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Ocupação aumenta no mercado de trabalho, mas rendimento cai, diz IBGE

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O nível de ocupação no mercado de trabalho cresceu no trimestre encerrado em outubro de 2021, mas houve queda na renda, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população ocupada somou 94,0 milhões de pessoas, com o crescimento de 3,6% ou 3,3 milhões de pessoas, ante o trimestre anterior e frente ao mesmo período de 2020, a alta é 10,2% ou 8,7 milhões de pessoas.

A queda no rendimento real habitual é 4,6% frente ao trimestre anterior passando para R$ 2.449, mas em relação a igual trimestre de 2020, o recuo ficou em 11,1%. Já a massa de rendimento real habitual de R$ 225,0 bilhões não teve variações estatisticamente significativas em ambas as comparações. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).

O IBGE estimou o nível da ocupação, que é o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar em 54,6%. Isso significa elevação de 1,8 ponto percentual (p.p) em relação ao trimestre de maio a julho de 2021, quando atingiu 52,8% e de 4,6 p.p. na comparação com o mesmo período do ano anterior, ou seja 50,0%.

Atividades

Seis dos dez grupamentos de atividades registraram crescimento na ocupação em comparação com o período anterior. A indústria geral subiu 4,6%, ou mais 535 mil pessoas, na construção civil foram 6,5%, ou mais 456 mil pessoas, no comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas 6,4%, ou mais 1,1 milhão de pessoas, em alojamento e alimentação o índice avançou 11,0%, ou mais 500 mil pessoas, em Outros Serviços foram 7,1%, ou mais 304 mil pessoas e em Serviços Domésticos 7,8%, ou mais 401 mil pessoas.

Nove grupamentos registraram crescimento na ocupação em relação ao mesmo trimestre móvel de 2020. O grupo agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura registrou alta de 7,8%, ou mais 645 mil pessoas; o da indústria geral de 8,4%, ou mais 950 pessoas; da construção 19,2%, ou mais 1,2 milhão de pessoas; do comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas de 10,9%, ou mais 1,8 milhão de pessoas; do transporte, armazenagem e correio 11,7%, ou mais 509 mil pessoas; do alojamento e alimentação 26,3%, ou mais 1,0 milhão de pessoas; no de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas foram 8,4%, ou mais 861 mil pessoas; outros serviços 11,4%, ou mais 471 mil pessoas; e Serviços Domésticos de 21,1%, ou mais 1 milhão de pessoas.

Informalidade

Mesmo com o aumento de 4,1% no número de empregados com carteira de trabalho no setor privado, se comparado ao trimestre anterior, a taxa de informalidade ficou em 40,7% da população ocupada, ou 38,2 milhões de trabalhadores informais. No trimestre anterior, registrou 40,2% e, no mesmo trimestre de 2020, 38,4%.

Para a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, a pesquisa mostra que se começa a perceber uma espécie de generalização do processo de recuperação dos contingentes populacionais e ocupados, mas o trabalhador informal tem menos salvaguardas para se manter fora do mercado. No entanto, embora essas pessoas tenham sido as mais afetadas logo no primeiro impacto da pandemia em 2020 por causa do isolamento social, foram as que retornaram mais rápido ao mercado. “A gente está diante de dois segmentos da ocupação que se recuperam, mas cada um em momentos e intensidade diferentes”.

Rendimento

A coordenadora acrescentou que nesse primeiro momento ocorre uma recomposição da população ocupada, mas do ponto de vista da massa salarial e do rendimento gerado por esta expansão, ainda não se pode observar efeitos positivos. “O impacto foi muito grande, muitas pessoas saíram do mercado, ou se afastaram temporariamente e agora retornam. Muitas pessoas oferecendo trabalho, boa parte encontrando só que com rendimentos menores”, comentou.

De acordo com Adriana Beringuy, o trabalho com carteira tem apresentado queda no rendimento, tanto na comparação por trimestre como no ano. Junto com isso o trabalho informal também tende a um rendimento menor. “O conjunto dos trabalhadores, independente da sua forma de inserção no mercado de trabalho, está com rendimento menor. Seja porque o próprio processo de absorção dos trabalhadores, empregados contratados a rendimentos menores, seja em função dos trabalhadores por conta própria auferirem uma renda menor”, disse, acrescentando que há também o efeito da inflação na queda do rendimento.

“Este rendimento real que está caindo, principalmente no ano, que é de 11% de retração, tem o efeito inflacionário. A perda de poder aquisitivo do rendimento está associada à atualização da inflação. Tem o efeito provocado pelo mercado de trabalho, o processo de oferta e demanda de trabalhadores, pode ter mais oferta de trabalho do que demanda, portanto, aquele trabalho acaba recebendo menos e, além disso, o processo inflacionário”.

