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Abram as janelas, lá vem o fumacê! – Agência Brasília
Esse é o produto mais conhecido no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e outras arboviroses. Uma fumaça branca, espalhada por um motor barulhento, mas que é “tiro e queda”: mata na hora os mosquitos adultos que sobrevoam os espaços. O inseticida de ultrabaixo volume (UBV), conhecido como fumacê, é uma das estratégias usadas pela Secretaria de Saúde (SES) na luta contra a dengue.
O composto usado no fumacê é feito à base de neonicotinóide, substância usada nos inseticidas, mas inofensivo a seres humanos. Durante este período chuvoso, a Vigilância Ambiental trabalha diariamente com dez caminhonetes de UBV que percorrem as cidades do DF onde foi identificada a circulação do vírus. Ao longo do mês de janeiro, 12 regiões administrativas têm recebido as visitas dos carros que borrifam o produto.
“Em Vicente Pires, por exemplo, o último boletim epidemiológico da secretaria apontou que houve um aumento significativo [de casos de dengue]”, conta o agente de Vigilância Ambiental Reginaldo Braga. “Tanto o boletim quanto as notificações dos casos feitos pelos profissionais da assistência em saúde direcionam os locais onde vamos aplicar o fumacê.”
Com a alta nos casos da dengue, as ruas de Vicente Pires têm recebido quase diariamente a aplicação do inseticida. Para aumentar a eficiência da ação, a borrifação em cada endereço é feita em três etapas, com intervalos de três dias. Cada veículo comporta 56 litros do produto, quantidade que dura em torno de quatro a cinco dias.
Horários cruciais
“Se a pessoa fecha as entradas, nós não vamos conseguir eliminar o mosquito que se encontra protegido dentro do imóvel e que pode estar infectado” Reginaldo Braga, agente de Vigilância Ambiental
A aplicação é feita, usualmente, no início da noite ou ao amanhecer. No atual período, as caminhonetes da Vigilância Ambiental percorrem as ruas do DF no cair da tarde, a partir das 17h30. “Tecnicamente, são os horários em que a fêmea busca sangue para maturação dos ovos, e é mais fácil de pegá-la no voo”, explica o agente. “Além disso, é uma faixa horária em que normalmente as residências e imóveis comerciais estão abertos”.
A borrifação de UBV é a técnica empregada para combater o mosquito na fase adulta, quando o inseto está apto a transmitir a dengue. Na fase de larva, o Aedes aegypti é combatido por uma pastilha que elimina o filhote ainda no ciclo aquático. Há também o trabalho perifocal feito pelas equipes da SES, com visitas quinzenais a locais com grande potencial de procriação do mosquito da dengue como borracharias e ferros-velhos.
Abertura de janelas e portas
A orientação da Vigilância Ambiental é que, quando o fumacê passa pelas ruas, devem-se abrir as janelas e, se possível, também as portas das residências. “Se a pessoa fecha as entradas, nós não vamos conseguir eliminar o mosquito que se encontra protegido dentro do imóvel e que pode estar infectado”, reforça Reginaldo Braga.
Segundo a SES, foram notificados 800 casos prováveis de dengue somente na primeira quinzena de janeiro. O quantitativo recomenda aguçar a precaução. “O fumacê é um método muito importante para o combate à doença”, endossa o bombeiro Edson Gomes, 48 anos, morador da rua 10 de Vicente Pires. “Sempre deixo o carro [do fumacê] entrar na minha garagem, na área de fundo para borrifar – mas não devemos deixar de fazer o dever de casa, que é eliminar a água parada e limpar o terreno”.
Vizinho de Edson, o aposentado Raimundo Lima, 79, também elogia a ação na região onde mora: “É um serviço muito útil. É a primeira vez que vejo o carro aqui, e sei que é essencial para espantar esse mosquito perigoso”.
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Ministério da Saúde já enviou 25 toneladas de medicamentos e insumos para atender população gaúcha
Ministério da Saúde já enviou um total de 25 toneladas de medicamentos e insumos para o Rio Grande do Sul. O objetivo é manter o estado abastecido durante a calamidade provocada pelas severas enchentes dos últimos dias.
