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“Eu sou feliz, pois eu saí de onde eu não queria estar”
Quem é recebido na casa do alegre Domingos Pereira da Silva, de 67 anos, em Planaltina, não imagina o que ele passou na vida. Enquanto prepara um café e, ao mesmo tempo, oferece um copo do refrigerante predileto gelado, o tocantinense relembra meses atrás, quando ainda não tinha um sofá para descansar, uma cama para dormir ou um banheiro à disposição, por exemplo. “Hoje, eu sou feliz, pois eu saí de onde eu não queria estar. Nada lá me servia. Nunca mais eu quero passar por aquilo”, conta o cidadão.
Durante os últimos 15 anos, o idoso viveu dentro de um baú de caminhão. O veículo ficava estacionado próximo à Feira de Hortifrúti de Planaltina, onde Domingos trabalhava diuturnamente, sem folga, sem direitos trabalhistas e em condições constatadas como análogas à escravidão.
“Nada lá me servia. Nunca mais eu quero passar por aquilo”Domingos Pereira da Silva, 67 anos
“Foi uma operação conjunta com órgãos do GDF e federais. Quando chegamos ao local, não acreditamos no que vimos”, conta a coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) Planaltina, Rosalva Aparecida da Silva. “A água da chuva entrava pelo teto, o espaço de dormir era insalubre e estava cheio de sacos de verduras com um cheiro forte. Ele não tinha, sequer, um banheiro para as necessidades fisiológicas ou para o asseio pessoal”, descreve a gestora.
A unidade socioassistencial vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) foi o responsável por procurar uma quitinete para o idoso, que vai custear o aluguel e a manutenção pessoal e da casa com a verba recebida mensalmente pelo Benefício de Prestação Continuada. “Ele recebeu uma cesta emergencial e, agora, nós seguimos acompanhando esse caso, principalmente, para que ele possa cuidar do próprio dinheiro”, explica a gerente do Creas, ao lembrar que foi designado um advogado para fazer essa gestão temporariamente.
Último capítulo
A história do seu Domingos é uma das que vai ser contada, a partir desta quinta-feira (21), no último episódio da série documental A Rua: do acolhimento à autonomia. O capítulo final tem apresentação especial, pontualmente, às 20h, na casa de eventos Stoll Rock Bar, no Lote 10 da QSA 25, em Taguatinga Sul.
Intitulado A Autonomia, episódio encerra um total de 10 lançados semanalmente desde 19 de agosto, e vai apresentar casos de superação como de Carlos Henrique da Costa, 18 anos. Morador do Sol Nascente, o jovem passou por uma situação extrema ao precisar deixar a família e sair de casa devido a sua orientação sexual. Entretanto, com apoio da rede de acolhimento institucional da Sedes, atualmente, ele paga o próprio aluguel com o salário recebido em uma empresa de crédito, alcançando assim, o protagonismo da própria vida.
Depois dessa exibição especial, o capítulo vai estar disponível em @sedes_df, no Instagram, assim como todos os episódios anteriores.
A Rua: do acolhimento à autonomia
Pré-estreia do último episódio
Quinta-feira (21)
Pontualmente às 20h
Stoll Rock Bar (QSA 25, lote 10 – Taguatinga Sul)
Apresentação musical: Bruno Z (voz e violão)
Classificação: indicativa livre
Entrada franca
*Com informações da Sedes
Geral
Ministério da Saúde já enviou 25 toneladas de medicamentos e insumos para atender população gaúcha
Ministério da Saúde já enviou um total de 25 toneladas de medicamentos e insumos para o Rio Grande do Sul. O objetivo é manter o estado abastecido durante a calamidade provocada pelas severas enchentes dos últimos dias.
A informação foi divulgada na tarde desta segunda-feira, 13 de maio, no Hospital Conceição, em Porto Alegre, durante entrevista coletiva para rádios regionais.
