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Sorocaba tentará evitar entrada de pessoas vindas da Cracolândia

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A cidade de Sorocaba, no interior paulista, vai fazer barreiras na rodoviária e em outros locais para impedir que pessoas que saíram da Cracolândia, na capital paulista, entrem para o município. O anúncio foi feito hoje (3) pelo prefeito Rodrigo Manga após uma reunião com representantes estaduais e federais da área de saúde e das polícias Militar e Civil.

Segundo Manga, desde a realização de uma grande operação policial na área central da cidade de São Paulo para dispersar a concentração de pessoas em situação de rua e usuárias de drogas, parte dessa população tem se dirigido para a região metropolitana de Sorocaba. O município fica a pouco mais de 80 quilômetros da capital.

“O que acontece é que, no último mês, vimos um aumento significativo de pessoas que vieram de São Paulo, em especial da Cracolândia, e migraram para a cidade de Sorocaba”, disse Manga. De acordo com o prefeito, as equipes municipais identificaram nos últimos dias 60 pessoas que teriam migrado da capital paulista.

Barreiras humanitárias

Para evitar que pessoas vindas da Cracolândia se estabeleçam na cidade, Manga disse que serão feitas “barreiras humanitárias” na rodoviária e em outras entradas da cidade. “As pessoas serão recebidas pelas equipes de assistência social, saúde mental e também pelas forças de segurança.”

Aqueles que chegarem e forem identificados como usuários de drogas serão encaminhados a serviços para que não permaneçam nas ruas de Sorocaba, informou o prefeito. “Identificados os usuárias de drogas, será oferecida ajuda imediata para que não fiquem na rua e acabem formando pontos de uso de drogas na cidade ou possam migrar para a região metropolitana [de Sorocaba].”

De acordo com Manga, o procedimento é semelhante ao que já é adotado na cidade desde o ano passado. Além da oferta de serviços de saúde, a iniciativa da prefeitura é acompanhada pela polícia. “Tem a questão policial de identificar aqueles que são procurados, que são traficantes e estão escondidos, disfarçados em meio a moradores em situação de rua”, disse.

Apesar de adotar medidas para impedir a chegada de pessoas da capital paulista, o prefeito de Sorocaba disse que apoia a ação realizada na Cracolândia e que trabalha junto com o governo estadual para fazer um censo em Sorocaba e nas cidades vizinhas para identificar a migração de pessoas em situação de rua.

Operação policial

Desde o fim de março, quando uma grande operação policial dispersou a concentração pessoas em situação de rua e usuárias de drogas da Cracolândia, que estava na Praça Princesa Isabel, grupos menores têm circulado pela região central paulistana.

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) e a Polícia Militar agem constantemente para evitar que as pessoas permaneçam por muito tempo em um determinado local.

A Polícia Civil também tem feito operações esporádicas, efetuando prisões, algumas vezes até com apoio de atiradores de elite.

Tumulto e abusos

A dispersão de pessoas que viviam na Cracolândia pelos bairros da região central da capital paulista preocupa os moradores dessas áreas. Na madrugada de ontem (2), grupos de pessoas em situação de rua depredaram carros e lojas. 

A Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo informou que a confusão começou depois que um homem foi preso de madrugada na Alameda Barão de Limeira. “Na ocasião, dependentes químicos se deslocaram pelas ruas da região e jogaram pedras em uma viatura da GCM”, diz a nota. As ocorrências foram registradas no Distrito Policial do Bom Retiro.

Ações abusivas têm sido registrados por moradores da região. O cinegrafista Caio Castor flagrou guardas civis agredindo uma transexual com cacetadas e spray de pimenta sem reação visível da mulher. Após a divulgação das filmagens, na semana passada, ele foi ameaçado por vizinhos e teve que deixar o local com a família. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgaram notas de apoio ao repórter.

