Economia

Taxas de juros seguem em patamar alto, com leve redução em setembro

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A taxa média de juros das concessões de crédito livre e direcionado teve leve queda no mês passado, mas mantém a tendência de alta em 12 meses, segundo as Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas hoje (27) pelo Banco Central (BC). A taxa alcançou 28,6% ao ano em setembro, redução de 0,2 ponto percentual no mês e alta de 7 pontos percentuais em 12 meses.

A alta dos juros bancários médios ocorre em um momento em que a taxa básica de juros da economia, a Selic, está em seu maior nível desde janeiro de 2017, em 13,75% ao ano. Ontem (26), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a Selic nesse mesmo patamar.

Essa foi a segunda vez seguida em que o BC não mexe na taxa, que permanece nesse nível desde agosto. Anteriormente, o Copom tinha elevado a Selic por 12 vezes consecutivas, em um ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. A Selic é o principal instrumento usado pelo BC para alcançar a meta de inflação.

A entidade avalia que a alta na Selic tem sido repassada para as taxas finais de diferentes modalidades de crédito e não descarta a possibilidade de novos aumentos caso a inflação não caia como o esperado. A elevação da taxa básica ajuda a controlar a inflação porque causa reflexos nos preços, já que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, contendo a demanda aquecida.

No crédito livre para as famílias, a taxa média de juros chegou a 53,7% ao ano, com recuo de 0,3 ponto percentual em relação a agosto e aumento de 12,5 pontos percentuais em 12 meses. Nas contratações com empresas, a taxa livre subiu 0,2 ponto percentual no mês e cresceu 5,9 pontos percentuais em 12 meses, alcançando 22,9% ao ano.

Para pessoas físicas, o destaque do mês foi o cheque especial, com alta de 6,2 pontos percentuais em setembro e 5 pontos percentuais em 12 meses, indo para 134,6% ao ano. Já o crédito consignado teve elevação de 0,3 ponto percentual no mês e 6,4 pontos percentuais em 12 meses (25,4%). Por outro lado, os juros do crédito pessoal não consignado caíram 3,7 pontos percentuais no mês de setembro e aumentaram 4,3 pontos percentuais em 12 meses (81,7% ao ano).

Cartão de crédito

Já as taxas do cartão de crédito tiveram alta de 0,8 ponto percentual no mês e 25,2 pontos percentuais em 12 meses, alcançando 88,5% ao ano. No crédito rotativo, que é aquele tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão e dura 30 dias, houve queda de 10,9 pontos percentuais em setembro e aumento de 50 pontos percentuais em 12 meses, indo para 388,7% ao ano. Após os 30 dias, as instituições financeiras parcelam a dívida. Nesse caso do cartão parcelado, os juros caíram 1,9 ponto percentual no mês e subiram 16,2 pontos percentuais em 12 meses, para 184,9% ao ano.

No crédito livre às empresas, houve aumento de 0,7 ponto percentual no mês e alta de 5,5 pontos percentuais em 12 meses em capital de giro, chegando a 23,1% ao ano. Já no cheque especial, os juros subiram 2,4 pontos percentuais em setembro e caíram 9,2 pontos percentuais em 12 meses, indo para 325,7% ao ano. As operações de desconto de cheque tiveram aumento de 0,7 ponto percentual nos juros em setembro e alta de 9,7 pontos percentuais em 12 meses (38,5%)

Já as taxas para o financiamento a importações caíram 4,8 pontos percentuais em setembro e 5,6 pontos percentuais em 12 meses, para 6,9% ao ano. Por fim, o cartão de crédito teve alta de 1,1 ponto percentual nos juros do mês e aumento de 11 pontos percentuais em 12 meses, para 32,1% ao ano.

Crédito direcionado

Essas taxas são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado, que tem regras definidas pelo governo, é destinado basicamente aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.

No caso do crédito direcionado, a taxa média para pessoas físicas ficou em 10,7% ao ano em setembro, variação positiva de 0,1 ponto percentual mês e alta de 3,3 pontos percentuais em 12 meses. Para as empresas, a taxa subiu 0,3 ponto percentual no mês e variou 0,1 ponto percentual para baixo em 12 meses, indo para 9,4% ao ano.

Alta das contratações

Mesmo com a manutenção dos juros em alta, em setembro, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos do Sistema Financeiro Nacional (SFN) ficou em R$ 5,176 trilhões, com aumento de 2,2% em relação a agosto, que refletiu, basicamente, os incrementos de 2,6% no saldo das operações de crédito pactuadas com pessoas jurídicas (R$ 2,109 trilhões) e de 1,9% no de pessoas físicas (R$ 3,067 trilhões). O crescimento em 12 meses da carteira chegou a 16,8% no mês passado. O saldo do crédito correspondeu a 55% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços que o país produz.

O crédito ampliado ao setor não financeiro, que é o crédito disponível para empresas, famílias e governos independentemente da fonte (bancário, mercado de título ou dívida externa) alcançou R$ 14,479 trilhões, crescendo 1,5% no mês e 10,7% em 12 meses.

