Distrito Federal

As belas flores de Pirenópolis e da Chapada dos Veadeiros

Publicado

em


O Jardim Botânico de Brasília (JBB) realizou, nos últimos dois anos, dois inventários florísticos em áreas bastante relevantes do cerrado goiano: Pirenópolis e Chapada dos Veadeiros. O objetivo do trabalho foi enriquecer o acervo do Herbário Ezechias Paulo Heringer, localizado no próprio JBB, ampliar o conhecimento sobre a flora e fornecer uma base de dados maior aos pesquisadores e à sociedade.

Foto: Divulgação/Jardim Botânico de Brasília
Em Pirenópolis, foram coletados 719 espécimes de 86 famílias, 227 gêneros e 436 espécies. Na Chapada dos Veadeiros, foram cerca de 1,3 mil espécimes de 99 famílias | Fotos: Divulgação/Jardim Botânico de Brasília

As coletas botânicas foram feitas em expedições mensais no período de um ano. Em Pirenópolis, as expedições ocorreram no Mosteiro Zen Horyu-Zan Eisho-Ji de maio de 2017 a maio de 2018, em uma área de 950 hectares. Na Chapada dos Veadeiros, foi inventariada uma fazenda em bom estado de conservação, de cerca de 300 hectares, localizada na zona de amortecimento do Parque Nacional. As duas áreas nunca haviam sido inventariadas por outra equipe de pesquisa. O levantamento foi realizado de junho de 2019 a abril de 2020 e, posteriormente, em maio deste ano.

“A partir desses estudos, foi registrada a ocorrência de espécies novas, raras, endêmicas e ameaçadas de extinção que são informações importantes para subsidiar políticas ambientais mais efetivas”Aline De Pieri, diretora executiva do Jardim Botânico de Brasília

Ramos em fase reprodutiva foram coletados, prensados conforme as técnicas de herborização e depositados no acervo do Herbário Ezechias Paulo Heringer. As determinações das coletas foram feitas por meio de chaves de identificação e/ou fotos disponíveis em páginas on-line como a Flora do Brasil 2020 e a Rede speciesLink, além da consulta a especialistas.

Em Pirenópolis, foram coletados 719 espécimes de 86 famílias, 227 gêneros e 436 espécies. Na Chapada dos Veadeiros, foram coletados cerca de 1,3 mil espécimes de 99 famílias. Os dados ainda estão em análise.

A diretora executiva do JBB, Aline De Pieri, participou de uma expedição para coleta e ficou apaixonada pelo trabalho dos técnicos e botânicos. Para ela, inventários florísticos em áreas tão biodiversas se mostram de grande importância para a conservação do bioma cerrado. “A partir desses estudos, foi registrada a ocorrência de espécies novas, raras, endêmicas e ameaçadas de extinção que são informações importantes para subsidiar políticas ambientais mais efetivas”, defendeu.

O acervo do Herbário Ezechias Paulo Heringer é formado, principalmente, por plantas do cerrado, que fornecem informações para pesquisas em diversas áreas

Herbário Ezechias Paulo Heringer

O Herbário Ezechias Paulo Heringer, foi criado em 1984. O nome é uma homenagem ao pesquisador responsável pelas primeiras coletas e organização da coleção. Sob a sigla HEPH, a coleção é referência para a flora do cerrado, principalmente do Distrito Federal, e conta, atualmente, com cerca de 36.500 exemplares.

A herborização é um processo de desidratação das plantas. Elas são colocadas em prensas e estufas para secagem. Após esse procedimento, as plantas são costuradas em cartolinas e recebem um rótulo com as informações anotadas no ato da coleta. Por fim, ficam organizadas em armários de aço.

O acervo do HEPH é formado, principalmente, por plantas do cerrado, fornecendo informações para pesquisas em diversas áreas, como morfologia vegetal, taxonomia, filogenia, anatomia e ecologia. Vários pesquisadores realizaram importantes coletas e contribuíram para a formação desse importante acervo, entre eles o professor Ezechias Paulo Heringer e a especialista em educação ambiental Cilúlia Maury. O Herbário Ezechias Paulo Heringer tem uma coleção de plantas organizadas de acordo com o sistema APG (Angiosperm Phylogeny Group) e distribuídas em ordem alfabética por família, gênero e espécie. O acervo informatizado está disponível neste endereço eletrônico.

