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Produção goiana de algodão deve aumentar 4,7% no ciclo 2023/2024

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Levantamento também indica perspectivas positivas para arroz e trigo em Goiás. Produção total de grãos deve alcançar o segundo melhor resultado da série histórica

Goiás ocupa a quinta posição do ranking nacional de maiores cotonicultores. Foto: Wenderson Araújo/CNA

Goiás ocupa a quinta posição do ranking nacional de maiores cotonicultores. Foto: Wenderson Araújo/CNA

As lavouras goianas devem entregar 136,0 mil toneladas de algodão na Safra 2023/2024. O volume representa um crescimento de 4,7% em relação à Safra 2022/2023 e coloca Goiás na quinta posição do ranking nacional de maiores cotonicultores. De acordo com o 2º Levantamento da Safra de Grãos 2023/2024, divulgado na quinta-feira (9/11) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Estado deve registrar aumento da área plantada com algodão no atual ciclo, motivado pela estabilidade do mercado. O avanço estimado é de 7,3% frente ao resultado do ciclo anterior.

O desempenho goiano contraria a tendência nacional, que é de recuo na produção de algodão na temporada 23/24. A queda de volume projetada pela Conab é de 4,1% em comparação com o total produzido na temporada anterior, mesmo com avanço na área plantada (+4,2%). Segundo o órgão, o país deve produzir 7,4 milhões de toneladas de algodão no atual ciclo.

O 2º Levantamento da Safra de Grãos 2023/2024 também aponta para expansão das produções de arroz e trigo em Goiás. No caso do arroz, o crescimento estimado é de 8,1% em relação à última safra, atingindo 88,2 mil toneladas. A produção de trigo deve alcançar 267,0 mil toneladas, o que representa quase o dobro (+97,8%) do volume produzido na temporada 22/23. Já a produção total de grãos deve ficar em 30,3 milhões de toneladas (-7,1% frente ao resultado do ciclo passado).

“Apesar do recuo em relação à última safra, este é o segundo melhor resultado do agronegócio goiano na série histórica deste levantamento da Conab. Estamos sofrendo o efeito do El Niño, que tem impacto importante sobre a produtividade das culturas, e há também desafios de mercado relevantes. Mesmo assim, temos boas notícias, e seguimos trabalhando, ao lado do produtor, para abrir novos mercados e avançar cada vez mais”, afirma o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leonardo Rezende.

Saiba mais
O Boletim de Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos é uma publicação mensal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O periódico traz o resultado do monitoramento das condições de desenvolvimento das principais culturas agrícolas do país: algodão, amendoim, arroz, aveia, canola, centeio, cevada, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale. A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) contribui com o trabalho da Conab e faz regularmente uma leitura dos dados com recorte estadual.

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Brasil vai importar arroz para evitar especulação de preços

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Para evitar uma possível escalada no preço arroz, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai comprar o produto já industrializado e empacotado no mercado internacional. A informação foi dada nesta terça-feira (7) pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Trata-se de um dos efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional de arroz.

De acordo com o ministro, perdas na lavoura, em armazéns alagados e, principalmente, a dificuldade logística para escoar o produto, com rodovias interditadas, poderia criar uma situação de desabastecimento, elevando os preços no comércio.

“O problema é que teremos perdas do que ainda está na lavoura, e algumas coisas que já estão nos armazéns, nos silos, que estão alagados. Além disso, a grande dificuldade é a infraestrutura logística de tirar do Rio Grande do Sul, neste momento, e levar para os centros consumidores”, explicou. Os recursos para a compra pública de estoques de arroz empacotado serão viabilizados por meio da abertura de crédito extraordinário.

“Uma das medidas já está sendo preparada, uma medida provisória autorizando a Conab a fazer compras, na ordem de 1 milhão de toneladas, mas não é concorrer. A Conab não vai importar arroz e vender aos atacadistas, que são compradores dos produtos do agricultor. O primeiro momento é evitar desabastecimento, evitar especulação”, acrescentou o ministro. A MP depende da aprovação, pelo Congresso Nacional, de um decreto legislativo que reconhece a calamidade pública no Rio Grande do Sul e, com isso, suspende os limites fiscais impostos pela legislação para a ampliação do orçamento. O decreto, já foi aprovado na Câmara dos Deputados, deve ser votado ainda nesta terça pelo Senado.

Na primeira etapa, o leilão de compra da Conab, uma empresa pública federal, será para 200 mil toneladas de arroz, que devem ser importados dos países vizinhos do Mercosul, como Argentina, Uruguai e Paraguai, e eventualmente da Bolívia. “Se a gente for rápido na importação, a gente mantém [o preço] estável”, garantiu. O restante, até totalizar 1 milhão de toneladas, será importando conforme a avaliação de mercado. Essa cota ainda poderá ser elevada, se for necessário, assegurou o ministro.

Fávaro explicou que a Conab só deverá revender o produto no mercado interno diretamente para pequenos mercados, nas periferias das cidades, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, para não afetar a relação dos produtores de arroz brasileiros com os atacadistas, que são seus principais clientes. Mais cedo, em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia antecipado a informação de que o país poderia ter que importar arroz e feijão. No entanto, segundo o ministro Fávaro, apenas a importação de arroz será necessária.

O Brasil produz cerca de 10,5 milhões de toneladas de arroz, sendo que entre 7 e 8 milhões vêm de produtores gaúchos. O consumo interno anual, de 12 milhões de toneladas, supera a produção nacional, e o país já costuma importar o grão todos os anos.

Prorrogação de dívidas

O ministro Carlos Fávaro também informou ter se reunido, mais cedo, com representantes da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul e 123 sindicatos rurais para avaliar as demandas do setor frente ao desastre causado pelas chuvas no estado. O titular da pasta da Agricultura adiantou que, a pedido dos produtores, o governo deverá analisar o pedido de  prorrogação imediata, por 90 dias, de todos os débitos do setor.

A prorrogação é do pagamento de parcelas de empréstimos e operações financeiras de custeio e investimentos, contratadas pelos produtores. A medida precisa de aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelos ministérios da Fazenda, do Planejamento e pelo Banco Central. O órgão deverá realizar uma reunião extraordinária nos próximos dias para encaminhar o pleito dos produtores gaúchos.

Edição: Aline Leal / Agencia Brasil

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