vacinas evitam internações e mortes
Secretaria de Saúde relata aumento de internações e mortes por dengue e influenza, principalmente entre idosos e crianças
Doenças como dengue e influenza em Goiás têm provocado aumento de diagnósticos e internações, com mais mortes. Desde o início do ano, já foram registrados mais de 150 óbitos por dengue. Já a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) resultou em 179 óbitos, principalmente entre crianças menores de 2 anos (16 mortes), e idosos com 60 anos. Dentre as principais causas, pode estar a baixa cobertura vacinal para dengue e Influenza.
A grande preocupação da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), no momento, é com a alteração da sazonalidade da dengue e doenças respiratórias, como a influenza, com as mudanças climáticas, que já começam neste mês. Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, o histórico de Srag mostra aumento de casos neste período, quando começam as inversões térmicas. “É nesta época que começam a circular os vírus respiratórios, de forma mais intensa”, explica.
Flúvia Amorim chama a atenção, principalmente, para os extremos das faixas etárias, que são crianças e idosos, as principais vítimas de doenças respiratórias. “Para essas pessoas, o quadro pode ser muito grave. Por isso, não deixem de se vacinar”, orienta. “Se você faz parte de algum dos grupos prioritários, procure rapidamente o posto de vacinação”, continua Flúvia, para lembrar que, embora haja vacina disponível contra a influenza em todos os postos de vacinação dos 246 municípios, apenas 20,82% do público-alvo (grupos prioritários) buscaram o imunizante. Já em relação a Covid-19, a cobertura vacinal está em 20,82%. “A vacina demora dez dias para fazer efeito. Então, quanto mais rápido se vacinar, mais rápido a pessoa estará protegida”, avisa.
A Superintendente de Regulação, Controle e Avaliação da SES, Amanda Limongi, também reforça a importância da vacinação. “É o meio mais eficaz de prevenir internações, tanto de dengue quanto de Síndromes Respiratórias Agudas Graves”, afirma, ao confirmar que o “encontro” de casos de dengue e doenças respiratórias tem demandado mais internações em Goiás.
Ela faz um apelo também à população dos municípios que ainda dispõem de vacinas contra a dengue. “Dos 246 municípios goianos, 155 ‘zeraram’ seus estoques, mas ainda faltam 10 mil doses a serem aplicadas”, explica. A superintendente se refere ao restante das 158,5 mil doses recebidas do Ministério da Saúde e que vão vencer em 30 de abril, mesmo com a ampliação da idade para pessoas de 4 a 59 anos. Essa ampliação vale apenas para esses lotes do imunizante. Para a próxima, já está definido o retorno das idades de 10 a 14 anos, para o público-alvo.
Fotos: Iron Braz / Secretaria de Estado da Saúde – Governo de Goiás
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