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Prefeito de São Paulo anuncia ações para dependentes na Cracolândia

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Em visita nesta quarta-feira (11) ao Serviço Integrado de Acolhida Terapêutica II (Siat) de atendimento emergencial, na Cracolândia, no centro de São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes anunciou ações para dependentes químicos nas cracolândias. “O tratamento e o acolhimento; o policial e a questão de reurbanizar o espaço. São três pilares, se um falhar, não vai funcionar”, disse.

Durante a visita, o prefeito manifestou preocupação com a saída do delegado Roberto Monteiro de Andrade Júnior, responsável pelas ações policiais na região da Cracolândia, na função desde junho de 2021, na 1ª Seccional de Polícia, no centro da capital.

Para o prefeito, a continuidade das ações policiais de investigação é fundamental. “Porque se tiver essa oferta de droga do jeito que tinha, e os traficantes e a organização criminosa dominando o espaço, não se consegue ter as ações. Apesar de que em algum momento alguém falou que o trabalho de dispersão, de tirar o núcleo de controle do crime organizado, não era correto, vimos o resultado que era correto e era preciso”, disse.

“Mostrei ao vice-governador, Felicio Ramuth, a questão de ter a continuidade, pedi para que, pelo menos, o [delegado] Roberto Monteiro ficasse na prefeitura à disposição”, disse o prefeito.

Felicio Ramuth também é o responsável por gerenciar as ações do estado na cracolândia.

O prefeito Ricardo Nunes adiantou que entre os pontos da iniciativa entre a prefeitura e o governo do estado para o projeto de recuperação do centro da cidade, que será lançado no próximo dia 23, está a questão da saúde. “Sobre a questão da saúde, o estado vai ofertar mais internações, vai fortalecer o Cratod [Centro de Referência de Álcool Tabaco e Outras Drogas]. Não tem muito segredo do que tem que fazer, precisa agora é dar continuidade no que está fazendo”, disse o prefeito.

Já o secretário municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco, disse que o estado vai otimizar o Cratod. “O Cratod vai nos ajudar na internação, inclusive nesses pacientes que estão há mais de 10, 5 anos na cena de uso, que, de acordo com estudos, são praticamente 70%. Esse paciente não faz uma adesão voluntária fácil, ele está há muito tempo na cena de uso, ele não quer ser internado. Com esse paciente vamos ter que fazer um trabalho com a colaboração do Cratod, com a colaboração do estado, com as vagas do estado. Vamos fazer um trabalho de rede da psiquiatria na cracolândia”.

Siat II

O Siat II está em funcionamento desde maio do ano passado, com equipes das redes de saúde e assistência social. Elas atuam nas abordagens de usuários abusivos de álcool e outras drogas em situação de vulnerabilidade.

Os atendimentos são de responsabilidade de equipes multiprofissionais, incluindo psicólogos, assistentes sociais, médicos e enfermeiros. As equipes atendem os dependentes químicos nas ruas da região e também envolvidos em ocorrência na delegacia.

O SIAT está instalado na Rua Helvétia, um dos locais para onde o fluxo da cracolândia se dirigiu após ter sido dispersado da Praça Princesa Isabel em uma operação policial deflagrada em maio do ano passado.

Na visita desta terça-feira, o prefeito conheceu as modificações no local. “Aqui tínhamos uma tenda provisória, agora colocamos um equipamento mais adequado, com espaços melhores para receber os pacientes. Aqui temos médicos, enfermeiros, psiquiatra, assistente social durante 24 horas”.

A abordagem ao dependente químico é feita após o Termo Circunstanciado (registro da ocorrência na delegacia). Daí, a equipe do Siat faz o encaminhamento do dependente para a Unidade de Pronto Atendimento – UPA III Vergueiro, onde há uma consulta com um psiquiatra e um médico clínico geral. Depois, o dependente vai para o Hospital Cantareira para fazer a desintoxicação. A média de desintoxicação é de 15 dias. Após esse período, com o acompanhamento da equipe, o paciente vai para o serviço de cuidados prolongados.