Também na semana passada, um morador da região flagrou guardas civis imobilizando um homem com o joelho no pescoço. Nas imagens ,é possível ver que um dos agentes sai da viatura e se aproxima com um saco com uma substância branca que é apresentada como drogas que estariam em posse do homem. Após a divulgação das imagens, a juíza Gabriela Bertoli reconsiderou a prisão e decidiu pela soltura do homem. A magistrada avaliou que abordagem pode ter sido abusiva, determinando, inclusive, a comunicação do fato à Corregedoria da GCM.

Edição: Nádia Franco

Fonte: EBC Geral

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“Caminhos assistenciais” do Governo Federal liberam rodovias para garantir abastecimento do Rio Grande do Sul

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Prioridade é a liberação ágil de trechos essenciais para assegurar o fluxo de veículos com suprimentos, comida, oxigênio e combustível

Com mais de 400 cidades atingidas pelo alto volume de chuvas que caiu sobre o território gaúcho, o Governo Federal desenvolveu um plano emergencial para reestabelecer o fluxo viário em rotas estratégicas para assegurar o atendimento da população e impedir o desabastecimento de itens essenciais para a população do Rio Grande do Sul.

“Esses caminhos assistenciais, como estamos chamando, são para garantir salvamento e abastecimento do estado, sobretudo com oxigênio e remédio, comida e água, além da chegada de combustível, para não haver outras paralisações nesta crise e intensificarem ainda mais o sofrimento do povo gaúcho neste momento”, informou o ministro dos Transportes, Renan Filho. “É um plano de trabalho com prioridades a serem adotadas em 48 horas”.

Para isso, são usados maquinários pesados, como tratores, escavadeiras, guindastes e caminhões. Há cerca de 200 equipamentos e 600 homens atuando diretamente no estado. Em alguns pontos de rompimento de trechos de estrada, a solução é preencher as brechas com pedras para permitir a passagem dos veículos. Um dos trechos liberados é a BR 290, que liga Porto Alegre a Santa Maria e segue até a fronteira com a Argentina, por onde passa 30% do comércio internacional do país. Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), de concessionárias e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) seguem no para restabelecer o fluxo viário.

“Liberamos o fluxo na BR 290. O momento é de trabalhar pela preservação da vida, reencontro das famílias e reconstrução do Rio Grande do Sul. Nesses caminhos serão permitidos transporte de alimentos, remédios, oxigênio, combustíveis, resgates e pacientes em ambulâncias”, comentou o ministro.

Já estão liberados também trechos das BRs-116/RS, entre Estância Velha a Nova Petrópolis; de Vacaria a Campestre da Serra; e de Caxias a São Marcos. Também foi restabelecido o fluxo na BR-392/RS, de Santa Maria a Caçapava do Sul, possibilitando o acesso ao Porto de Rio Grande, beneficiando a região de Pelotas. Até esta quarta-feira (8/5), serão realizadas ainda as seguintes liberações: na BR-116/RS, sentido norte do estado, no trecho do Viaduto da Scharlau, e a ponte sobre o Rio dos Sinos.

 

Na BR-470, passagem liberada de Carlos Barbosa a Montenegro; na BR-386, a ponte sobre o rio Taquari, em Estrela e Lajeado também teve o fluxo retomado, assim como na BR-290, de Eldorado a Santa Maria, com construção de um bueiro. Já no caso da BR-158, de Santa Maria a Cruz Alta, o trânsito ainda ocorre com escolta, apenas para passagens de veículos emergenciais, pois há risco no trajeto. Trânsito liberado também na BR-448, a Rodovia do Parque.

Para o ministro, chama a atenção nesse desastre a amplitude, a velocidade com que as águas subiram e a demora no escoamento, o que dificulta o dimensionamento da crise e o atendimento. “A prioridade agora é salvar vidas, liberar vias para passagem de equipes de resgate e pronto socorro e, depois, pensarmos na reconstrução”, listou.

Rodovias liberadas e em processo de liberação

1 BILHÃO – Em reunião com parlamentares na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o ministro ainda informou que cerca de R$ 1 bilhão serão destinados pelo Governo Federal à reconstrução de rodovias federais, além do orçamento previamente destinado ao estado de R$ 1,7 bilhão.

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