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A força no campo

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Nesta quarta-feira, 25, é comemorado o Dia do Trabalhador e Trabalhadora Rural. A data foi instituída no Decreto de Lei nº 4.338, de 1º de Maio de 1964, motivada pela morte do deputado federal Fernando Ferrari (1921-1963), do Rio Grande do Sul – político engajado na luta dos trabalhadores rurais por seus direitos e questões sociais.

A morte de Ferrari se tornou uma data símbolo para os trabalhadores rurais. Em 1971 foi instituído o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural, com a Lei Complementar nº 11, que ficou conhecida como Lei Fernando Ferrari.

O presidente da Casa de Leis, Lissauer Vieira (PSD), destaca que essa data merece ser reconhecida e comemorada, sobretudo em Goiás, onde a força da economia provém do campo. “Como produtor rural e árduo defensor do nosso agronegócio, sei da importância do trabalho de todos esses homens e mulheres que, com muita garra, dedicação e amor pela terra, contribuem diariamente para alimentar o mundo e gerar desenvolvimento no campo e na cidade. Sem dúvidas, são dignos de toda a nossa homenagem, respeito e admiração.”

O presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, deputado Amauri Ribeiro (UB), enaltece a dedicação dos trabalhadores rurais. “Dedico minha homenagem àqueles que trabalham para alimentar o mundo. O que seria da cidade se não fossem os trabalhadores de mãos calejadas pelo árduo trabalho no campo? Por isso, temos a obrigação de valorizar essas pessoas que, na maioria das vezes, são desvalorizadas por quem recebem seus serviços. ‘Se o campo não planta, a cidade não janta’.”

Trabalhadora rural, Maria Aparecida do Carmo afirma que trabalhar é dignificante, seja onde for. “O trabalho dignifica o homem, né? E a gente gosta de estar na roça, plantar e colher, cuidar das criações de animais. Isso é muito bom porque a gente ajuda a cidade também”, afirma. Ela trabalha em uma fazenda próxima ao município de Edeia, a 130 km de Goiânia.

Direitos trabalhistas

Os direitos previstos no artigo 7º da Constituição Federal de 1988 são garantidos aos trabalhadores rurais, pode-se destacar: seguro-desemprego, FGTS, salário mínimo, 13º Salário, adicional noturno, salário-família, jornada de trabalho de 8 horas diárias e 44 horas semanais, jornada de 6 horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, repouso semanal remunerado.

Também: horas extras, férias anuais remuneradas com pelo menos um terço a mais do que o salário normal, salário-maternidade, licença-paternidade, aviso prévio, adicional de insalubres ou perigosas, na forma da lei, benefícios previdenciários, convenções e acordos coletivos de trabalho, intervalos intrajornada e interjornada.

Ainda em relação aos direitos dos trabalhadores e das obrigações dos empregadores rurais, o art. 4º do Regulamento do Trabalho Rural (RTR) estabelece quais artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) deverão ser aplicados.

Trabalho Noturno

O trabalho noturno será remunerado com acréscimo de 25% sobre o valor da hora normal. Para apuração das horas noturnas o empregador deverá observar as seguintes regras:

  • Lavoura –  será considerado como trabalho noturno aquele realizado entre às 21 horas de um dia às 5 horas do dia seguinte
  • Pecuária – o trabalho noturno será aquele realizado entre às 20 horas de um dia às 4 horas do dia seguinte.

 Projetos de lei

Com o objetivo de propor a criação do calendário de produção da agricultura familiar em Goiás, o deputado Wagner Neto (PRTB) apresentou o projeto de lei 2001/20. Trata-se de um acervo de informações sobre o tipo de cultura produzida, a região atendida pelo produtor, a época prevista da colheita e a quantidade estimada.

Em suas justificativas, Wagner Neto explica que o calendário vai servir de guia para a compra de produtos oriundos da agricultura familiar, empreendedores familiares, comunidades indígenas e quilombolas, bem como fornecedores de gêneros alimentícios certificados como orgânicos e agroecológicos, assim como organizações com maioria de agricultores familiares ou empreendedores familiares em seu quadro de sócios.

“A intenção principal é para que o calendário sirva de guia, já que a agricultura familiar é fonte de renda de uma grande quantidade de famílias”, explica o parlamentar.

De acordo com Wagner Neto, existem dois programas do Governo Federal que possibilitam a comercialização dos produtos da agricultura familiar: o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), baseado na oferta de alimentação escolar e de ações de educação alimentar e nutricional; e o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), que visa promover o acesso à alimentação e incentivar a agricultura familiar.

“A agricultura familiar representa um canal importante de comercialização e geração de renda com regularidade, contribuindo para a inclusão produtiva, a geração de emprego no meio rural e o estímulo ao cooperativismo”, completa o deputado.

Tramita na Assembleia Legislativa também o projeto de lei, de autoria da deputada Lêda Borges (PSDB), que institui o Programa Estadual de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PEAAF). O projeto dispõe sobre a compra institucional de alimentos da agricultura familiar e da economia solidária em Goiás. A propositura, protocolada com o número 2704/20 está em fase de primeira votação parlamentar.

