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RioFilme lança edital de cash rebate para produções no Rio de Janeiro

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A RioFilme, órgão vinculado à Secretaria de Governo e Integridade Pública (Segovi) da prefeitura do Rio de Janeiro, está com inscrições abertas para o Edital de Incentivo à Atração de Produções Audiovisuais para o Município do Rio. É a primeira vez que a RioFilme abre um edital de cash rebate, mecanismo lançado no ano passado pelo município de São Paulo, que prevê retorno de um percentual dos valores gastos na produção. O edital de São Paulo foi com valor de R$ 7,5 milhões, já o edital carioca tem valor de R$ 15 milhões, e permite que produções de outros estados e internacionais possam ter um retorno de até 35% dos valores que forem gastos na capital fluminense.

Atualmente, o Rio de Janeiro é o segundo cash rebate do Brasil e o maior, segundo o diretor de Investimento da RioFilme, Maurício Hirata. Eele explica que o cash rebate faz o financiamento parcial da parte da obra que é filmada no Rio de Janeiro. “Não é exatamente um reembolso. Mas o efeito é o mesmo. Por exemplo, para uma obra que vai investir R$ 1 milhão na sua produção na cidade do Rio de Janeiro, a gente banca 30% disso, ou seja, R$ 300 mil”.

Os R$ 15 milhões serão disponibilizados no edital ainda para 2022, em regime de fluxo contínuo. Esses recursos são parte dos R$ 55 milhões referentes aos Editais de Fomento do Audiovisual Carioca 2022, anunciados no dia 30 de março. As inscrições devem ser feitas no site da RioFilme, na área de editais, no endereço riofilme.com.br . Ali, os proponentes poderão também acessar o regulamento e os anexos do edital.

As inscrições ficarão abertas até novembro. Como se trata de um edital em fluxo contínuo, a tomada de decisão ocorrerá ao longo do processo. “À medida em que as produções inscrevem os projetos, a RioFilme vai analisando e tomando decisões de investimento ao longo do semestre, mas até o final do ano”, disse Hirata.

A expectativa é que esse investimento deverá alavancar, no mínimo, R$ 50 milhões em recursos a serem introduzidos no setor, além de promover a imagem do Rio de Janeiro no Brasil e no exterior. “Porque a contrapartida obrigatória para acessar esse dinheiro é investir 70% do valor da produção. Então, a gente acredita que, no mínimo, vai atrair R$ 50 milhões com esse valor”.

Contratação

A RioFilme considera como outro ponto positivo, a contratação, por produções internacionais, de empresas produtoras, fornecedoras de equipamentos, técnicos e artistas do Rio de Janeiro, o que, segundo Hirata, favorece sua qualificação, bem como a criação de relações comerciais que facilitam a exportação de serviços audiovisuais cariocas.

“Os recursos que a gente vai investir são para serem gastos 100% em empresas e profissionais do Rio de Janeiro, assim como o investimento que for feito no Rio tem que ser em empresas e profissionais da capital. Tanto os nossos 30%, como os 70% que são a contrapartida das obras propostas, têm que ser investidos em profissionais e empresas do Rio”, destacou o diretor.

O edital funciona também como estímulo à realização de coproduções internacionais, recolocando o Rio de Janeiro em um lugar de destaque como destino internacional para produção audiovisual, disse Hirata.

Hirata explicou que o mecanismo econômico de cash rebate se tornou nas últimas décadas uma das principais ferramentas de atração de investimentos pelo mundo. As taxas de rebate variam de 10% a 30%.

Categorias

Os R$ 15 milhões do edital serão distribuídos entre três categorias de propostas. As produções internacionais de obras não publicitárias filmadas no Rio terão apoio máximo de R$ 2 milhões por proposta, totalizando R$ 9 milhões, enquanto as produções de outros estados terão apoio máximo de R$ 1 milhão por proposta, somando R$ 4 milhões. Já as produções publicitárias estrangeiras filmadas no Rio terão R$ 500 mil por proposta, de um total de R$ 2 milhões.

Maurício Hirata salientou que todas as propostas devem ter como proponente uma produtora brasileira instalada no Rio de Janeiro há mais de dois anos, que deverá estar associada ao projeto em regime de coprodução ou de prestação de serviços. A proponente será a gestora dos recursos investidos pela RioFilme.

