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Índice de Preços ao Produtor cai 3,11% em agosto

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Os preços no setor industrial registraram, em agosto, queda de 3,11% em relação a julho. É a maior variação negativa desde o início da série histórica em 2014. Na passagem de junho para julho, a variação havia sido de 1,13%. Nos últimos 12 meses, o índice marcou 12,16%. Em julho, o acumulado foi de 17,94%. No ano, o indicador chegou a 7,91%. Os resultados do Índice de Preços ao Produtor (IPP) de agosto foram divulgados hoje (28), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A indústria do refino de petróleo e biocombustíveis se destacou com a segunda maior variação, com queda de 6,99%. Foi também a maior influência com 0,95 ponto percentual (p.p.) no recuo de 3,11% da indústria geral. As retrações nos alimentos com -0,88 p.p. de influência, as indústrias extrativas com -0,79 p.p. e a metalurgia -0,25 p.p. – foram outras que influenciaram o indicador.

O gerente do IPP, Alexandre Brandão, informou que o acumulado do ano do refino até agosto foi de 26,49% e, que analisando os últimos 12 meses, a alta é de 45,98%. “São as maiores variações nesses indicadores. Agora em agosto, houve queda (a primeira observada em 2022) de -6,99%, numa inversão do que vinha ocorrendo”, disse.

Segundo o IBGE, o IPP mede a variação dos preços de produtos na porta da fábrica – não incluindo impostos e frete – de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. Entre elas, 16 mostraram recuo. Os quatro setores com maiores variações, em termos absolutos, foram: indústrias extrativas (-14,18%); refino de petróleo e biocombustíveis (-6,99%); metalurgia (-3,91%); e alimentos (-3,74%).

Segundo Brandão, antes do recuo de 3,11%, em agosto, a menor queda tinha sido em novembro de 2018: 1,62%. Nos últimos 37 meses, período que inclui a pandemia, houve apenas dois resultados negativos. Além do atual, houve a queda de 0,08% em dezembro de 2021. “O que em grande parte explica a redução, por um lado, é a apreciação real frente ao dólar em agosto, que impacta negativamente tanto os preços das importações quanto os das exportações”, observou.

A redução dos preços do óleo bruto de petróleo e do minério de ferro no mercado externo também representou importante influência. De acordo com o gerente, esses produtos têm um efeito em cascata em boa parte da indústria.

Efeito direto

“A queda do óleo bruto de petróleo terá efeito direto no refino e em outros produtos químicos, além dos efeitos indiretos em outras cadeias com a queda nos preços dos combustíveis. Já o minério de ferro, quando os preços caem, afeta os setores de metalurgia, particularmente a siderurgia, que, por sua vez, alcançará setores como os de produção de veículos e eletrodomésticos”, explicou Brandão.

Ele acrescentou que há outras questões mais específicas de mercado como no setor de alimentos, que concentra a maior parte da indústria brasileira e, após meses de alta no segmento de laticínios, registrou um arrefecimento em agosto.

“Os quatro produtos de alimentos que mais variaram foram os produtos derivados do leite, que tiveram variação negativa como queijos e leite esterilizado / UHT/Longa Vida, cujos preços foram pressionados por uma menor demanda. Além da redução da demanda, houve importação desses produtos. Além disso, em outros segmentos, houve, por exemplo, uma maior oferta de carne de frango, fazendo o preço cair”, revelou.

O IBGE informou que “a queda dos preços industriais não sofre o efeito da redução do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) porque os preços informados ao IPP são livres de impostos”.

Pesquisa

Segundo o IBGE, o IPP acompanha a mudança média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, e sua evolução ao longo do tempo, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no país. “Trata-se de um indicador essencial para o acompanhamento macroeconômico e um valioso instrumento analítico para tomadores de decisão, públicos ou privados”,  afirmou o instituto.