Outro importante projeto de lei apresentado pelo deputado Wagner Neto propõe aumentar o porcentual de compra de gêneros alimentícios da produção de agricultores familiares, pela Administração Pública. Para tanto, modifica a Lei nº 19.167, de 18 de julho de 2017, que institui a Política Estadual de Compra da Produção da Agricultura Familiar. A matéria, que tramita na Casa com o nº 4514/21, está em primeira fase de discussão e votação.

A propositura determina que dos recursos reservados a cada exercício financeiro, à aquisição de gêneros alimentícios pelos órgãos e entidades da administração pública estadual direta, autárquica e fundacional, devem ser destinados 50%, no mínimo, à aquisição da produção de agricultores familiares, das suas organizações, de empreendedores familiares rurais e dos demais beneficiários previstas nesta proposta.

Wagner Neto informa que, atualmente, o porcentual destinado a agricultores familiares é de 30% e que, pela sua proposta, passaria para 50%, no mínimo, as aquisições, além de estender essa obrigatoriedade a todos os municípios goianos.

“A agricultura familiar é um importante pilar para a economia brasileira. Segundo dados do relatório da Organização das Nações Unidas, denominado Estado da Alimentação e da Agricultura, o segmento tem capacidade para colaborar na erradicação da fome mundial e alcançar a segurança alimentar sustentável”, argumenta o parlamentar.

De autoria do presidente Lissauer Vieira, foi aprovado em segunda votação o projeto de lei nº 2249/19, que altera a lei que autoriza a concessão de crédito outorgado do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) nas operações internas, com mercadorias destinadas a construções vinculadas ao Programa Habitar Melhor.

O projeto modifica a Lei nº 14.542/2003 e passa a vigorar com o acréscimo da obrigatoriedade da instituição de centros de treinamento para o produtor rural e pequenas agroindústrias rurais. Esses centros devem ser fomentados por sindicatos rurais, sindicatos de trabalhadores rurais e cooperativas rurais.

Lissauer justifica que, de acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), a inclusão dos sindicatos rurais, sindicatos dos trabalhadores rurais e cooperativas rurais entre os beneficiários do programa possibilitará a construção de centros de treinamento para o produtor rural. Além disso, viabilizará a instalação de pequenas agroindústrias nas áreas rurais, que proporcionarão qualidade de vida, promoção e inclusão social de várias famílias que necessitam de ajuda para desenvolver os seus trabalhos.

“A construção de centros de treinamento para o produtor rural possibilita o atendimento das necessidades dos produtores e trabalhadores rurais, e das exigências das unidades produtivas e do mercado de trabalho, ampliando e melhorando a produtividade e rentabilidade. Já a instalação de agroindústrias no meio rural, além de aumentar a renda das famílias, contribui para a inserção dos jovens em atividades produtivas e a sua permanência no campo”, afirma.

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Política

“Temos que governar com o espírito de JK”, defende Caiado em encontro nacional de lideranças

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Na 2ª edição do Seminário Brasil Hoje, em São Paulo, o governador falou sobre clima de acirramento da política nacional e soluções reais para problemas da população

No debate sobre desafios e oportunidades para os estados, em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek (JK), que comandou o país entre 1956 e 1961 em clima de coalizão. “Foi esse homem que deu conta de fazer todo o desenvolvimento, destacar o Centro-Oeste e o Norte do país”, disse Caiado. A fala foi durante a segunda edição do Seminário Brasil Hoje, realizado nesta segunda-feira (22/04).

O evento reuniu lideranças políticas e do setor privado para debater o cenário econômico atual. “Ninguém governa brigando, nesse clima de acirramento político. O presidente hoje tem que governar com o espírito que JK teve, de poder, se preocupar com matérias relevantes”, disse Caiado. Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o goiano encerrou o evento, com a mediação do jornalista Willian Waack.

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Em seminário nacional, Caiado fala que presidente da República deve seguir exemplo de JK

Caiado relembrou que, à época de JK, o país também vivia grande clima de polarização política, com diversas forças tentando derrubar o presidente. Ao ser resolvida a crise, JK pediu calma e que o deixassem trabalhar pelo país, sem também promover clima de revanchismo contra adversários.

“Essa polarização é deletéria, todo mundo pode contribuir para seu fim”, disse Tarcísio ao concordar com Caiado. Para ele, o Judiciário, Legislativo, a mídia e mais setores da sociedade também devem atuar para descomprimir o debate. “Estamos cada dia mais próximos do limite, a população não aguenta”, alertou Tarcísio. O encontro foi promovido pela organização Esfera Brasil, que se intitula “apartidária e independente”, com transmissão ao vivo via internet.

Sobre desafios da segurança pública nos estados, Caiado ressaltou que “bandido tem que cumprir pena, e não ficar fazendo falsa política social”. Ele destacou ainda a necessidade do combate às facções criminosas que dominam diversos pontos, nas grandes metrópoles. “Ter territórios onde não se pode entrar significa que não temos um estado democrático de direito”, afirmou.

Como resultado das ações do Governo de Goiás, ele citou que o estado hoje não tem nenhum território dominado por facções e é exemplo nacional em segurança pública.

Seminário
Também integraram a programação do seminário o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além de outras autoridades. Nos demais painéis, foram abordados temas como as perspectivas para as eleições municipais, comunicação, meio ambiente e integração e inovação de cadeias produtivas.

Fotos:_Julia Fagundes Esfera / Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

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