Cem kits de medicamentos e insumos – com capacidade para atender a até 1.500 pessoas durante um mês – chegaram nos últimos dias ao estado. Conhecido como kit emergencial, ele é composto por oito caixas que, somadas, pesam 250 kg. Além de remédios, o conjunto inclui também luvas, seringas, ataduras, etc.
Vale destacar que o volume não considera outros repasses de medicamentos, vacinas e insumos que estão sendo enviados para repor os estoques perdidos com as enchentes e os que já estavam previstos na rotina. A título de comparação, em todo o ano passado, foram distribuídos 106 kits para emergências no Brasil.
Durante o balanço, o secretário de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço, detalhou a operação de hospitais de campanha no estado. Foi confirmado que a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) irá operar quatro hospitais de campanha no estado.
Um já funciona em Canoas, outro está sendo montado na capital gaúcha e um terceiro em São Leopoldo. A destinação da quarta unidade ainda será definida. Desde o início da calamidade no Rio Grande do Sul, o Ministério da Saúde já enviou recursos para 246 unidades de assistência.
ALERTA PARA GRIPE — O diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública (Desp) do Ministério da Saúde, Márcio Garcia, fez um alerta para doenças respiratórias. Com as aglomerações em abrigos e a temperatura baixando, a preocupação é com o aumento do número de casos de gripe e covid-19.
“A combinação é favorável para o aumento dessas doenças. As pessoas vacinadas vão estar mais protegidas. Diminuem as chances de adquirir a doença ou de evoluir para um caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave”, frisou.
NÚMEROS — Veja a seguir alguns números das ações no RS apresentadas durante a coletiva:
Balanço de atendimentos
- Total: 1.600 / Hospital Campanha (HCamp) de Canoas: 1034
- Equipes volantes: 548
- Encaminhamento ou transferência para outra unidade: 57
- Remoções aéreas: 25
- Atendimentos psicossociais: 22
Força de trabalho:
- 134 profissionais em atuação;
- 6 equipes volantes (13 enfermeiros + 9 médicos);
- 15 equipes aeromédicas (15 enfermeiros + 15 médicos);
- 62 profissionais no HCamp;
- 19 profissionais de gestão;
- 1 equipe psicossocial (5 psicólogas)
Recursos aplicados:
- Medida provisória (MP) de liberação de crédito extraordinário, editada pelo presidente Lula, no domingo (12), traz a liberação de R$ 861 milhões para ações de saúde primária e especializada, vigilância epidemiológica, assistência farmacêutica e contratação temporária de profissionais;
- Antecipação de R$ 40 milhões para compra de medicamentos;
- Antecipação do pagamento do piso aos profissionais de enfermagem do estado. O total do repasse é de R$ 30 milhões;
- Repasse, em parcela única, de R$ 63,1 milhões do Fundo Nacional de Saúde à Secretaria Estadual de Saúde e aos fundos municipais de saúde do Rio Grande do Sul;
- Liberação, de forma imediata, no dia 6 de maio, de R$ 534 milhões em emendas individuais de congressistas do Rio Grande do Sul para auxiliar os municípios do estado afetados pelas enchentes. As emendas estavam alocadas na área da Saúde.
IMUNOGLOBULINA — O Programa Nacional de Imunizações (PNI) enviará, nesta semana, 600 doses de imunoglobulina à população do Rio Grande do Sul. As imunoglobulinas são proteínas utilizadas pelo organismo para combater um determinado antígeno, como vírus e bactérias, por exemplo.
Além disso, o Ministério da Saúde também vai destinar 1,1 mil frascos de soro; 416 mil doses de vacinas contra hepatite A, raiva, poliomielite e influenza, e 134 mil doses de covid-19. A destinação de todos esses insumos foi debatida, nesta segunda-feira (13), durante reunião de monitoramento do Centro de Operações de Emergência (COE) para chuvas intensas e inundações na Região Sul.
“Neste momento, as síndromes respiratórias também passam a ser um problema. Por isso, estamos focados em proteger a população gaúcha. Precisamos de uma ação ativa para vacinar inclusive dentro dos abrigos”, afirmou, na reunião, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.