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História de luta pela liberdade

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Declarada em 1822, a Independência do Brasil foi um dos momentos mais importantes para a organização do Estado Brasileiro. Comemorado no dia 7 de setembro, o Dia da Independência celebra a emancipação brasileira do Reino de Portugal e carrega história de luta por liberdade. Um dia para nunca ser esquecido.

No dia 7 de setembro de 1822, as margens do Rio Ipiranga, Dom Pedro declarou a famosa frase: “Independência ou morte!” como um marco histórico do país. Nesse momento, começaram as desvinculações de nossos laços coloniais com Portugal e iniciamos um novo período cultural, sociológico e histórico no país.

O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Lissauer Vieira (PSB), destaca que essa data representa muito para os brasileiros. “É o momento de reafirmar a nossa liberdade democrática e, principalmente, reforçar o nosso compromisso com a cidadania.”

Ele trata ainda da relevância da participação popular no processo político regional e nacional, acompanhando de perto as ações de seus representantes nos Poderes Executivo e, sobretudo, no Legislativo, onde são discutidos e votados os projetos que definirão o rumo do nosso estado e país. “É com o engajamento e a responsabilidade social de todos os cidadãos que conseguiremos construir um estado de Goiás e um Brasil cada vez melhor.”

Processo histórico

O historiador e professor Noberto Salomão explica que o país passou por um longo processo de revoluções para chegar na busca pela independência. “Desde a segunda metade do século XVIII, com a crise da economia aurífera, foram de desenvolvendo o que costumamos chamar de ‘movimentos emancipacionistas’, como a Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates (1898) e a Revolução Pernambucana (1817), todos esses movimentos eram separatistas e propunham o estabelecimento de uma república. Todos eles foram duramente combatidos pela metrópole portuguesa.”

O professor explica que já no início do século XIX, as Guerras Napoleônicas obrigaram a transferência da corte portuguesa para o Brasil, iniciando o chamado Período Joanino (1808-1821), durante esse período foram criadas condições que favoreceram as elites coloniais. Porém, destaca, com a Revolução Liberal do Porto, em 1820, D. João VI foi obrigado a retornar para Portugal. “O parlamento português queria a volta do Brasil à condição de colônia e exigia também a volta de D. Pedro. Essas pressões levaram a elite brasileira a se aproximar de D. Pedro e garantir a sua permanência no Brasil. Como as ameaças portuguesas se intensificaram, a solução foi uma ruptura definitiva, em 1822.”

De acordo com o historiador, uma consequência imediata da famosa declaração de D. Pedro, às margens do Rio Ipiranga, para o desenvolvimento do país, foi a antecipação política do Brasil em relação a Portugal. Além disso, apesar do que muitos pensam, houve guerra interna pela independência. “Dessa forma, o processo não foi pacífico, levando dois anos para ser consolidado em todo o país. Setores leais a Portugal se rebelaram no Pará, Maranhão, Bahia e Província Cisplatina (atual Uruguai).

Processo de reconhecimento

Noberto considera importante destacar a inserção do Brasil no cenário internacional como nação independente. Mas, como na época não havia um organismo internacional como a Organização das Nações Unidas, isso exigia o reconhecimento oficial dos principais países. “Os Estados Unidos da América (EUA) foram os primeiros a reconhecerem a independência do Brasil, em virtude da Doutrina Monroe, que se opunha a qualquer intervenção política de países europeus na América, sob o lema: ‘A América para os americanos’”, explica.

Em agosto de 1825, pelo tratado de Paz e Aliança, Portugal deu seu reconhecimento, mediante uma indenização de 2 milhões de libras esterlinas. Para pagar essa indenização, o Brasil teve que buscar empréstimo com a Inglaterra, o que iniciou uma longa dependência econômica do Brasil.

Em 1827, a Inglaterra consolidou seu reconhecimento com a assinatura do Tratado de Aliança, Comércio e Amizade, renovando na prática os Tratados de 1810, que estabelecia taxas alfandegárias especiais aos produtos ingleses, além de outras vantagens comerciais e da exigência da elaboração de leis que extinguissem o tráfico de escravos. De certa forma, esse acordo e intensa dependência econômica em relação à Inglaterra atrasaram as possibilidades de industrialização do Brasil e reforçaram o poder das elites agrárias.