O edital prevê o investimento de 30% nas produções internacionais e de outros estados que filmarem no município. Se a cidade do Rio for o cenário principal da história, os valores investidos pela RioFilme poderão chegar a 35% de cash rebate. O edital também estabelece o prazo e valores mínimos que deverão ser gastos no município pelas produções que se candidatarem à obtenção dos recursos.

Locações

Há obrigatoriedade de as obras terem alguma locação no Rio de Janeiro. Cada produção internacional de obra não publicitária deverá ter, pelo menos, duas locações que identifiquem o Rio de Janeiro, com estreia em, pelo menos, seis países não lusófonos, cuja população não seja inferior a 100 milhões de habitantes, cada. No caso dos longas-metragens, as produções deverão ser de ficção ou animação. Já as obras seriadas deverão ter, pelo menos, três episódios, podendo ser de ficção, animação ou reality show.

Nas produções de outros estados, o Rio de Janeiro deverá ser identificado em, pelo menos, cinco locações da história. O edital estabelece aqui uma regra importante para os trabalhadores do setor audiovisual carioca: no mínimo três chefes das equipes técnica e artística devem ser brasileiros residentes no município há, pelo menos, dois anos. As regras sobre os gêneros das produções são as mesmas aplicadas às produções internacionais: ficção ou animação para longas-metragens e ficção, animação ou reality para obras seriadas.

Nas obras publicitárias, pelo menos uma das locações da peça deve ser identificada como na cidade do Rio. Não serão aceitas propostas de campanha que gerem impacto negativo para a imagem do município.

O diretor de Investimento da RioFilme adiantou que a ideia é dar continuidade a esse edital. “A ideia é que a gente esteja inaugurando um mecanismo que vai se tornar perene aqui no município do Rio de Janeiro, mantendo o Rio como uma das mais atraentes cidades para se filmar no mundo, disputando espaço com as principais locações mundiais, como Nova York, Cairo, Sidney”.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC Geral

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“É um compromisso nosso deixar o Rio Grande do Sul como era antes da chuva”, diz Lula em reunião ministerial

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Junto com 38 ministros, presidente faz balanço do que já foi realizado para mitigar os danos causados pela chuva no estado e define próximos passos

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, convocou reunião extraordinária com todos os 38 ministros e ministras nesta segunda-feira, 13 de maio, para discutir as medidas adotadas pelo Governo Federal em resposta às fortes chuvas que atingiram o estado do Rio Grande do Sul.

“Teremos mais um anúncio para as concessões de benefícios das pessoas físicas, depois o que nós vamos continuar fazendo, recuperação de estrada, questão de energia, telecomunicações, saúde, educação, portos, aeroportos, é uma infinidade de problemas que a gente vai ter que cuidar e que não é uma coisa de curto prazo, é uma coisa de médio, eu diria até quase longo prazo”, iniciou Lula.

Mais cedo nesta segunda-feira, o Governo Federal anunciou a suspensão por três anos da dívida que o Rio Grande do Sul tem com a União, liberando R$ 11 bilhões para um fundo para a reconstrução do estado. Além disso, R$ 12 bilhões referentes a juros do estoque total da dívida serão perdoados. “Recuperar aquele estado vai ser difícil, mas é um compromisso nosso de deixar o Rio Grande do Sul como era antes da chuva”, sublinhou o presidente.

As medidas agora apresentadas somam-se aos R$ 50,9 bilhões que haviam sido destinados — entre antecipação de programas sociais e liberação de crédito para o RS — e aos R$ 12,1 bilhões liberados por Medida Provisória para diversos órgãos federais executarem ações necessárias no atendimento aos municípios.

De acordo com Lula, o planeta vive tempos difíceis porque “a questão climática é mais séria do que muita gente tenta acreditar que é”. O presidente ainda pontuou: “o mundo está passando por um processo de transformação que somente nós, seres humanos, seríamos capazes de controlar se tivermos capacidade, competência, sabedoria para nos comportarmos de acordo com aquilo que a ciência nos ensina”.

O presidente reforçou o compromisso do Brasil em colaborar para frear o aumento da temperatura global. “Não podemos deixar o planeta Terra ter um aquecimento acima de 1,5ºC. Isso é um compromisso. Para isso, nós temos que cuidar da energia, nós temos que cuidar da floresta, temos que cuidar da água”, acrescentou.

