Política

A lei fortalece a sociedade

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Celebrado anualmente em 10 de julho, o Dia Mundial da Lei busca enfatizar a importância do conhecimento da legislação por parte de toda a sociedade. A data foi criada em 1958, nos Estados Unidos, pelo então presidente Dwight D. Eisenhower, mas passou a ser comemorada por diversos países em 1965. 

A palavra lei deriva dos verbos latinos legere, que significa ler, e ligare, em português, ligar. Ou seja, são normas escritas que vinculam e obrigam os cidadãos a uma determinada forma de agir. Um dos mais antigos conjuntos de leis escritas já encontrados é o Código de Hamurabi, oriundo da antiga Mesopotâmia e elaborado pelo rei Hamurabi por volta de 1700 A.C.. O documento foi encontrado por uma expedição francesa em 1901 na região da antiga Mesopotâmia, que hoje corresponde à cidade de Susa, no Irã.

A existência das leis, no sentido jurídico da palavra, se justifica pela necessidade da criação de regras para manter a ordem e convivência harmônicas na sociedade. Considerada como primeiro instrumento do Estado Democrático de Direito, a lei sustenta os pilares e orienta os caminhos da democracia, importância lembrada na data.

“O simples fato de termos uma data para nos recordarmos que, primeiramente, temos leis e, mais importante, temos que cumpri-las sim, independente dos maus exemplos, já é uma vitória, pois assim solidificamos o Estado de Direito que vivemos, nossas liberdades civis e garantias fundamentais”, avalia o mestre em Direito e professor universitário, Marcelo Di Rezende.

No Brasil, a criação de leis é de responsabilidade do Poder Legislativo, o qual é dividido em esferas federal, estadual e municipal. A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) corresponde ao âmbito estadual. 

No topo do ordenamento jurídico

A Constituição Federal é a lei mais importante de todo o País. É ela o parâmetro de validade que regulamenta como – e por quem – devem ser elaboradas as demais legislações e o conteúdo mínimo que necessitam abordar. O Brasil já teve sete em sua história, sendo que a atual foi promulgada em 1988. 

Conforme define o Governo Federal, em seu portal online, “A Constituição deve regular e pacificar os conflitos e interesses de grupos que integram uma sociedade. Para isso, estabelece regras que tratam desde os direitos fundamentais do cidadão, até a organização dos Poderes; defesa do Estado e da Democracia; ordem econômica e social”.

A história republicana do Brasil pode ser espelhada pela maneira como foram elaboradas e assimiladas suas constituições. A mais recente é considerada um marco da redemocratização do País e se diferencia pelo perfil humanitário e de garantia de direitos sociais. 

Vale ressaltar que há normas irrevogáveis, chamadas cláusulas pétreas, como o sistema federativo do Estado; a separação dos Poderes e os direitos e as garantias individuais. Entretanto, como a Constituição é o que rege todo o território nacional, é necessário que certas renovações sejam feitas para que a legislação comporte e reflita as mudanças na sociedade. Essas novidades são introduzidas na Carta Magna a partir de emendas constitucionais, que podem ser sugeridas pelo Legislativo federal, pelo Executivo ou, com maioria relativa, pelas Assembleias Legislativas. Qualquer Proposta de Emenda à Constituição (PEC) deve seguir uma série de regras estabelecidas e, até o momento, já foram aprovadas 122 emendas.

Seguindo a hierarquia do ordenamento, cada Estado tem sua própria Constituição, a qual determina regras mais específicas para os respectivos territórios, mas nunca desrespeitando as normas federais.  

A função de legislar, uma das competências da Alego, consiste na elaboração e alteração das próprias leis, que podem ser ordinárias, complementares, delegadas, decretos legislativos e resoluções, ou ainda, emendas constitucionais.

Como uma lei é criada pela Alego?

Para se tornar projeto de lei no Parlamento goiano, a proposta pode vir dos deputados da Casa, da Governadoria, de outros poderes ou órgãos autônomos, como o Ministério Público e o Tribunal de Justiça, por exemplo, ou, ainda, de iniciativa popular, modalidade que exige assinaturas de um por cento do eleitorado do Estado. A competência sobre o que se pode abordar no âmbito estadual é definida pela Constituição Federal.

Entre os assuntos que um deputado estadual pode legislar estão sistema tributário estadual; meio ambiente e direito urbanístico; produção e consumo; proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; educação, esporte, ciência, tecnologia; saúde; integração social, dentre outros. 

Em linhas gerais, um projeto de lei ordinária, isto é, que trata de temas típicos e mais comuns, obedece ao seguinte trâmite quando proposto por um parlamentar: apresentação, publicação, análise pelas comissões da Casa, votação, em dois turnos, pelo deputados, e, então, sanção ou veto do governador. Todavia, o veto do Executivo poderá ser derrubado pela maioria absoluta do Plenário, ou seja, por 21 parlamentares.

