Nacional
“Crescimento da pobreza precisa ser atacado com estabilidade da economia”, diz Rosito
A coordenadora da Trilha de Finanças fala dos avanços da presidência brasileira no G20. Ela destaca a acolhida positiva dos países-membros às propostas brasileiras de cooperação global
A embaixadora e coordenadora da Trilha de Finanças do G20, Tatiana Rosito, anunciou nesta sexta-feira (15) os resultados positivos da primeira semana de reunião da Trilha de Sherpas e de Finanças, com vice-ministros e vice-presidentes dos bancos centrais dos países-membros, no Palácio Itamaraty, em Brasília (DF).
Durante coletiva de imprensa, Rosito enfatizou temas prioritários para a agenda do G20, delineada pela presidência brasileira do G20. Inclusão social, combate à fome e à desigualdade, transição energética e equilíbrio nos pilares do desenvolvimento sustentável foram os principais focos da discussão na semana. Ela destacou, em especial, o trabalho de duas forças-tarefa: a Força-tarefa para Aliança Global contra a Fome e Pobreza; e a Força-tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima.
Conforme Tatiana Rosito, a reunião específica de ministros da Fazenda e presidentes dos Bancos Centrais tratou questões fundamentais como o fortalecimento dos bancos multilaterais de desenvolvimento, soluções para a dívida de países pobres e de renda média e fluxos de capitais para economias emergentes, além da criação de uma rede global de segurança financeira.
“De forma geral, tivemos uma boa acolhida a todas as propostas do Brasil. Há o entusiasmo dos membros do G20 com a primeira reunião que ocorreu aqui. Uma agenda que atende as correções das desigualdades, que são reconhecidas como possíveis causas de uma exacerbação de conflitos sociais e até políticos. Há o reconhecimento de que o crescimento dessa desigualdade, que o crescimento da pobreza, precisa ser atacado como uma força de estabilidade da economia global”, relatou.
Investimentos privados na pauta
Outros destaques incluem a busca por recursos privados para investimentos em transição energética e a necessidade de mitigar riscos cambiais. A embaixadora destacou a importância da arquitetura financeira dos fundos climáticos, visando ampliar o acesso e reduzir burocracias.
“Na atualidade, cerca de US$ 10 bilhões desses fundos não chegam aos usuários, pois o acesso é muito difícil. São fundos importantes, porque são concessionais. Ou seja, estamos tratando de doações ou de empréstimos que podem alavancar um volume muito maior de recursos”, avaliou.
A transição justa, a construção de planos nacionais e a liderança do Brasil na área de infraestrutura resiliente também foram mencionadas. A embaixadora expressou otimismo em relação à receptividade das propostas brasileiras e destacou a troca de experiências no setor de finanças e saúde.
Além disso, a tributação internacional foi tratada como uma das prioridades brasileiras. Rosito falou do apoio recebido para uma agenda mais inclusiva e progressiva, alinhada aos interesses do Sul Global e países em desenvolvimento.
“Isso ecoou muito, tanto nos países emergentes quanto nas economias avançadas, que fazem parte do G20. Saímos muito satisfeitos e com um apoio bastante grande para implementarmos uma agenda que seja inovadora”, pontuou.
Nacional
“Caminhos assistenciais” do Governo Federal liberam rodovias para garantir abastecimento do Rio Grande do Sul
Prioridade é a liberação ágil de trechos essenciais para assegurar o fluxo de veículos com suprimentos, comida, oxigênio e combustível
Com mais de 400 cidades atingidas pelo alto volume de chuvas que caiu sobre o território gaúcho, o Governo Federal desenvolveu um plano emergencial para reestabelecer o fluxo viário em rotas estratégicas para assegurar o atendimento da população e impedir o desabastecimento de itens essenciais para a população do Rio Grande do Sul.
“Esses caminhos assistenciais, como estamos chamando, são para garantir salvamento e abastecimento do estado, sobretudo com oxigênio e remédio, comida e água, além da chegada de combustível, para não haver outras paralisações nesta crise e intensificarem ainda mais o sofrimento do povo gaúcho neste momento”, informou o ministro dos Transportes, Renan Filho. “É um plano de trabalho com prioridades a serem adotadas em 48 horas”.
Para isso, são usados maquinários pesados, como tratores, escavadeiras, guindastes e caminhões. Há cerca de 200 equipamentos e 600 homens atuando diretamente no estado. Em alguns pontos de rompimento de trechos de estrada, a solução é preencher as brechas com pedras para permitir a passagem dos veículos. Um dos trechos liberados é a BR 290, que liga Porto Alegre a Santa Maria e segue até a fronteira com a Argentina, por onde passa 30% do comércio internacional do país. Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), de concessionárias e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) seguem no para restabelecer o fluxo viário.
“Liberamos o fluxo na BR 290. O momento é de trabalhar pela preservação da vida, reencontro das famílias e reconstrução do Rio Grande do Sul. Nesses caminhos serão permitidos transporte de alimentos, remédios, oxigênio, combustíveis, resgates e pacientes em ambulâncias”, comentou o ministro.
Já estão liberados também trechos das BRs-116/RS, entre Estância Velha a Nova Petrópolis; de Vacaria a Campestre da Serra; e de Caxias a São Marcos. Também foi restabelecido o fluxo na BR-392/RS, de Santa Maria a Caçapava do Sul, possibilitando o acesso ao Porto de Rio Grande, beneficiando a região de Pelotas. Até esta quarta-feira (8/5), serão realizadas ainda as seguintes liberações: na BR-116/RS, sentido norte do estado, no trecho do Viaduto da Scharlau, e a ponte sobre o Rio dos Sinos.
Na BR-470, passagem liberada de Carlos Barbosa a Montenegro; na BR-386, a ponte sobre o rio Taquari, em Estrela e Lajeado também teve o fluxo retomado, assim como na BR-290, de Eldorado a Santa Maria, com construção de um bueiro. Já no caso da BR-158, de Santa Maria a Cruz Alta, o trânsito ainda ocorre com escolta, apenas para passagens de veículos emergenciais, pois há risco no trajeto. Trânsito liberado também na BR-448, a Rodovia do Parque.
Para o ministro, chama a atenção nesse desastre a amplitude, a velocidade com que as águas subiram e a demora no escoamento, o que dificulta o dimensionamento da crise e o atendimento. “A prioridade agora é salvar vidas, liberar vias para passagem de equipes de resgate e pronto socorro e, depois, pensarmos na reconstrução”, listou.
1 BILHÃO – Em reunião com parlamentares na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o ministro ainda informou que cerca de R$ 1 bilhão serão destinados pelo Governo Federal à reconstrução de rodovias federais, além do orçamento previamente destinado ao estado de R$ 1,7 bilhão.
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