Política

Da esquerda à direita, deputados estaduais comentam expectativas para um novo governo Lula que se inicia em 2023

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O Brasil escolheu, no último dia 30 de outubro, um novo presidente para os próximos quatro anos. Embora parte considerável do eleitorado tenha votado pela continuidade do governo Jair Bolsonaro, do PL, a cadeira mais importante do cenário político brasileiro ficou com Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. O petista obteve 50,9% dos votos. Foram mais de 60 milhões de votos válidos ao final da apuração.

No mesmo dia, o presidente eleito fez questão de comentar a vitória. Deu, na ocasião, uma dimensão do propósito de seu próximo governo, com início em 2023. “Estou aqui para governar esse País numa situação muito difícil. Mas tenho fé que com a ajuda do povo, nós vamos encontrar uma saída para que essa Nação volte a viver democraticamente, harmonicamente. Para que a gente possa, inclusive, restabelecer a paz entre as famílias”, disse em um dos trechos.

O partido do presidente eleito também conseguiu ampliar o número de cadeiras na Câmara dos Deputados, em Brasília. Uma das parlamentares eleitas em Goiás foi a deputada estadual Adriana Accorsi. Ela, assim como Lula, assumirá o mandato já no início do ano que vem. Em entrevista à Agência Assembleia de Notícias, Accorsi comentou as expectativas para o que chamou de um “novo momento”.

“Acredito que nós começamos, desde a noite de domingo com a eleição do presidente Lula, um novo momento no Brasil. Um momento de aprofundar a democracia, de união e pacificação do País. Um momento de retomada das políticas sociais que o povo precisa. Estou entusiasmada, animada, principalmente porque fui eleita deputada federal e estarei lá, junto com o presidente Lula, na reconstrução dos direitos do nosso povo”, destacou.

Em outro trecho do bate-papo ela lembrou que nenhum presidente trabalhou tanto pela melhora da economia brasileira como Lula. “À época, chegamos a ser a sexta economia do mundo. Todas as classes sociais conviveram com uma prosperidade inédita. Tenho convicção e, novamente reafirmo, que estarei lá para contribuir e apoiar o presidente nesse sentido. Trabalharemos para unir e pacificar o País com o objetivo de combater a fome, a miséria, garantir a distribuição de renda e retomar a geração de empregos”.

Alego

A nível estadual, boa parte dos deputados eleitos para a 20ª legislatura da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), assim como Accorsi, nutrem uma expectativa positiva para a gestão petista. “A chegada de Lula abre um novo campo. Ele tem outro estilo de governar o País. Teremos, sem dúvidas, um governo de diálogo e conciliação. Com políticas públicas claras em relação à cultura, esporte, educação e segurança pública. Um governo alinhado com os governadores e gestores municipais”, avaliou o deputado Antônio Gomide (PT).

Sobre Lula, disparou: “É um presidente que concilia e não cria polêmicas de maneira a acirrar o momento político. É exatamente o inverso do que temos hoje. O Lula ganhou porque a maioria da população pensa que a política não é feita com ódio, e sim com diálogos e argumentos. A expectativa é muito boa em relação, principalmente, à paz e a harmonia que podemos criar neste momento”.

Reeleito pelo PSB, o deputado Karlos Cabral também chamou atenção para a necessidade de pacificação do processo político brasileiro. “Cumprimento o presidente eleito pela vitória nessa eleição que foi a mais acirrada da história. Desejo que tenha êxito em seu governo, pelo bem do Brasil. A vontade popular é soberana e uma democracia forte se faz com a garantia do desejo da maioria. A pacificação é necessária para que o Brasil siga em frente com desenvolvimento e igualdade para todos. É hora de encerrar os palanques. Estou pronto para ajudar no que for preciso.”

Talles Barreto, do União Brasil — partido do governador Ronaldo Caiado —, disse que apesar das diferenças, “governo não faz oposição a governo”. “Vejo que o Estado vai ter que fazer um trabalho extremamente republicano. Goiás não pode sofrer perdas, por qualquer tipo de posicionamento político no período eleitoral”.

O parlamentar disse enxergar no governador reeleito um exímio “amadurecimento”, característica capaz de lhe garantir condições de estabelecer boas parcerias. “Encaro tudo com muita serenidade e tranquilidade. Vejo que o País tem tudo para seguir de maneira democrática. Quando se ganha uma eleição, não se ganha somente para seus eleitores. Se ganha para uma população que, com certeza, espera um Brasil cada vez melhor”.