Em pouco mais de 2.100 empresas, a pesquisa investiga os preços recebidos pelo produtor, isentos de impostos, tarifas e fretes e definidos segundo as práticas comerciais mais usuais. Ao todo, por mês, são coletados cerca de seis mil preços.

Edição: Kleber Sampaio

Fonte: EBC Economia

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Dia das Mães: pesquisa do Procon Goiás aponta variação superior a 220% nos preços dos presentes

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Oscilação foi encontrada no vaso da flor azaléia, vendido de R$ 24,90 a R$ 80. Levantamento foi feito com 156 itens em 54 estabelecimentos da capital

O Dia das Mães é comemorado no próximo domingo (12/05) e para ajudar o consumidor a fazer a melhor escolha do presente, o Procon Goiás realizou pesquisa de preços em 54 estabelecimentos de Goiânia entre os dias 25 de abril e 2 de maio. Foram levantados preços de 156 produtos, como cestas de café da manhã, flores, maquiagens, perfumes e eletrônicos. A pesquisa completa feita pelo Procon Goiás, com relatório e planilhas, está disponível no site goias.gov.br/procon.

A principal variação apontada pela pesquisa foi de 221,28% no vaso da flor azaléia, vendido de R$ 24,90 a R$ 80. Outro produto com variação considerável (206,90%) é o pó compacto da marca Bruna Tavares, vendido de R$ 27,99 a R$ 85,90.

Os pesquisadores do Procon Goiás encontraram ainda uma sessão de massagem relaxante de 50 minutos entre R$ 80 e R$ 184, variação de cerca de 130%. O levantamento também levou em conta produtos eletrônicos, sendo que a maior diferença nesses itens foi superior a 135% e ocorreu no depilador Philips 2 velocidades, comercializado de R$ 199 a R$ 469.

A pesquisa também levou em conta variações dos produtos em relação ao ano passado. Teve produto com aumento superior a 95%. É o exemplo da paleta de sombras da marca Mariana Saad, vendida ano passado por R$ 80,97 e esse ano por R$ 157,95. Em relação a 2023, a cesta de café da manhã com 50 itens teve aumento de 52,80%. O produto era vendido ano passado a R$ 219,90 e esse ano a R$ 336.

Essa data é considerada a principal no calendário do comércio no primeiro semestre. Segundo pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL Goiânia), o Dia das Mães deve levar 94% dos consumidores às compras na capital. Dados da entidade apontam que, este ano, o ticket médio para compra do presente será de R$ 155, com cerca de dois produtos por cada consumidor.

Procon Goiás divulga pesquisa de preços de produtos para presentes do Dia das Mães

Procon Goiás divulga pesquisa de preços de produtos para presentes do Dia das Mães

Orientações
Antes de ir às compras, pesquise os preços, para que não pese no orçamento familiar. O consumidor precisa se atentar ao fato de que os produtos têm de estar expostos com os preços de maneira clara e visível. O produto deve mostrar 2 preços: o total à vista e o valor das parcelas (no caso de parcelamento do pagamento).

Toda loja tem sua política de troca e o estabelecimento só é obrigado a efetuar a troca do produto se ele apresentar algum defeito. O Código de Defesa do Consumidor prevê dois prazos para reclamação: 30 dias para os produtos e serviços não duráveis e 90 dias para produtos e serviços duráveis.

Quanto às compras de aparelhos eletrônicos, o consumidor deve testar o funcionamento do aparelho ainda dentro do estabelecimento, verificar da existência de manual de instruções em nosso idioma e a relação da rede autorizada de assistência técnica do produto.

No caso de compras realizadas fora da loja física, o consumidor deve exigir o comprovante da data de entrega. Nesse caso, o prazo de desistência da compra é de 7 dias a partir do recebimento do produto. Exija sempre a nota fiscal na aquisição de qualquer produto, pois ela é importante caso o consumidor precise fazer valer os seus direitos e formalizar uma reclamação.

Fotos: Procon Goiás / Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor – Governo de Goiás

 

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