O intercâmbio de material científico é realizado entre instituições nacionais e internacionais por meio de empréstimo, doação por identificação (troca de duplicatas de plantas pelas suas identificações) e permuta (troca de duplicatas de plantas por duplicatas de outras plantas).

Os grupos taxonômicos mais bem representados são Orchidaceae, Poaceae, Asteraceae, Fabaceae, Malpighiaceae, Myrtaceae e Rubiaceae. Além do acervo do herbário, há também uma coleção de frutos e sementes (carpoteca) composta por 280 exemplares de 65 famílias, uma coleção de madeira (xiloteca) que conta com exemplares de 12 espécies e a palinoteca, coleção de lâminas de pólen, composta por 172 exemplares de 44 espécies de plantas.

*Com informações do Jardim Botânico de Brasília

Fonte: Governo DF

Comentários do Facebook
Continue lendo
Propaganda
Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Distrito Federal

Webinário Junho Verde debate instrução normativa ambiental

Publicados

em


No âmbito das comemorações relacionadas ao mês do meio ambiente, o Instituto Brasília Ambiental, juntamente com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), transmitiu, nesta segunda-feira (21), pelo canal do YouTube da autarquia, o terceiro dia do webinário Junho Verde, com foco na Instrução Normativa (IN) nº 33, que estabelece procedimentos de recuperação ambiental no Distrito Federal.

No início da live, o titular da Superintendência de Licenciamento Ambiental (Sulam) do instituto, Alisson Neves, falou sobre a importância dos mecanismos de recuperação saudável do meio ambiente. Destacou três pontos fundamentais para o processo: a recuperação ambiental não é atividade potencialmente poluidora; o dano ambiental não deve ser terceirizado ao órgão ambiental e os processos de recuperação devem ser apresentados pelos interessados.

Em seguida, a jornalista Bárbara Xavier, da Assessoria de Comunicação do Brasília Ambiental, abriu os trabalhos, apresentando as participantes do órgão – a diretora de Licenciamento Ambiental, Juliana de Castro, e a engenheira Heloísa Carvalho. As palestrantes falaram sobre o ato administrativo, recordando seu histórico e destacando atualizações e inovações do processo.

Em relação à inovação trazida pela IN 33/2020, Juliana de Castro citou a emissão de autorização por adesão e compromisso: “Consiste num documento em que o interessado se compromete a cumprir todas as exigências preestabelecidas pelo órgão ambiental. Ainda está em fase de teste, mas nós estamos confiantes no sucesso desta medida, de maneira a aproximar o interessado do órgão ambiental”.

“A publicação dessa Instrução Normativa foi só o início de um grande trabalho que ainda perdura. À medida que vamos executando, nós vamos amadurecendo as ideias”Heloísa Carvalho, analista do Brasília Ambiental

A respeito da organização e efetividade dos processos de recuperação ambiental, Heloísa Carvalho falou sobre os objetivos, tanto para recomposição de vegetação nativa quanto para reabilitação ecológica. Também abordou os atos motivadores, relatórios de monitoramento, indicadores e quitação da obrigação, entre outros itens. “A publicação dessa Instrução Normativa foi só o início de um grande trabalho que ainda perdura. À medida que vamos executando, nós vamos amadurecendo as ideias”, explicou a engenheira.

O encerramento do webinário Junho Verde, iniciado no dia 7, será na próxima segunda-feira (28), com o tema “A tecnologia a serviço do meio ambiente do DF”, também com transmissão ao vivo pelo YouTube do Brasília Ambiental, a partir das 10h. Confira aqui a programação completa do evento.

*Com informações do Brasília Ambiental

Fonte: Governo DF

Comentários do Facebook
Continue lendo

MAIS LIDAS DA SEMANA