Geral

Área entre a Esplanada e o Touring terá corredor cultural

Publicado

em


Desenvolver programações que envolvam a população em eventos culturais, educacionais e turísticos em um mesmo espaço é uma tendência nas grandes cidades do mundo. E Brasília não vai ficar de fora. O Governo do Distrito Federal (GDF) vai criar um corredor cultural entre o Museu da República, a Biblioteca Nacional e o edifício do antigo Touring, onde vai funcionar o Sesi Lab.

Área da Esplanada ao lado do futuro Sesi Lab será revitalizada e requalificada | Arte: Seduh

Um grupo executivo foi criado nesta terça-feira (10) para desenvolver e acompanhar toda a programação desse corredor, cuja revitalização será feita dentro do programa Adote Uma Praça, pelo Serviço Social da Indústria (Sesi). A entidade comprou o edifício do Touring, onde já começou a construir um espaço que vai unir ciência, tecnologia, arte e inovação. O investimento é de aproximadamente R$ 160 milhões, com previsão de entrega para abril de 2022, mês do aniversário de Brasília.

Para o diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi, esse corredor vai inserir Brasília numa agenda extremamente importante, contemporânea e relevante de revitalização e requalificação do espaço urbano em favor da sociedade. “Grandes cidades, no Brasil e no mundo, como acontece com a Avenida Paulista, em São Paulo, tem atividades como essa. O que cria um transbordamento para a manifestação cultural em espaços públicos, valorizando esses locais”, explica Lucchesi.

Toda essa região do corredor, cuja passagem subterrânea de pedestre também faz parte, pois foi adotada pelo Sesi, vai se transformar num espaço multiuso, interativo e tecnológico, aumentando as opções para o morador e para o turista”Roberto Andrade, secretário de Projetos Especiais

O grupo executivo é formado por representantes das Secretarias de Projetos Especiais (Sepe), que vai coordenar os trabalhos, de Turismo (Setur), de Cultura e Economia Criativa (Secec), de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Administração Regional do Plano Piloto. Também farão parte, como convidados, a Secretaria de Educação (Seedf) e o Serviço Social da Indústria (Sesi) – Departamentos Nacional e Regional do DF.

Além de desenvolver e acompanhar os roteiros culturais, turísticos e educacionais do corredor, o grupo será responsável por dirimir dúvidas e acompanhar o desenvolvimento e a execução dos projetos a serem realizados na área.

De acordo com o secretário de Projetos Especiais, Roberto Andrade, este governo trabalha integrado e também junto à iniciativa privada para melhorar a cidade. “Somos um governo coeso, que trabalha unido, e quem ganha com isso é a cidade e a população do DF. Toda essa região do corredor, cuja passagem subterrânea de pedestre também faz parte, pois foi adotada pelo Sesi, vai se transformar num espaço multiuso, interativo e tecnológico, aumentando as opções para o morador e para o turista”, afirma Andrade.

“Essa área ganhará uma dinâmica inteiramente nova, principalmente quando tivermos de volta ao cenário cultural o Teatro Nacional. Na prática, estamos efetivando o ideário de Lúcio Costa, que concebeu uma cidade essencialmente cultural”, destaca o secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues.

Para a administradora do Plano Piloto, Ilka Teodoro, “essa é uma iniciativa inédita para curadoria das ocupações culturais, turísticas e educativas na área mais central da cidade. Uma parceria que nos enche de orgulho.”

Segundo o assessor especial da Secretaria de Ciência e Tecnologia, Eduardo de Oliveira Castro, o plano é que o corredor cultural se torne um dos principais pontos de divulgação cultural e científica do DF, junto com espaços como o Planetário de Brasília e o Museu Nacional. “Espaços como esses são essenciais para que possamos promover uma maior democratização do conhecimento e da cultura junto à população, que carece de espaços acessíveis e gratuitos, além de incentivar uma aproximação dos jovens com a pauta da ciência, tecnologia e inovação”, destacou o assessor.

A secretária de Turismo, Vanessa Mendonça, afirma que o projeto Esplanada Cultural vai ressignificar ainda mais as experiências do morador e do visitante. “Entendemos que uma cidade só é boa ao turista se ela for boa para o morador. Ao revitalizar esse espaço que liga o Touring ao Complexo Cultural da República, equipamento turístico e cultural icônico para a cidade, tanto a população como os visitantes poderão explorar atividades múltiplas dentro do turismo, educação, tecnologia e cultura”, ressalta a secretária.

*Com informações da Sepe

Fonte: Governo DF

Comentários do Facebook

Geral

Programa Cisternas avança e promove cidadania às famílias do Semiárido nordestino

Publicados

em

Nova etapa de execução é concretizada via convênio entre MDS e Consórcio Nordeste, no valor de R$ 311 milhões. Na área rural de Juazeiro (BA), os moradores estão otimistas com as novas possibilidades trazidas pelo acesso à água

No Semiárido nordestino, um sonho começa a ganhar forma. A retomada do Programa Cisternas vem enchendo a casa das famílias de esperança. Em meio às obras de uma cisterna para a produção de alimentos em sua propriedade, Jamile da Silva, 26 anos, faz planos para o futuro. A tecnologia de acesso à água, combinada com o recurso do Programa Fomento Rural, vai proporcionar a ela uma renda extra.

Essa cisterna vai me ajudar na atividade produtiva, vou saber que estou consumindo alimento saudável. E o Fomento vai me dar uma garantia de ter uma criação melhor, que eu preciso também, de caprinos e ovinos” Jamile da Silva, produtora rural

A produtora mora na comunidade Pau Preto, zona rural de Juazeiro, ao norte da Bahia. “O Programa Cisternas é perfeito”, definiu Jamile, sorridente. São mais de 42 mil cisternas contratadas, a partir de convênio entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e o Consórcio Nordeste. A parceria, formalizada em maio deste ano, contempla os nove estados nordestinos.