Outro lado

Uma segunda parcela dos deputados, porém, encara com desconfiança a gestão que se avizinha. Reeleito pelo PSC, o deputado Henrique César, por exemplo, disse estar pronto para defender a “pauta da família” se preciso for. “Espero que o novo Governo Federal não se levante contra essa nossa luta. Caso contrário, nos posicionaremos, claro, de maneira educada e democrática, como sempre fizemos”.

Apesar de apoiar a gestão Bolsonaro, que fracassou em seu projeto de reeleição, César diz torcer pelo sucesso do governo que se inicia em 2023. “Nossa torcida é para que o governo dê certo. O Brasil precisa, as pessoas precisam. Precisamos de crescimento econômico, crescimento em todas as áreas. Cabe a nós respeitar as urnas. Se o povo quis assim, nos resta torcer para que mantenham o desenvolvimento que a gestão Bolsonaro iniciou”.

Major Araújo, também reeleito, porém, pelo PL, também comentou a vitória de Lula. O parlamentar, no entanto, foi mais incisivo: “Não tenho expectativa positiva. O que vejo é a volta da corrupção. Basta olhar quem o acompanhou em seu primeiro discurso. São os mesmos que o acompanharam antes, na época dos escândalos. Para mim são claros os sinais de desmonte. O método não vai mudar e o Brasil todo perde com a chegada de Lula ao poder”. O parlamentar também teme prejuízos ao estado. “O PT nunca teve força em Goiás. Agora, que Goiás caminhou com Bolsonaro, penso que seremos ainda mais penalizados”.

Fonte: Assembleia Legislativa de GO

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“Temos que governar com o espírito de JK”, defende Caiado em encontro nacional de lideranças

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Na 2ª edição do Seminário Brasil Hoje, em São Paulo, o governador falou sobre clima de acirramento da política nacional e soluções reais para problemas da população

No debate sobre desafios e oportunidades para os estados, em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK), que comandou o país entre 1956 e 1961 em clima de coalizão. “Foi esse homem que deu conta de fazer todo o desenvolvimento, destacar o Centro-Oeste e o Norte do país”, disse Caiado. A fala foi durante a segunda edição do Seminário Brasil Hoje, realizado nesta segunda-feira (22/04).

O evento reuniu lideranças políticas e do setor privado para debater o cenário econômico atual. “Ninguém governa brigando, nesse clima de acirramento político. O presidente hoje tem que governar com o espírito que JK teve, de poder, se preocupar com matérias relevantes”, disse Caiado. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o goiano encerrou o evento, com a mediação do jornalista Willian Waack.

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Caiado relembrou que, à época de JK, o país também vivia grande clima de polarização política, com diversas forças tentando derrubar o presidente. Ao ser resolvida a crise, JK pediu calma e que o deixassem trabalhar pelo país, sem também promover clima de revanchismo contra adversários.

“Essa polarização é deletéria, todo mundo pode contribuir para seu fim”, disse Tarcísio ao concordar com Caiado. Para ele, o Judiciário, Legislativo, a mídia e mais setores da sociedade também devem atuar para descomprimir o debate. “Estamos cada dia mais próximos do limite, a população não aguenta”, alertou Tarcísio. O encontro foi promovido pela organização Esfera Brasil, que se intitula “apartidária e independente”, com transmissão ao vivo via internet.

Sobre desafios da segurança pública nos estados, Caiado ressaltou que “bandido tem que cumprir pena, e não ficar fazendo falsa política social”. Ele destacou ainda a necessidade do combate às facções criminosas que dominam diversos pontos, nas grandes metrópoles. “Ter territórios onde não se pode entrar significa que não temos um estado democrático de direito”, afirmou.

Como resultado das ações do Governo de Goiás, ele citou que o estado hoje não tem nenhum território dominado por facções e é exemplo nacional em segurança pública.

Seminário
Também integraram a programação do seminário o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além de outras autoridades. Nos demais painéis, foram abordados temas como as perspectivas para as eleições municipais, comunicação, meio ambiente e integração e inovação de cadeias produtivas.

Fotos:_Julia Fagundes Esfera / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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