BALANÇO — Segundo a atualização da Defesa Civil, às 19h desta segunda-feira, 450 municípios estão afetados pelos efeitos das chuvas. São 77,4 mil pessoas em abrigos, 538 mil pessoas desalojadas e 2,12 milhões de pessoas afetadas. O número de mortes chegou a 147, com 127 registros de desaparecidos. O trabalho integrado das Forças de Segurança federal, estadual, municipal e de voluntários resultou em 76,4 mil salvamentos de pessoas e 10,8 mil animais.

Durante a terça e quarta-feira não são esperadas precipitações expressivas no estado (a precipitação estará localizada entre Santa Catarina e Paraná), mas devem continuar as baixas temperaturas. Entre quinta-feira (16) e sexta-feira (17) estão previstas novas precipitações na porção norte do Rio Grande do Sul, em princípio, com volumes inferiores aos registrados no último final de semana, mas ainda significativos. Após isso, as precipitações devem novamente diminuir (ou cessar), até os primeiros dias da próxima semana, quando, novamente, existe chance de chuva, ainda a ser confirmada.

PLANOS APROVADOS — O Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) avaliou e aprovou 194 planos de trabalho para resposta, restabelecimento e reconstrução das localidades afetadas pelas fortes chuvas no estado. Com efeito, R$ 157 milhões serão repassados pelo Governo Federal para as ações de Defesa Civil. Outros 93 planos de trabalho estão em análise, somando mais R$ 72,9 milhões solicitados pelos municípios.

SATÉLITE — A Polícia Federal oferece acesso gratuito a imagens de satélite de alta resolução para regiões em estado de calamidade no Rio Grande do Sul. A ideia é auxiliar órgãos públicos na resposta a desastres naturais, como inundações e deslizamentos de terra. A ação ocorre por meio do Programa Brasil Mais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Todos os municípios gaúchos podem solicitar acesso, mas os que decretaram calamidade terão prioridade. Os órgãos estaduais também podem solicitar adesão. Para solicitar o acesso, os órgãos públicos devem enviar e-mail do gabinete da maior autoridade da instituição, por exemplo, do prefeito ou do gabinete do prefeito. O e-mail deve ser enviado para o endereço eletrônico . Na mensagem, é necessário fornecer informações básicas, como nome, sigla e endereço da instituição; nome, cargo e e-mail da autoridade e dos pontos focais e a lista de usuários para acesso.

FRONTEIRAS — A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) tem se somado aos esforços para facilitar os fluxos de pessoas e de bens de origem e destino para o Rio Grande do Sul. A interlocução com os países fronteiriços tem permitido atuar imediatamente na adequação de regras aplicáveis ao transporte de cargas e de passageiros. Como resultado, a entrada no país de veículos com donativos recebe tratamento prioritário. Além disso, a Argentina suspendeu a exigência de licença especial para veículos zero quilômetro e o Uruguai flexibilizou pontos de ingresso e saída de seu território.

VOOS COMERCIAIS — Os primeiros voos extras da malha aérea emergencial para o Rio Grande do Sul começaram a chegar no interior do estado. Desde sábado, Gol, Latam e Azul operam com voos para Passo Fundo, Santo ngelo e Caxias do Sul. Nesta segunda, os voos seguiram para Passo Fundo, Santa Maria, Uruguaiana e Caxias. A malha aérea faz parte do plano de 116 voos semanais nesta primeira fase do plano de aviação emergencial na região, sendo 88 no Rio Grande do Sul e 28 em Santa Catarina. A definição foi resultado de uma força-tarefa que reúne Ministério de Portos e Aeroportos, Anac, ABR, Infraero, Abear e companhias aéreas. O Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, segue interditado por tempo indeterminado.

CRÉDITO RURAL — Os municípios do Rio Grande do Sul atingidos por enchentes, alagamentos, enxurradas, deslizamentos ou inundações estão autorizados a renegociar operações de crédito rural. A decisão foi tomada pelo Conselho Monetário Nacional, em sessão extraordinária em 10 de maio. A Resolução CMN Nº 5.132, que autoriza a renegociação, foi publicada nesta segunda-feira, 13 de maio, no Diário Oficial da União. A norma vale para parcelas de empreendimentos em municípios com decretação de situação de emergência ou de estado de calamidade pública no período de 30 de abril a 20 de maio de 2024. Segundo a Resolução, as instituições financeiras estão autorizadas a prorrogar de forma automática para 15 de agosto de 2024 o vencimento de parcelas de crédito rural com vencimento de 1º de maio de 2024 a 14 de agosto de 2024.

