Geral
Cordel da covid-19 entra para o acervo da Casa do Cantador
Como uma narrativa poética e cotidiana, o cordel reflete as pelejas do homem em seu tempo. Assim, o jovem autor brasiliense Davi Mello teve a ideia de misturar Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e membros de seu bando, como Maria Bonita e Volta Seca, na pandemia da covid-19. Na trama, os cangaceiros armam-se até os dentes, incluindo uma seringa com vacina, para enfrentar o coronavírus numa batalha literalmente de vida ou morte.
“A Peleja de Lampião com o Coronavírus, ou o Grande Rei do Cangaço contra a Micro Besta Fera” tem ilustrações da designer Nara Oliveira e cria uma alegoria que convoca as forças do cangaço e da resiliência do Nordeste contra o insidioso adversário. O cordel inédito acaba de ser doado à Casa do Cantador. A obra chegou à “Cordelteca João Melchiades Ferreira”, que conta com 1200 títulos originais e se tornou um centro de referência para a arte em Ceilândia, maior enclave nordestino no Distrito Federal.
Assista: A Peleja do Lampião:
“Quando a realidade não nos contempla, o universo do fantástico abre as suas portas, para assim entrarmos em novas perspectivas de esperança. E em meio ao caos pandêmico, os caminhos desse universo se abrem, com versos, estrofes e rimas”, aponta Davi.
Dessa forma, Davi faz surgir uma luz: “Lampião, o famoso Rei do Cangaço, que entra na história para suprir essa pesada demanda”, poetiza Davi, que se apresenta como “pesquisador e amante das culturas populares e tradicionais brasileiras”, autor de dez títulos na arte do cordel e brincante com pifes e batuques.
Davi faz parte de dois grupos de Brasília relacionados ao cordel. O “Cordel Passarema”, junto com os cordelistas e amigos Sabiá Canuto e Fernando Cheflera, e o coletivo Literatura de Cordel do DF, que foi organizado a partir das ações do Iphan e do registro do cordel como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro em 2018.
“Nesse coletivo, reunimos vários praticantes do cordel da cidade, como escritores, ilustradores, declamadores e vários outros fazedores da cultura. Estamos em fase de organização e entendimento das nossas ações para traçar estratégias de salvaguarda desse tipo de literatura”, explica ele.
*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
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Ministério da Saúde já enviou 25 toneladas de medicamentos e insumos para atender população gaúcha
Ministério da Saúde já enviou um total de 25 toneladas de medicamentos e insumos para o Rio Grande do Sul. O objetivo é manter o estado abastecido durante a calamidade provocada pelas severas enchentes dos últimos dias.
A informação foi divulgada na tarde desta segunda-feira, 13 de maio, no Hospital Conceição, em Porto Alegre, durante entrevista coletiva para rádios regionais.
Cem kits de medicamentos e insumos – com capacidade para atender a até 1.500 pessoas durante um mês – chegaram nos últimos dias ao estado. Conhecido como kit emergencial, ele é composto por oito caixas que, somadas, pesam 250 kg. Além de remédios, o conjunto inclui também luvas, seringas, ataduras, etc.
Vale destacar que o volume não considera outros repasses de medicamentos, vacinas e insumos que estão sendo enviados para repor os estoques perdidos com as enchentes e os que já estavam previstos na rotina. A título de comparação, em todo o ano passado, foram distribuídos 106 kits para emergências no Brasil.
Durante o balanço, o secretário de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço, detalhou a operação de hospitais de campanha no estado. Foi confirmado que a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) irá operar quatro hospitais de campanha no estado.
Um já funciona em Canoas, outro está sendo montado na capital gaúcha e um terceiro em São Leopoldo. A destinação da quarta unidade ainda será definida. Desde o início da calamidade no Rio Grande do Sul, o Ministério da Saúde já enviou recursos para 246 unidades de assistência.
ALERTA PARA GRIPE — O diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública (Desp) do Ministério da Saúde, Márcio Garcia, fez um alerta para doenças respiratórias. Com as aglomerações em abrigos e a temperatura baixando, a preocupação é com o aumento do número de casos de gripe e covid-19.
“A combinação é favorável para o aumento dessas doenças. As pessoas vacinadas vão estar mais protegidas. Diminuem as chances de adquirir a doença ou de evoluir para um caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave”, frisou.
NÚMEROS — Veja a seguir alguns números das ações no RS apresentadas durante a coletiva:
Balanço de atendimentos
- Total: 1.600 / Hospital Campanha (HCamp) de Canoas: 1034
- Equipes volantes: 548
- Encaminhamento ou transferência para outra unidade: 57
- Remoções aéreas: 25
- Atendimentos psicossociais: 22
Força de trabalho:
- 134 profissionais em atuação;
- 6 equipes volantes (13 enfermeiros + 9 médicos);
- 15 equipes aeromédicas (15 enfermeiros + 15 médicos);
- 62 profissionais no HCamp;
- 19 profissionais de gestão;
- 1 equipe psicossocial (5 psicólogas)
Recursos aplicados:
- Medida provisória (MP) de liberação de crédito extraordinário, editada pelo presidente Lula, no domingo (12), traz a liberação de R$ 861 milhões para ações de saúde primária e especializada, vigilância epidemiológica, assistência farmacêutica e contratação temporária de profissionais;
- Antecipação de R$ 40 milhões para compra de medicamentos;
- Antecipação do pagamento do piso aos profissionais de enfermagem do estado. O total do repasse é de R$ 30 milhões;
- Repasse, em parcela única, de R$ 63,1 milhões do Fundo Nacional de Saúde à Secretaria Estadual de Saúde e aos fundos municipais de saúde do Rio Grande do Sul;
- Liberação, de forma imediata, no dia 6 de maio, de R$ 534 milhões em emendas individuais de congressistas do Rio Grande do Sul para auxiliar os municípios do estado afetados pelas enchentes. As emendas estavam alocadas na área da Saúde.
IMUNOGLOBULINA — O Programa Nacional de Imunizações (PNI) enviará, nesta semana, 600 doses de imunoglobulina à população do Rio Grande do Sul. As imunoglobulinas são proteínas utilizadas pelo organismo para combater um determinado antígeno, como vírus e bactérias, por exemplo.
Além disso, o Ministério da Saúde também vai destinar 1,1 mil frascos de soro; 416 mil doses de vacinas contra hepatite A, raiva, poliomielite e influenza, e 134 mil doses de covid-19. A destinação de todos esses insumos foi debatida, nesta segunda-feira (13), durante reunião de monitoramento do Centro de Operações de Emergência (COE) para chuvas intensas e inundações na Região Sul.
“Neste momento, as síndromes respiratórias também passam a ser um problema. Por isso, estamos focados em proteger a população gaúcha. Precisamos de uma ação ativa para vacinar inclusive dentro dos abrigos”, afirmou, na reunião, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.
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