O investimento é de quase R$ 300 milhões do Governo Federal, por meio do MDS, e de outros R$ 12 milhões de contrapartida dos estados. O convênio prevê a instalação de 39 mil tecnologias de acesso à água para consumo humano e 2,89 mil sistemas para consumo animal e produção de alimentos. As famílias que recebem as cisternas para a produção de alimentos também são inseridas no Programa Fomento Rural, em um repasse de R$ 13,3 milhões pelo acordo.

Além de oferecer assistência técnica, o Fomento Rural transfere o valor de R$ 4,6 mil diretamente para os beneficiados. São grandes conquistas para Jamile da Silva, que pensa em alternativas de expansão produtiva, a partir do recurso, da cisterna concluída e da capacitação para trabalhar em novas culturas. Ela também quer melhorar as condições do local onde cria caprinos e ovinos, a começar pela construção de um teto para os animais.

“Essa cisterna vai me ajudar na atividade produtiva, vou saber que estou consumindo alimento saudável. E o Fomento vai me dar uma garantia de ter uma criação melhor, que eu preciso também, de caprinos e ovinos”, projetou Jamile, enquanto acompanha em detalhes o processo de construção da estrutura. Nascida e criada na zona rural, é nessa mesma terra em Juazeiro que ela quer continuar a escrever sua história.

A realidade que o Programa Cisternas desenha para as famílias é possível graças à retomada, em 2023, dos investimentos na ação. Trata-se de uma política pública que assegura o direito de acesso a água.

PERSPECTIVA — À sombra de uma árvore no quintal de casa, na comunidade Arapuá Novo, a produtora rural Maria Sonia Oliveira espera com tranquilidade o período de chuvas na região, quando será possível captar a água, armazenar e, finalmente, utilizá-la. Os 60 anos de vida, completados no último mês, são morando sobre o mesmo chão de terra em Juazeiro. Maria Sonia recorda da época em que a família não tinha cisterna em casa.

“A primeira cisterna foi um sonho, quando a gente conseguiu, há quase 20 anos. Porque a gente tinha uma dificuldade enorme de carregar a água. Tinha que buscar água longe, colocar na cabeça, era um peso”, lembrou aliviada. “Agora, com essa outra, vai ser ainda melhor, porque é para produção”, disse, mirando o futuro.

A poucos quilômetros da propriedade em que Maria Sonia cria caprinos, a família de André Nascimento também tem na pequena agricultura o meio de subsistência. É da atividade no campo que o produtor colhe qualidade de vida para os três filhos. Ao lado da esposa, Márcia Cristina, ele enxerga no Programa Cisternas a chance de ampliar e otimizar a produção na área em que vivem.

Aos 43 anos, essa será a primeira vez que o agricultor vai manejar uma horta. “Vou plantar coentro, alface, tomatinho… Vai ser pra gente comer em casa, um alimento saudável, e se for possível, até ter uma rendinha extra pra família”, planeja André, com entusiasmo.

CAPACITAÇÃO — O assessoramento técnico para as famílias que atuarão com as cisternas de produção de alimentos, tem o papel de educar e dar suporte, para que a atividade seja executada com segurança. Dessa forma, Jamile, Maria e André são acompanhados por profissionais com experiência e que conhecem o potencial produtivo da região.

Nas comunidades rurais de Juazeiro, a assistência é feita pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA). “É um trabalho que fortalece a função da assessoria técnica, porque a gente conversa com eles, tira dúvidas e até ajuda a escolher qual atividade produtiva eles querem desenvolver”, explicou Andressa Menezes, técnica do IRPAA.

“A retomada do Programa Cisternas consolida o que nós defendemos, que é a convivência com o Semiárido. É um processo que integra a família, porque todos participam”, completou.

O desenho do programa beneficia todos os envolvidos, de uma ponta a outra, como é o caso do pedreiro Flávio Rodrigues, que nunca havia trabalhado na construção civil. Ele passou por uma capacitação, esse ano, e agarrou a oportunidade. Desde que assumiu a função, perdeu as contas de quantas cisternas já ajudou a construir.

“Quero aprender mais ainda, desde moleque tinha vontade de ser pedreiro, e quero aproveitar a oportunidade de trabalhar na área. A cisterna é um presente, eu só tenho a agradecer ao programa, à ASA, a todos”, declarou Flávio. Entre o início e a entrega, a construção de cada cisterna pode variar entre sete e 15 dias, em média.

A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) é uma rede que defende, propaga e desenvolve o projeto de convivência com o bioma. A entidade é composta por mais de três mil organizações da sociedade civil, como sindicatos rurais, associações de agricultores e agricultoras, cooperativas, organizações não governamentais e institutos, como o IRPAA.

AVANÇO — Ao resgatar o Programa Cisternas, em 2023, após longo período sem incentivos, o Governo Federal investiu R$ 600 milhões e contratou 62,7 mil unidades, sendo 58,2 mil para o Semiárido e as demais para a região Amazônica.

As tecnologias sociais de acesso à água são um importante equipamento para a convivência com as regiões, promovendo dignidade, saúde, segurança alimentar e melhores condições de vida. Além disso, pesquisas científicas mostram a importância desses sistemas na saúde de gestantes e recém-nascidos.

 

Infográfico
Comentários do Facebook
Continue lendo

MAIS LIDAS DA SEMANA