Se comparado ao trimestre anterior, nenhum dos grupamentos de atividades apresentou ganhos no rendimento médio real habitual e ainda houve três reduções: indústria geral (-4,1%), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-2,8%). A maior queda (-7,1%) foi em administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais. Os sete demais grupamentos não mostraram variações estatisticamente significativas.

Também não houve crescimento no rendimento de qualquer grupamento na comparação anual e além disso, seis deles mostraram reduções: indústria (-16,1%), construção (-7,4%), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (10,0%), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (-9,3%), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-11,6%) e serviços domésticos (-5,1%).

Três posições na ocupação tiveram quedas em seus rendimentos na comparação trimestral. Para o empregado com carteira de trabalho assinada o recuo ficou em 3,6%, para o empregado sem carteira de trabalho assinada de 8,9% e para o empregado no setor público de 5,8%. As outras três principais posições (trabalhador doméstico, empregador e trabalhadores por conta própria) não apresentaram variações estatisticamente significativas.

Já em relação ao mesmo trimestre móvel do ano passado, os rendimentos das seis principais posições de ocupação caíram: empregado com carteira de trabalho assinada (-8,0%), empregado sem carteira de trabalho assinada (-11,9%), trabalhador doméstico (-5,1%), empregado no setor público (-10,6%), empregador (-15,0%) e trabalhadores por conta própria (-4,0%).

Edição: Valéria Aguiar

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Dia das Mães: pesquisa do Procon Goiás aponta variação superior a 220% nos preços dos presentes

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Oscilação foi encontrada no vaso da flor azaléia, vendido de R$ 24,90 a R$ 80. Levantamento foi feito com 156 itens em 54 estabelecimentos da capital

O Dia das Mães é comemorado no próximo domingo (12/05) e para ajudar o consumidor a fazer a melhor escolha do presente, o Procon Goiás realizou pesquisa de preços em 54 estabelecimentos de Goiânia entre os dias 25 de abril e 2 de maio. Foram levantados preços de 156 produtos, como cestas de café da manhã, flores, maquiagens, perfumes e eletrônicos. A pesquisa completa feita pelo Procon Goiás, com relatório e planilhas, está disponível no site goias.gov.br/procon.

A principal variação apontada pela pesquisa foi de 221,28% no vaso da flor azaléia, vendido de R$ 24,90 a R$ 80. Outro produto com variação considerável (206,90%) é o pó compacto da marca Bruna Tavares, vendido de R$ 27,99 a R$ 85,90.

Os pesquisadores do Procon Goiás encontraram ainda uma sessão de massagem relaxante de 50 minutos entre R$ 80 e R$ 184, variação de cerca de 130%. O levantamento também levou em conta produtos eletrônicos, sendo que a maior diferença nesses itens foi superior a 135% e ocorreu no depilador Philips 2 velocidades, comercializado de R$ 199 a R$ 469.

A pesquisa também levou em conta variações dos produtos em relação ao ano passado. Teve produto com aumento superior a 95%. É o exemplo da paleta de sombras da marca Mariana Saad, vendida ano passado por R$ 80,97 e esse ano por R$ 157,95. Em relação a 2023, a cesta de café da manhã com 50 itens teve aumento de 52,80%. O produto era vendido ano passado a R$ 219,90 e esse ano a R$ 336.

Essa data é considerada a principal no calendário do comércio no primeiro semestre. Segundo pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL Goiânia), o Dia das Mães deve levar 94% dos consumidores às compras na capital. Dados da entidade apontam que, este ano, o ticket médio para compra do presente será de R$ 155, com cerca de dois produtos por cada consumidor.

Procon Goiás divulga pesquisa de preços de produtos para presentes do Dia das Mães

Procon Goiás divulga pesquisa de preços de produtos para presentes do Dia das Mães

Orientações
Antes de ir às compras, pesquise os preços, para que não pese no orçamento familiar. O consumidor precisa se atentar ao fato de que os produtos têm de estar expostos com os preços de maneira clara e visível. O produto deve mostrar 2 preços: o total à vista e o valor das parcelas (no caso de parcelamento do pagamento).

Toda loja tem sua política de troca e o estabelecimento só é obrigado a efetuar a troca do produto se ele apresentar algum defeito. O Código de Defesa do Consumidor prevê dois prazos para reclamação: 30 dias para os produtos e serviços não duráveis e 90 dias para produtos e serviços duráveis.

Quanto às compras de aparelhos eletrônicos, o consumidor deve testar o funcionamento do aparelho ainda dentro do estabelecimento, verificar da existência de manual de instruções em nosso idioma e a relação da rede autorizada de assistência técnica do produto.

No caso de compras realizadas fora da loja física, o consumidor deve exigir o comprovante da data de entrega. Nesse caso, o prazo de desistência da compra é de 7 dias a partir do recebimento do produto. Exija sempre a nota fiscal na aquisição de qualquer produto, pois ela é importante caso o consumidor precise fazer valer os seus direitos e formalizar uma reclamação.

Fotos: Procon Goiás / Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor – Governo de Goiás

 

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