Minas Gerais

Especialistas das áreas de pediatria e neurodesenvolvimento defendem volta às aulas presenciais

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Especialistas de entidades que participaram do Grupo de Trabalho criado pelo Governo de Minas para avaliar o retorno às aulas presenciais no estado consideram a volta possível e necessária, desde que os critérios de distanciamento e higienização sejam seguidos.

A conclusão foi feita com base em dezenas de estudos internacionais que apontam para o baixo índice de transmissão dentro das instituições de ensino. Os médicos também destacam a importância da aula presencial para o desenvolvimento de crianças e adolescentes.

O Grupo de Trabalho contou com representantes das secretarias de Estado de Saúde (SES-MG) e de Educação (SEE/MG), da Sociedade Mineira de Pediatria e da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil, além de ter a participação de entidades, associações e sindicatos de servidores como convidados.  

Os resultados do estudo foram apresentados pelo Governo de Minas na última quarta-feira (24/2), juntamente com os critérios de adequação a serem seguidos pelas escolas para atender ao novo protocolo de saúde para a volta às aulas presenciais no Estado. A ideia é que o retorno aconteça por meio de um modelo híbrido, mantendo o ensino remoto.

Clique aqui para acessar o documento com os Protocolos Completos para as atividades de ensino

Estudos internacionais

O secretário de Estado de Saúde, o médico Carlos Eduardo Amaral, destaca alguns exemplos internacionais analisados pelo grupo antes da decisão.

“Nos Estados Unidos tiveram estudos com 666 escolas que voltaram às aulas e, dessas, apenas em quatro houve transmissão secundária. Em Israel, de todas as escolas que estavam abertas no país, somente uma teve surto e durante investigação epidemiológica desta única escola, esse surto foi provocado porque não houve adoção de medidas sanitárias do protocolo definido. A conclusão, de uma forma geral, com o acompanhamento dos casos internacionais, é que as escolas não são, por si só, um ambiente em que haja transmissão importante de estudante para estudante ou de estudante para profissionais”, explica.

O Presidente da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil em Minas Gerais, Rodrigo Carneiro, um dos integrantes do Grupo de Trabalho que avaliou a volta às aulas em Minas, falou sobre o aspecto psicológico de crianças e adolescentes diante do isolamento e reforçou a importância de começar o retorno pelos primeiros anos do ensino básico.

“O cérebro tem janelas de oportunidade, nas quais se desenvolvem melhor algumas funções, e elas existem principalmente nos primeiros anos de vida. A escola não é só um local de aprendizagem formal e pedagógico, é um local de convivência e desenvolvimento humano. Se continuarmos com as crianças trancadas em casa podemos comprometer uma geração inteira. As janelas de oportunidade não voltam, principalmente nos primeiros anos. Além disso, as crianças e adolescentes estão sob um risco grande que é a sobrecarga digital, que vai trazer grandes fatores deletérios ao desenvolvimento. No Brasil todo ocorreu aumento de situações de irritabilidade, angústia, depressão e alteração do sono”, explica.

Carolina Capuruço, médica pediatra integrante da Sociedade Mineira de Pediatria, entidade que também integrou o grupo de debates sobre o retorno escolar, ressalta que as aulas presenciais não devem ser responsáveis por um aumento de casos, já que as crianças apresentam carga viral reduzida.

“Do ponto de vista epidemiológico, sabemos que as crianças não são os grandes disseminadores do vírus. Até 95% dos casos passam de assintomáticos a moderados e a mortalidade é de 1%. Diferente dos adultos, as crianças que agravam são aquelas com doenças preexistentes muito graves, e a decisão de voltar vai caber às famílias com a ajuda do médico que acompanha a criança. Quando fechamos as escolas era por medo de as crianças serem super disseminadoras da doença, como são para as retroviroses. Mas estudos no mundo inteiro mostraram que elas apresentam carga viral menor e menos possibilidade de transmissão”, defendeu.

O retorno do ano escolar nas escolas da rede pública de Minas Gerais será no dia 3/3. A volta às aulas será em 8/3, a princípio, ainda restrita ao modelo remoto, em razão de decisão judicial em caráter liminar que impede o retorno de forma presencial.

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Alunos voltam às aulas presenciais em 85 escolas de Minas Gerais

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Nesta segunda-feira (21/6), 85 escolas em 16 municípios retomaram as atividades presenciais no modelo híbrido desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG). A semana marca importante passo nas atividades da rede estadual, após quase um ano e meio de ensino remoto.

Com toda segurança e cuidado com a comunidade escolar, foram aplicados os protocolos sanitários, definidos pelo Comitê Extraordinário Covid-19 e Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), e implementado um checklist nas unidades de ensino para garantir que todos estejam e se sintam seguros neste momento.