Na avaliação de Paulo Trabalho (PL), lidar com as nuances da tramitação é o principal desafio na propositura de novas leis na Alego. “Esbarramos na morosidade e em diversos aspectos, como a articulação política, para conseguirmos avançar com nossas proposituras”, analisa. Além disso, destaca Trabalho, após aprovadas e sancionadas, as leis muitas vezes podem não ser aplicadas corretamente e precisam de um esforço conjunto entre poder público, órgãos e sociedade para entrarem efetivamente em prática.

De acordo com o professor de Direito Marcelo Di Rezende, o conhecimento que as pessoas no geral têm da legislação ainda é insuficiente. “Muitos avanços já foram feitos no sentido de diminuir isso, com grande ajuda da imprensa inclusive. Mas poderia avançar mais ainda”, pondera. E opina: “A Lei Maior, a Constituição, deveria ser ensinada nas escolas de ensino médio, haja vista ser a mais importante que temos”.

O processo legislativo é um campo permeado de procedimentos, atos e comportamentos próprios que, ao longo do tempo, moldaram uma linguagem específica. Todos estes fatores podem acabar resultando em dificuldades para compreender o ato de legislar e, por isso, a Alego investe em mecanismos para tornar o seu dia a dia acessível aos goianos.

Veterano da Casa em seis mandatos diferentes, Helio de Sousa (PSDB) acredita que para aproximar os cidadãos das leis – desde suas proposições até a entrada em vigor – o segredo é a transparência. “Nas últimas duas décadas, a Alego tem evoluído bastante e eu diria que, neste momento, desenvolveram-se mecanismos nítidos para que qualquer um tenha condições de acompanhar de perto o Legislativo goiano”, opina. 

Além do próprio Portal da Transparência, destacam-se também as coberturas via Agência de Notícias, TV Alego e redes sociais (Instagram, Twitter e Facebook). Isso sem contar as publicações que trazem guias práticos e informações históricas em linguagem acessível.

Fonte: Assembleia Legislativa de GO

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“Temos que governar com o espírito de JK”, defende Caiado em encontro nacional de lideranças

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Na 2ª edição do Seminário Brasil Hoje, em São Paulo, o governador falou sobre clima de acirramento da política nacional e soluções reais para problemas da população

No debate sobre desafios e oportunidades para os estados, em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK), que comandou o país entre 1956 e 1961 em clima de coalizão. “Foi esse homem que deu conta de fazer todo o desenvolvimento, destacar o Centro-Oeste e o Norte do país”, disse Caiado. A fala foi durante a segunda edição do Seminário Brasil Hoje, realizado nesta segunda-feira (22/04).

O evento reuniu lideranças políticas e do setor privado para debater o cenário econômico atual. “Ninguém governa brigando, nesse clima de acirramento político. O presidente hoje tem que governar com o espírito que JK teve, de poder, se preocupar com matérias relevantes”, disse Caiado. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o goiano encerrou o evento, com a mediação do jornalista Willian Waack.

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Caiado relembrou que, à época de JK, o país também vivia grande clima de polarização política, com diversas forças tentando derrubar o presidente. Ao ser resolvida a crise, JK pediu calma e que o deixassem trabalhar pelo país, sem também promover clima de revanchismo contra adversários.

“Essa polarização é deletéria, todo mundo pode contribuir para seu fim”, disse Tarcísio ao concordar com Caiado. Para ele, o Judiciário, Legislativo, a mídia e mais setores da sociedade também devem atuar para descomprimir o debate. “Estamos cada dia mais próximos do limite, a população não aguenta”, alertou Tarcísio. O encontro foi promovido pela organização Esfera Brasil, que se intitula “apartidária e independente”, com transmissão ao vivo via internet.

Sobre desafios da segurança pública nos estados, Caiado ressaltou que “bandido tem que cumprir pena, e não ficar fazendo falsa política social”. Ele destacou ainda a necessidade do combate às facções criminosas que dominam diversos pontos, nas grandes metrópoles. “Ter territórios onde não se pode entrar significa que não temos um estado democrático de direito”, afirmou.

Como resultado das ações do Governo de Goiás, ele citou que o estado hoje não tem nenhum território dominado por facções e é exemplo nacional em segurança pública.

Seminário
Também integraram a programação do seminário o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além de outras autoridades. Nos demais painéis, foram abordados temas como as perspectivas para as eleições municipais, comunicação, meio ambiente e integração e inovação de cadeias produtivas.

Fotos:_Julia Fagundes Esfera / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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