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Caminhos da Reportagem apresenta a gastronomia da solidariedade

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Uma gastronomia que transforma a vida das comunidades. Sabores que trazem memórias culturais e ainda promovem o não desperdício dos alimentos. Tudo isso aliado à remuneração justa e capacitação dos trabalhadores. Essa é a proposta do movimento da gastronomia social que o Caminhos da Reportagem vai reapresentar neste domingo (2) às 22h, na TV Brasil.

Apresentado originalmente em 13 de março de 2022, o episódio que será exibido hoje, Gastronomia da Solidariedade, garantiu a segunda colocação no prêmio Sebrae de Jornalismo. O programa ganhou ainda a terceira colocação no mesmo prêmio, com o episódio Negócios de Impacto, exibida na telinha em 14 de novembro de 2021.

Gastronomia da Solidariedade

Para o programa, a equipe foi até a comunidade quilombola Cafundá Astrogilda, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, para conhecer o restaurante que funciona lá, aberto ao público, sob o comando de duas mulheres quilombolas. Certificada em 2014 pela Fundação Cultural Palmares, a comunidade, localizada no Parque Estadual da Pedra Branca, é composta por descendentes da matriarca Astrogilda, que dá nome ao local.

Na comunidade quilombola, moradores lutam para manter as tradições, incluindo a culinária, e buscam a segurança alimentar por meio da utilização das chamadas “plantas alimentícias não convencionais”, como a ora-pro-nóbis e a taioba, que crescem naturalmente no local. 

“A nossa culinária, desde criança, era uma culinária em que a gente consumia, praticamente, o que colhia da natureza”, disse a quilombola Maria Lúcia Mesquita. Além do trabalho no restaurante, junto com a filha Gizele, ela ainda coordena as aulas de cozinha solidária para a comunidade quilombola.

No Quilombo Cafundá Astrogilda, no Rio, Maria Lúcia e Gizele mobilizam a comunidade por meio da culinária para manter viva a tradição dos antepassados.  No Quilombo Cafundá Astrogilda, no Rio, Maria Lúcia e Gizele mobilizam a comunidade por meio da culinária para manter viva a tradição dos antepassados.

No Quilombo Cafundá Astrogilda, no Rio, Maria Lúcia e Gizele mobilizam a comunidade por meio da culinária para manter viva a tradição dos antepassados – Aline Beckstein/Divulgação/TV Brasil

Também no Rio de Janeiro, a equipe da TV Brasil conheceu o refeitório da organização não-governamental Gastromotiva, inaugurado em 2016. No local, eram servidos jantares solidários para a população em situação de rua, mas com o início da pandemia o espaço passou a ser um centro de produção de quentinhas. As refeições, retiradas e distribuídas por projetos parceiros, são feitas por cozinheiros que tiveram aulas gratuitas de gastronomia oferecidas pela ONG, criada pelo chef de cozinha David Hertz.

Um dos programas da Gastromotiva, o Cozinha Solidária, apoia a confecção de quentinhas por organizações parceiras e oferece formação aos profissionais envolvidos na produção. Em 2021, 1,4 milhão de refeições foram distribuídas em Salvador, Rio de Janeiro, Manaus, São Paulo e Curitiba. 

A Lanchonete Lanchonete, associação cultural localizada no bairro da Gamboa, na região chamada de Pequena África, no Rio de Janeiro, faz parte dessa rede. Das mãos das seis mulheres que formam o coletivo Guerreiras da Gamboa, saem semanalmente cerca de 400 pratos feitos numa cozinha “eco afro afetiva”, como descreve Thelma Vilas Boas, diretora da organização. 

“Estamos numa região afrodiaspórica, então vamos celebrar tudo o que pudermos de receitas e alimentos de origem ou tradição africana. É ecológica, porque entendemos que agricultura familiar, compostagem e reciclagem fazem parte do trabalho da cozinha; e afetiva porque convocamos as lembranças dos afetos a partir da alimentação”, explica.

Quando o assunto é capacitação, outra referência é a Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco, em Fortaleza. Criada a partir de uma parceria da Secretaria Estadual de Cultura e da iniciativa privada, a instituição oferece cursos gratuitos com o objetivo de “estimular o protagonismo cultural e social por meio da gastronomia”.

João Diamante, chef de cozinha, desenvolveu um projeto para promover a transformação social de jovens de comunidade por meio da gastronomia.  João Diamante, chef de cozinha, desenvolveu um projeto para promover a transformação social de jovens de comunidade por meio da gastronomia.

João Diamante, chef de cozinha, desenvolveu um projeto para promover a transformação social de jovens de comunidade por meio da gastronomia – João Diamante/Arquivo pessoal

O Caminhos da Reportagem também conta a história do chef de cozinha João Diamante. Baiano, criado numa comunidade do Complexo do Andaraí, zona norte do Rio de Janeiro, ele fez curso universitário de Gastronomia e ficou entre os melhores alunos da sua turma. O destaque lhe rendeu um estágio em Paris, no restaurante do renomado chef de cozinha francês Alain Ducasse.

