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DF adota gestão sustentável dos resíduos da construção

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No DF, 4,5 toneladas de resíduos são levadas diariamente para a Unidade de Recebimento de Entulhos (URE) | Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

O meio ambiente agradece quando resíduos são descartados de forma correta. Com a cidade em obras, mesmo diante dos desafios impostos pelo coronavírus, fazer com que os materiais sejam aproveitados ou aterrados colabora para a sustentabilidade. É com esse objetivo que o Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Obras, publicou a Portaria nº 25/2021, orientando empresas contratadas para obras públicas a fazerem o manejo correto dos resíduos.

No caso da construção civil, falar em obras é tratar de grandes volumes. Aqui no DF, 4,5 toneladas de resíduos são levadas diariamente para a Unidade de Recebimento de Entulhos (URE). O espaço, gerenciado pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e instalado na área do antigo Lixão do Estrutural, é o local adequado para tratar o material recebido, que vai desde tijolos e blocos de cerâmica a gesso, metais, madeiras, tubulações e plásticos. Lá, todo esse volume é transformado e reciclado para ser utilizado em obras públicas. Quando isso não é possível, o material é aterrado.

O que o GDF busca com a portaria é organizar e gerenciar da melhor forma esses resíduos. Afinal, eles retornam para a população em pavimentações, calçadas, bancos para praças, entre outros itens.

A norma publicada pela Secretaria de Obras determina às empresas elaborar e implementar planos de gerenciamento de resíduos da construção civil. Isso significa que elas devem segregar todo o material que produzem e classificá-lo de acordo com as regras previstas pelo SLU. Depois, é preciso encaminhar tudo à URE, onde serão pagos valores para que o governo fique com esse material e lhe dê a destinação correta.

O texto também prevê a reciclagem dos materiais e seu reúso na própria obra em andamento, como estratégia para um melhor gerenciamento dos resíduos. De acordo com o dispositivo, as empresas devem ainda comprovar, mediante a apresentação de documentos, a destinação correta dos restos da obra por meio do Controle de Transporte de Resíduos (CTR).

A medida é elogiada por quem atua no setor. Diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), Luciano Alencar aponta evolução do DF no tema.

“Brasília tem melhorado a gestão de resíduos sólidos. Vale lembrar que mais de 60% do volume dos resíduos são, no geral, provenientes da construção civil. Com o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, nós avançamos, porque o Estado passa a ter planos e metas definidas. O plano só traz coisas positivas, porque leva o empresário a pensar na obra como um todo. Quando ele fizer um projeto, terá que pensar para consumir menos resíduos possíveis e aproveitá-los”, explica.

Luciano Martins reforça que a gestão dos resíduos é um dos pontos essenciais para uma obra ser classificada como sustentável. Além disso, devem ser observadas outras questões, como o cuidado com ruídos, tráfego, atmosfera, erosões e a saúde dos colaboradores.

Riscos ao meio ambiente

Empresas com caçambas que não tenham o Certificado de Transporte de Resíduos (CTR) podem ser multadas em R$ 5 mil | Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

Fazer o descarte correto é essencial para que o meio ambiente não seja prejudicado. A impermeabilização do solo e a contaminação com materiais químicos são alguns dos riscos existentes. É o que aponta o coordenador de implementação da Política de Resíduos Sólidos da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), Glauco Amorim.

“O descarte irregular acaba por poluir e degradar o meio ambiente”, afirma Glauco. “Economicamente, gera custos para o DF remover esse material e levá-lo para a URE, o que é muito ruim para a cidade e para a população, que pode ser contaminada por materiais químicos.”

O secretário de Obras do DF, Luciano Carvalho, segue o entendimento do gestor e destaca a importância de as construções terem esse cuidado. “Planejar uma obra exige mais do que mensurar custos de material e de mão de obra”, pontua. “É preciso também determinar o que será feito com os resíduos sólidos gerados em todas as etapas do processo. Os resíduos muitas vezes não recebem a destinação correta e acabam poluindo o meio ambiente”.

O prejuízo ao meio ambiente também dói no bolso de quem desrespeita a natureza. Empresas com caçambas que não tenham o Certificado de Transporte de Resíduos (CTR) podem ser multadas em R$ 5 mil. Já em relação ao descarte irregular de resíduos, a penalidade varia entre R$ 2.292,79 e R$ 22.927,96. Quem fiscaliza e multa esse tipo de infração é a secretaria DF Legal.

O processo

Quando o material chega à URE, é avaliado para checar se está apto para seguir à unidade de britagem. São considerados adequados pedaços de concreto, argamassa e blocos de cerâmica. Já madeiras e ferros são aterrados.