“Nossos vizinhos sul-americanos foram os últimos a reconhecerem, pois não viam grande legitimidade em nossa independência. Isso é compreensível, pois a independência brasileira foi proclamada pelo filho do rei de Portugal, o Brasil estava mais ligado à Europa do que à América e foi o único a se manter como uma monarquia na América do Sul”, explica Noberto.

Porém, o historiador destaca que algumas coisas não mudaram. O Brasil continuou sendo um país agrário e escravista, com a maior parte da população livre marginalizada do processo político. “Claro que uma ruptura com a metrópole é um fato extraordinário e que denota algum nível de evolução. Porém, do ponto de vista da questão econômica, tanto interna como externamente, praticamente não tivemos alterações. A questão social também se manteve praticamente inalterada. Assim, apesar da proclamação da independência ter sido um ato valoroso, seu processo foi bastante conservador e as transformações efetivas, no Brasil, só seriam gradualmente alcançadas ao longo do 2º reinado.”

Noberto afirma que, atualmente, observando esse processo histórico, é possível analisar como surgiu o estado, mas a formação da identidade nacional e a consciência de cidadania ainda estão em construção no país. Ele explica que o processo de formação dos estados da Europa Ocidental se deu a partir da construção da nação. De maneira que as instituições e as leis foram reflexo dos anseios nacionais e da identidade de um povo.

“Já no Brasil, como em toda a América Latina, os estados surgiram a partir dos interesses das elites locais, excluindo os anseios dos setores populares e ainda tendo que conviver com a escravidão. Assim, surge um estado excludente e discriminador, com instituições muito frágeis e conservadoras, o que favoreceu um quadro de instabilidade política e social e golpes de Estado”, finaliza o professor.

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“Temos que governar com o espírito de JK”, defende Caiado em encontro nacional de lideranças

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Na 2ª edição do Seminário Brasil Hoje, em São Paulo, o governador falou sobre clima de acirramento da política nacional e soluções reais para problemas da população

No debate sobre desafios e oportunidades para os estados, em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK), que comandou o país entre 1956 e 1961 em clima de coalizão. “Foi esse homem que deu conta de fazer todo o desenvolvimento, destacar o Centro-Oeste e o Norte do país”, disse Caiado. A fala foi durante a segunda edição do Seminário Brasil Hoje, realizado nesta segunda-feira (22/04).

O evento reuniu lideranças políticas e do setor privado para debater o cenário econômico atual. “Ninguém governa brigando, nesse clima de acirramento político. O presidente hoje tem que governar com o espírito que JK teve, de poder, se preocupar com matérias relevantes”, disse Caiado. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o goiano encerrou o evento, com a mediação do jornalista Willian Waack.

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Caiado relembrou que, à época de JK, o país também vivia grande clima de polarização política, com diversas forças tentando derrubar o presidente. Ao ser resolvida a crise, JK pediu calma e que o deixassem trabalhar pelo país, sem também promover clima de revanchismo contra adversários.

“Essa polarização é deletéria, todo mundo pode contribuir para seu fim”, disse Tarcísio ao concordar com Caiado. Para ele, o Judiciário, Legislativo, a mídia e mais setores da sociedade também devem atuar para descomprimir o debate. “Estamos cada dia mais próximos do limite, a população não aguenta”, alertou Tarcísio. O encontro foi promovido pela organização Esfera Brasil, que se intitula “apartidária e independente”, com transmissão ao vivo via internet.

Sobre desafios da segurança pública nos estados, Caiado ressaltou que “bandido tem que cumprir pena, e não ficar fazendo falsa política social”. Ele destacou ainda a necessidade do combate às facções criminosas que dominam diversos pontos, nas grandes metrópoles. “Ter territórios onde não se pode entrar significa que não temos um estado democrático de direito”, afirmou.

Como resultado das ações do Governo de Goiás, ele citou que o estado hoje não tem nenhum território dominado por facções e é exemplo nacional em segurança pública.

Seminário
Também integraram a programação do seminário o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além de outras autoridades. Nos demais painéis, foram abordados temas como as perspectivas para as eleições municipais, comunicação, meio ambiente e integração e inovação de cadeias produtivas.

Fotos:_Julia Fagundes Esfera / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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