De acordo com mais recente relatório do Levantamento de Cenas de Uso em Capitais (Lecuca), o influxo de novos frequentadores em 2021 foi o menor da série histórica (20,2% de novos frequentadores), porém, apresentou um aumento na prevalência de frequentadores antigos (57,4% há pelo menos 5 anos e 39,2% estão na cena há 10 anos ou mais) e aumento de respondentes em situação de rua (66,3%), enquanto 41% referem não possuir rede de suporte. Desses, 40% contam apenas com os profissionais dos serviços na região.

O Lecuca é realizado por pesquisadores/as da Unidade de Pesquisa de Álcool e Drogas (Uniad), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC Geral

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“Caminhos assistenciais” do Governo Federal liberam rodovias para garantir abastecimento do Rio Grande do Sul

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Prioridade é a liberação ágil de trechos essenciais para assegurar o fluxo de veículos com suprimentos, comida, oxigênio e combustível

Com mais de 400 cidades atingidas pelo alto volume de chuvas que caiu sobre o território gaúcho, o Governo Federal desenvolveu um plano emergencial para reestabelecer o fluxo viário em rotas estratégicas para assegurar o atendimento da população e impedir o desabastecimento de itens essenciais para a população do Rio Grande do Sul.

“Esses caminhos assistenciais, como estamos chamando, são para garantir salvamento e abastecimento do estado, sobretudo com oxigênio e remédio, comida e água, além da chegada de combustível, para não haver outras paralisações nesta crise e intensificarem ainda mais o sofrimento do povo gaúcho neste momento”, informou o ministro dos Transportes, Renan Filho. “É um plano de trabalho com prioridades a serem adotadas em 48 horas”.

Para isso, são usados maquinários pesados, como tratores, escavadeiras, guindastes e caminhões. Há cerca de 200 equipamentos e 600 homens atuando diretamente no estado. Em alguns pontos de rompimento de trechos de estrada, a solução é preencher as brechas com pedras para permitir a passagem dos veículos. Um dos trechos liberados é a BR 290, que liga Porto Alegre a Santa Maria e segue até a fronteira com a Argentina, por onde passa 30% do comércio internacional do país. Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), de concessionárias e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) seguem no para restabelecer o fluxo viário.

“Liberamos o fluxo na BR 290. O momento é de trabalhar pela preservação da vida, reencontro das famílias e reconstrução do Rio Grande do Sul. Nesses caminhos serão permitidos transporte de alimentos, remédios, oxigênio, combustíveis, resgates e pacientes em ambulâncias”, comentou o ministro.

Já estão liberados também trechos das BRs-116/RS, entre Estância Velha a Nova Petrópolis; de Vacaria a Campestre da Serra; e de Caxias a São Marcos. Também foi restabelecido o fluxo na BR-392/RS, de Santa Maria a Caçapava do Sul, possibilitando o acesso ao Porto de Rio Grande, beneficiando a região de Pelotas. Até esta quarta-feira (8/5), serão realizadas ainda as seguintes liberações: na BR-116/RS, sentido norte do estado, no trecho do Viaduto da Scharlau, e a ponte sobre o Rio dos Sinos.

 

Na BR-470, passagem liberada de Carlos Barbosa a Montenegro; na BR-386, a ponte sobre o rio Taquari, em Estrela e Lajeado também teve o fluxo retomado, assim como na BR-290, de Eldorado a Santa Maria, com construção de um bueiro. Já no caso da BR-158, de Santa Maria a Cruz Alta, o trânsito ainda ocorre com escolta, apenas para passagens de veículos emergenciais, pois há risco no trajeto. Trânsito liberado também na BR-448, a Rodovia do Parque.

Para o ministro, chama a atenção nesse desastre a amplitude, a velocidade com que as águas subiram e a demora no escoamento, o que dificulta o dimensionamento da crise e o atendimento. “A prioridade agora é salvar vidas, liberar vias para passagem de equipes de resgate e pronto socorro e, depois, pensarmos na reconstrução”, listou.

Rodovias liberadas e em processo de liberação

1 BILHÃO – Em reunião com parlamentares na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o ministro ainda informou que cerca de R$ 1 bilhão serão destinados pelo Governo Federal à reconstrução de rodovias federais, além do orçamento previamente destinado ao estado de R$ 1,7 bilhão.

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