Endividamento das famílias

De acordo com o BC, a inadimplência (considerados atrasos acima de 90 dias) tem se mantido estável há bastante tempo, com pequenas oscilações, e registrou 2,8% em setembro. Nas operações de crédito livre para pessoas físicas, está em 5,7% e para pessoas jurídicas em 1,9%.

O endividamento das famílias, relação entre o saldo das dívidas e a renda acumulada em 12 meses, ficou em 52,9 em agosto, em níveis recordes que refletem o aumento das concessões de empréstimos. Houve queda de 0,4% no mês e alta de 3,5% em 12 meses. Com a exclusão do financiamento imobiliário, que pega um montante considerável da renda, ficou em 33,5% no mês de agosto.

Já o comprometimento da renda, relação entre o valor médio para pagamento das dívidas e a renda média apurada no período, ficou em 29,4% em agosto, crescimento de 0,8% no mês e 3,9% em 12 meses, recorde da série iniciada em janeiro de 2005. Para esses últimos dados, há uma defasagem maior do mês de divulgação, pois o Banco Central depende de dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBG

Edição: Maria Claudia

Fonte: EBC Economia

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Dia das Mães: pesquisa do Procon Goiás aponta variação superior a 220% nos preços dos presentes

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Oscilação foi encontrada no vaso da flor azaléia, vendido de R$ 24,90 a R$ 80. Levantamento foi feito com 156 itens em 54 estabelecimentos da capital

O Dia das Mães é comemorado no próximo domingo (12/05) e para ajudar o consumidor a fazer a melhor escolha do presente, o Procon Goiás realizou pesquisa de preços em 54 estabelecimentos de Goiânia entre os dias 25 de abril e 2 de maio. Foram levantados preços de 156 produtos, como cestas de café da manhã, flores, maquiagens, perfumes e eletrônicos. A pesquisa completa feita pelo Procon Goiás, com relatório e planilhas, está disponível no site goias.gov.br/procon.

A principal variação apontada pela pesquisa foi de 221,28% no vaso da flor azaléia, vendido de R$ 24,90 a R$ 80. Outro produto com variação considerável (206,90%) é o pó compacto da marca Bruna Tavares, vendido de R$ 27,99 a R$ 85,90.

Os pesquisadores do Procon Goiás encontraram ainda uma sessão de massagem relaxante de 50 minutos entre R$ 80 e R$ 184, variação de cerca de 130%. O levantamento também levou em conta produtos eletrônicos, sendo que a maior diferença nesses itens foi superior a 135% e ocorreu no depilador Philips 2 velocidades, comercializado de R$ 199 a R$ 469.

A pesquisa também levou em conta variações dos produtos em relação ao ano passado. Teve produto com aumento superior a 95%. É o exemplo da paleta de sombras da marca Mariana Saad, vendida ano passado por R$ 80,97 e esse ano por R$ 157,95. Em relação a 2023, a cesta de café da manhã com 50 itens teve aumento de 52,80%. O produto era vendido ano passado a R$ 219,90 e esse ano a R$ 336.

Essa data é considerada a principal no calendário do comércio no primeiro semestre. Segundo pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL Goiânia), o Dia das Mães deve levar 94% dos consumidores às compras na capital. Dados da entidade apontam que, este ano, o ticket médio para compra do presente será de R$ 155, com cerca de dois produtos por cada consumidor.

Procon Goiás divulga pesquisa de preços de produtos para presentes do Dia das Mães

Procon Goiás divulga pesquisa de preços de produtos para presentes do Dia das Mães

Orientações
Antes de ir às compras, pesquise os preços, para que não pese no orçamento familiar. O consumidor precisa se atentar ao fato de que os produtos têm de estar expostos com os preços de maneira clara e visível. O produto deve mostrar 2 preços: o total à vista e o valor das parcelas (no caso de parcelamento do pagamento).

Toda loja tem sua política de troca e o estabelecimento só é obrigado a efetuar a troca do produto se ele apresentar algum defeito. O Código de Defesa do Consumidor prevê dois prazos para reclamação: 30 dias para os produtos e serviços não duráveis e 90 dias para produtos e serviços duráveis.

Quanto às compras de aparelhos eletrônicos, o consumidor deve testar o funcionamento do aparelho ainda dentro do estabelecimento, verificar da existência de manual de instruções em nosso idioma e a relação da rede autorizada de assistência técnica do produto.

No caso de compras realizadas fora da loja física, o consumidor deve exigir o comprovante da data de entrega. Nesse caso, o prazo de desistência da compra é de 7 dias a partir do recebimento do produto. Exija sempre a nota fiscal na aquisição de qualquer produto, pois ela é importante caso o consumidor precise fazer valer os seus direitos e formalizar uma reclamação.

Fotos: Procon Goiás / Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor – Governo de Goiás

 

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