1,6 MIL ATENDIMENTOS — A Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) realizou, em uma semana, 1.629 atendimentos às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. As consultas ocorreram entre 5 e 12 de maio, com 1.034 registros apenas no Hospital de Campanha em Canoas. O aumento no número de atendimentos se deve à chegada de mais profissionais e maior estrutura com apoio do Ministério da Saúde. Houve ainda 22 atendimentos psicossociais, 25 remoções aéreas, 548 consultas volantes e 57 encaminhamentos para outras unidades de saúde. Três novos hospitais de campanha serão montados em Porto Alegre, São Leopoldo e em um terceiro município a definir.

SAÚDE MENTAL — O Ministério da Saúde elabora um plano para atendimento de saúde mental no Rio Grande do Sul. O documento, que vai balizar a assistência, terá três eixos: um focado na população; outro nos trabalhadores que estão atuando na tragédia; e o terceiro com diretrizes para os gestores do estado e dos municípios.

IMUNIZAÇÃO — Até quinta-feira (16), o Programa Nacional de Imunização enviará 600 doses de imunoglobulina, 1.140 frascos de soro, 416 mil doses de hepatite A, raiva, pólio e influenza, e 134 mil doses de Covid. Estão previstas para a próxima semana 1,1 milhões de doses de rotina. Além disso, serão doadas 695 caixas de absorventes higiênicos, totalizando 333 mil tiras de absorventes entregues, além de 6.888 pacotes de lenços umedecidos.

DOAÇÃO — A Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), está gerenciando ofertas de Estados e organismos internacionais de auxílio humanitário às vítimas das inundações no Rio Grande do Sul. A cidade de Canoas (RS) recebeu, no domingo (12), a primeira parte da doação feita pela ONG norte-americana Samaritan’s Purse, composta por 10 estações de purificação de água com capacidade de 400 mil litros por hora, seus materiais e componentes, e outros bens emergenciais. Os equipamentos fornecem água potável para até 100 mil pessoas. Também no domingo, a Chancelaria de Taiwan divulgou que o Escritório Econômico e Cultural em Taipe (TECO) fez doação de 50 mil dólares americanos ao Rio Grande do Sul, como ajuda humanitária.

MIL HORAS DE VOO — Desde o início das operações de socorro à população atingida pelas fortes chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul já foram realizadas mais de mil horas de voo. A informação foi divulgada durante a 9ª reunião da Sala de Situação, coordenada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, nesta segunda-feira (13). O trabalho das equipes federais no estado segue sob a coordenação do comando militar do Sul. Segundo a totalização desta segunda-feira, as ações realizadas pelos militares de Exército, Marinha e Aeronáutica já resultaram no resgate de 68 mil pessoas e de dez mil animais domésticos.

TURISMO — Uma portaria publicada em edição extra do Diário Oficial da União facilita condições de financiamentos por meio do Fundo Geral de Turismo (Novo Fungetur) a empreendedores turísticos afetados pelas chuvas no Rio Grande do Sul. As regras do texto, que oficializa um aporte de R$ 100 milhões do Fungetur ao estado, se aplicam a novas operações e àquelas já contratadas, envolvendo medidas como a suspensão, por até seis meses, do pagamento pelo crédito. No caso da realização de obras, o texto amplia de 240 para 246 meses o prazo de amortização, além de elevar de 60 para 66 meses o prazo de carência. Já quanto à aquisição de equipamentos, a amortização foi aumentada de 120 para 126 meses, e a carência, de 48 para 54 meses.

DÍVIDA SUSPENSA – O Governo Federal anunciou nesta segunda-feira a suspensão por três anos da dívida que o Rio Grande do Sul tem com a União, liberando R$ 11 bilhões para um fundo para a reconstrução do estado. Além disso, R$ 12 bilhões referentes a juros do estoque total da dívida serão perdoados. As medidas estão dispostas em projeto de lei complementar encaminhado ao Congresso Nacional pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ainda nesta segunda-feira, o ministro Jader Filho (Cidades) anunciou medidas de apoio à população gaúcha que paga financiamento de imóveis por meio do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) ou do Pró-Cotista — utilizando recursos provenientes do FGTS. Agora as famílias podem solicitar a suspensão das cobranças à Caixa. O titular da pasta informou que elas podem optar por uma pausa de até seis meses no pagamento dos financiamentos. Para solicitar a suspensão, basta ligar para o número 0800 104 0104.

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