Separados, os insumos passam por um britador, que reduz a granulometria para cinco tipos diferentes: rachão, brita 2, brita 1, pedrisco e pó/areia. Tudo é separado em uma grande peneira com diferentes esteiras. Armazenados, os materiais ficam disponíveis para doação, conforme necessidade dos órgãos públicos do DF. Qualquer Região Administrativa (RA) pode fazer o pedido: basta indicar no ofício o material desejado e a quantidade para, em seguida, fazer a retirada junto ao SLU.

Atualmente, a URE recebe uma média mensal de 130 mil toneladas de resíduos. Em todo ano de 2020, o local recebeu 1,5 milhão de toneladas desse tipo de material, incluindo podas e galhadas.

No ano passado, o SLU doou 27,7 mil toneladas de materiais reciclados de resíduos da construção civil produzidos na URE. Foram 11,1 mil toneladas do tipo brita 1; 10,6 mil t de brita 2; 3,4 mil t do tipo rachão; 2,4 mil t de agregado misto e 127,3 t de pó e areia. Todo esse material foi destinado às secretarias de Obras e Agricultura e a 19 regiões administrativas.

SLU doou 27,7 mil toneladas de materiais reciclados

O descarte de entulho da construção civil no DF é totalmente rastreado por meio do sistema de gestão dos Resíduos da Construção Civil (RCC). Para poder descarregar na URE, os transportadores precisam se cadastrar e emitir o Controle de Transporte de Resíduos (CTR) a cada demanda que atenderem. Com isso, o SLU acompanha a movimentação do entulho coletado desde a origem até a disposição final na URE.

Desde janeiro de 2021, está em vigor a nova tabela de preços cobrados para disposição final de grandes volumes de resíduos da construção civil, podas e galhadas na URE. O preço a ser pago pelo usuário por tonelada do material segregado é de R$ 12,23, mas, se os resíduos estiverem misturados, o valor passa para R$ 21,44. Com isso, o SLU espera ampliar a capacidade de reciclagem e doação de material para obras públicas no DF.

Fonte: Governo DF

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Webinário Junho Verde debate instrução normativa ambiental

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No âmbito das comemorações relacionadas ao mês do meio ambiente, o Instituto Brasília Ambiental, juntamente com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), transmitiu, nesta segunda-feira (21), pelo canal do YouTube da autarquia, o terceiro dia do webinário Junho Verde, com foco na Instrução Normativa (IN) nº 33, que estabelece procedimentos de recuperação ambiental no Distrito Federal.

No início da live, o titular da Superintendência de Licenciamento Ambiental (Sulam) do instituto, Alisson Neves, falou sobre a importância dos mecanismos de recuperação saudável do meio ambiente. Destacou três pontos fundamentais para o processo: a recuperação ambiental não é atividade potencialmente poluidora; o dano ambiental não deve ser terceirizado ao órgão ambiental e os processos de recuperação devem ser apresentados pelos interessados.

Em seguida, a jornalista Bárbara Xavier, da Assessoria de Comunicação do Brasília Ambiental, abriu os trabalhos, apresentando as participantes do órgão – a diretora de Licenciamento Ambiental, Juliana de Castro, e a engenheira Heloísa Carvalho. As palestrantes falaram sobre o ato administrativo, recordando seu histórico e destacando atualizações e inovações do processo.

Em relação à inovação trazida pela IN 33/2020, Juliana de Castro citou a emissão de autorização por adesão e compromisso: “Consiste num documento em que o interessado se compromete a cumprir todas as exigências preestabelecidas pelo órgão ambiental. Ainda está em fase de teste, mas nós estamos confiantes no sucesso desta medida, de maneira a aproximar o interessado do órgão ambiental”.

“A publicação dessa Instrução Normativa foi só o início de um grande trabalho que ainda perdura. À medida que vamos executando, nós vamos amadurecendo as ideias”Heloísa Carvalho, analista do Brasília Ambiental

A respeito da organização e efetividade dos processos de recuperação ambiental, Heloísa Carvalho falou sobre os objetivos, tanto para recomposição de vegetação nativa quanto para reabilitação ecológica. Também abordou os atos motivadores, relatórios de monitoramento, indicadores e quitação da obrigação, entre outros itens. “A publicação dessa Instrução Normativa foi só o início de um grande trabalho que ainda perdura. À medida que vamos executando, nós vamos amadurecendo as ideias”, explicou a engenheira.

O encerramento do webinário Junho Verde, iniciado no dia 7, será na próxima segunda-feira (28), com o tema “A tecnologia a serviço do meio ambiente do DF”, também com transmissão ao vivo pelo YouTube do Brasília Ambiental, a partir das 10h. Confira aqui a programação completa do evento.

*Com informações do Brasília Ambiental

Fonte: Governo DF

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