A retomada está sendo feita, nesta semana, em escolas de municípios localizados nas ondas amarela e/ou verde do Plano Minas Consciente, e nos quais as prefeituras não apresentaram nenhuma restrição.

Além disso, a participação dos estudantes nas atividades presenciais é facultativa às famílias. Nos casos em que os pais ou responsáveis optarem por não liberar o aluno para o ensino presencial, será mantido o regime totalmente remoto, para garantir a continuidade dos estudos. O estudante que optar por permanecer com suas atividades de forma remota, continuará desenvolvendo suas atividades sem prejuízos.

Alegria pelo retorno

Na Escola Estadual Eleonora Nunes Pereira, em Itabira, a manhã foi de recepção aos alunos e comemoração pelo reencontro. Juliana Luciana Santos, mãe do aluno Davi Emmanuel Santos, destaca o acolhimento e segurança do cumprimento dos protocolos para confiar seu filho à escola. “É uma satisfação imensa ver o sorriso no rosto do meu filho, de estar de volta à escola. Conhecer os novos amigos, a professora, a escola de forma geral”, destaca.

Ainda de acordo com Juliana, perceber o trabalho para deixar o ambiente seguro a deixou tranquila. “Pude perceber os cuidados, a segurança que a escola está nos fornecendo e eu me senti muito feliz com esse cuidado com o público. Não só com as crianças; a gente pode notar, eles passam essa segurança pra gente e pudemos ver isso”, pontua.
 

SEE / Reprodução

Empolgada, a diretora da unidade de ensino, Rosilene Simone de Carvalho, recepcionou pais e alunos na entrada da escola. Emocionada com o momento, ela faz um chamado para quem ainda não pôde voltar às aulas. “Estamos preparados para receber a comunidade escolar como um todo e ter nossos alunos de volta. Portões estão abertos esperando todos os estudantes”, ressalta.  

Segurança dos protocolos

Em Morro do Pilar, a felicidade em poder voltar ao convívio escolar não foi diferente. Na porta da Escola Estadual Cardeal Mota, os alunos foram recebidos com muita alegria e, desde o momento da chegada, já começaram a ter contato com os protocolos estabelecidos para a segurança sanitária. 

A vida voltando aos corredores e salas de aula das escolas, com a presença dos alunos, é muito importante, mas ainda não foi possível em todos os municípios e regiões de Minas. Todo o processo de retomada está sendo feito de forma planejada, segura e gradual, respeitando os protocolos sanitários e as evoluções das ondas do plano Minas Consciente, que monitora os índices epidemiológicos no estado. Assim, é fundamental que as famílias fiquem atentas às comunicações feitas pelas escolas para que recebam todas as orientações necessárias. Em caso de dúvidas, o contato com o gestor escolar é de extrema importância para esclarecimentos de todas as informações.

Para que o retorno aconteça com toda segurança, todas as escolas estaduais passaram por um checklist criterioso, validado pelo diretor da escola e pelo inspetor escolar, para aplicação dos protocolos sanitários, com adequações no ambiente e disponibilização dos equipamentos de proteção e produtos de higiene e limpeza. Tudo foi feito com muito cuidado para proporcionar à comunidade escolar um ambiente seguro.

Para confirmar em qual onda do Plano Minas Consciente seu município está, acesse www.mg.gov.br/minasconsciente

Ondas

Sempre que algum município for classificado na onda amarela ou verde, podendo ser consideradas também as microrregiões, será possível a retomada das atividades presenciais, desde que não exista nenhum decreto municipal de impedimento.

Havendo disponibilidade, o retorno sempre se dará primeiramente com o acolhimento dos professores e profissionais nas escolas em uma semana e, na semana seguinte, com a volta dos alunos. Essa dinâmica gradual e alternada – de acolhimento primeiramente dos profissionais e na outra semana dos alunos – deve prevalecer para a retomada em cada unidade de ensino. Por isso, é importante que as famílias mantenham sempre o contato com a direção da escola para acompanharem as informações.

A retomada das atividades escolares presenciais começa a partir dos anos iniciais do ensino fundamental, nível de ensino com estudantes em fase de alfabetização e com maior necessidade de apoio presencial para o processo de aprendizagem e para a criação de vínculos com as escolas e os professores. No ensino híbrido, haverá alternância entre o atendimento presencial e o remoto.

Nesta semana de 21 a 25/6, por exemplo, os alunos participam das atividades pedagógicas presenciais; na semana seguinte, as unidades de ensino não terão atividades presenciais e os professores farão o atendimento pelo aplicativo Conexão Escola. Já na outra semana, as atividades voltam a ser presenciais – e assim por diante.

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