De lá para cá, João Diamante vem trabalhando numa série de atividades: no seu próprio restaurante, com apresentação de TV e, especialmente, no projeto social Diamantes na Cozinha. A iniciativa utiliza a gastronomia como instrumento de inclusão profissional e social. 

“Lá nós temos aulas que vão desde plantar, cultivar e colher os alimentos até a finalização do prato, promovendo sempre uma visão crítica de sociedade”, disse Diamante. As aulas, que no momento acontecem de forma online por causa da pandemia, são gratuitas e voltadas para jovens em situação de vulnerabilidade social.

Ficha técnica:

Reportagem: Aline Beckstein

Produção: Aline Beckstein e Renata Cabral

Edição de Texto: Renata Cabral

Edição e finalização: Eric Gusmão

Imagens: Sandro Tebaldi, André Rodrigo Pacheco, Rodolpho Rodrigues e Ronaldo Parra

Operador de áudio:  Eduardo Sá

Auxílio técnico: Cláudio Tavares, Dailton Matos e Yuri Freire 

Apoio à produção: Tiago Bittencourt

Edição: Aline Leal

Fonte: EBC Geral

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“Caminhos assistenciais” do Governo Federal liberam rodovias para garantir abastecimento do Rio Grande do Sul

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Prioridade é a liberação ágil de trechos essenciais para assegurar o fluxo de veículos com suprimentos, comida, oxigênio e combustível

Com mais de 400 cidades atingidas pelo alto volume de chuvas que caiu sobre o território gaúcho, o Governo Federal desenvolveu um plano emergencial para reestabelecer o fluxo viário em rotas estratégicas para assegurar o atendimento da população e impedir o desabastecimento de itens essenciais para a população do Rio Grande do Sul.

“Esses caminhos assistenciais, como estamos chamando, são para garantir salvamento e abastecimento do estado, sobretudo com oxigênio e remédio, comida e água, além da chegada de combustível, para não haver outras paralisações nesta crise e intensificarem ainda mais o sofrimento do povo gaúcho neste momento”, informou o ministro dos Transportes, Renan Filho. “É um plano de trabalho com prioridades a serem adotadas em 48 horas”.

Para isso, são usados maquinários pesados, como tratores, escavadeiras, guindastes e caminhões. Há cerca de 200 equipamentos e 600 homens atuando diretamente no estado. Em alguns pontos de rompimento de trechos de estrada, a solução é preencher as brechas com pedras para permitir a passagem dos veículos. Um dos trechos liberados é a BR 290, que liga Porto Alegre a Santa Maria e segue até a fronteira com a Argentina, por onde passa 30% do comércio internacional do país. Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), de concessionárias e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) seguem no para restabelecer o fluxo viário.

“Liberamos o fluxo na BR 290. O momento é de trabalhar pela preservação da vida, reencontro das famílias e reconstrução do Rio Grande do Sul. Nesses caminhos serão permitidos transporte de alimentos, remédios, oxigênio, combustíveis, resgates e pacientes em ambulâncias”, comentou o ministro.

Já estão liberados também trechos das BRs-116/RS, entre Estância Velha a Nova Petrópolis; de Vacaria a Campestre da Serra; e de Caxias a São Marcos. Também foi restabelecido o fluxo na BR-392/RS, de Santa Maria a Caçapava do Sul, possibilitando o acesso ao Porto de Rio Grande, beneficiando a região de Pelotas. Até esta quarta-feira (8/5), serão realizadas ainda as seguintes liberações: na BR-116/RS, sentido norte do estado, no trecho do Viaduto da Scharlau, e a ponte sobre o Rio dos Sinos.

 

Na BR-470, passagem liberada de Carlos Barbosa a Montenegro; na BR-386, a ponte sobre o rio Taquari, em Estrela e Lajeado também teve o fluxo retomado, assim como na BR-290, de Eldorado a Santa Maria, com construção de um bueiro. Já no caso da BR-158, de Santa Maria a Cruz Alta, o trânsito ainda ocorre com escolta, apenas para passagens de veículos emergenciais, pois há risco no trajeto. Trânsito liberado também na BR-448, a Rodovia do Parque.

Para o ministro, chama a atenção nesse desastre a amplitude, a velocidade com que as águas subiram e a demora no escoamento, o que dificulta o dimensionamento da crise e o atendimento. “A prioridade agora é salvar vidas, liberar vias para passagem de equipes de resgate e pronto socorro e, depois, pensarmos na reconstrução”, listou.

Rodovias liberadas e em processo de liberação

1 BILHÃO – Em reunião com parlamentares na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o ministro ainda informou que cerca de R$ 1 bilhão serão destinados pelo Governo Federal à reconstrução de rodovias federais, além do orçamento previamente destinado ao estado de R$ 1,7 bilhão.

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