A informação foi divulgada na tarde desta segunda-feira, 13 de maio, no Hospital Conceição, em Porto Alegre, durante entrevista coletiva para rádios regionais.
Cem kits de medicamentos e insumos – com capacidade para atender a até 1.500 pessoas durante um mês – chegaram nos últimos dias ao estado. Conhecido como kit emergencial, ele é composto por oito caixas que, somadas, pesam 250 kg. Além de remédios, o conjunto inclui também luvas, seringas, ataduras, etc.
Vale destacar que o volume não considera outros repasses de medicamentos, vacinas e insumos que estão sendo enviados para repor os estoques perdidos com as enchentes e os que já estavam previstos na rotina. A título de comparação, em todo o ano passado, foram distribuídos 106 kits para emergências no Brasil.
Durante o balanço, o secretário de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço, detalhou a operação de hospitais de campanha no estado. Foi confirmado que a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) irá operar quatro hospitais de campanha no estado.
Um já funciona em Canoas, outro está sendo montado na capital gaúcha e um terceiro em São Leopoldo. A destinação da quarta unidade ainda será definida. Desde o início da calamidade no Rio Grande do Sul, o Ministério da Saúde já enviou recursos para 246 unidades de assistência.
ALERTA PARA GRIPE — O diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública (Desp) do Ministério da Saúde, Márcio Garcia, fez um alerta para doenças respiratórias. Com as aglomerações em abrigos e a temperatura baixando, a preocupação é com o aumento do número de casos de gripe e covid-19.
“A combinação é favorável para o aumento dessas doenças. As pessoas vacinadas vão estar mais protegidas. Diminuem as chances de adquirir a doença ou de evoluir para um caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave”, frisou.
NÚMEROS — Veja a seguir alguns números das ações no RS apresentadas durante a coletiva:
Balanço de atendimentos
- Total: 1.600 / Hospital Campanha (HCamp) de Canoas: 1034
- Equipes volantes: 548
- Encaminhamento ou transferência para outra unidade: 57
- Remoções aéreas: 25
- Atendimentos psicossociais: 22
Força de trabalho:
- 134 profissionais em atuação;
- 6 equipes volantes (13 enfermeiros + 9 médicos);
- 15 equipes aeromédicas (15 enfermeiros + 15 médicos);
- 62 profissionais no HCamp;
- 19 profissionais de gestão;
- 1 equipe psicossocial (5 psicólogas)
Recursos aplicados:
- Medida provisória (MP) de liberação de crédito extraordinário, editada pelo presidente Lula, no domingo (12), traz a liberação de R$ 861 milhões para ações de saúde primária e especializada, vigilância epidemiológica, assistência farmacêutica e contratação temporária de profissionais;
- Antecipação de R$ 40 milhões para compra de medicamentos;
- Antecipação do pagamento do piso aos profissionais de enfermagem do estado. O total do repasse é de R$ 30 milhões;
- Repasse, em parcela única, de R$ 63,1 milhões do Fundo Nacional de Saúde à Secretaria Estadual de Saúde e aos fundos municipais de saúde do Rio Grande do Sul;
- Liberação, de forma imediata, no dia 6 de maio, de R$ 534 milhões em emendas individuais de congressistas do Rio Grande do Sul para auxiliar os municípios do estado afetados pelas enchentes. As emendas estavam alocadas na área da Saúde.
IMUNOGLOBULINA — O Programa Nacional de Imunizações (PNI) enviará, nesta semana, 600 doses de imunoglobulina à população do Rio Grande do Sul. As imunoglobulinas são proteínas utilizadas pelo organismo para combater um determinado antígeno, como vírus e bactérias, por exemplo.
Além disso, o Ministério da Saúde também vai destinar 1,1 mil frascos de soro; 416 mil doses de vacinas contra hepatite A, raiva, poliomielite e influenza, e 134 mil doses de covid-19. A destinação de todos esses insumos foi debatida, nesta segunda-feira (13), durante reunião de monitoramento do Centro de Operações de Emergência (COE) para chuvas intensas e inundações na Região Sul.
“Neste momento, as síndromes respiratórias também passam a ser um problema. Por isso, estamos focados em proteger a população gaúcha. Precisamos de uma ação ativa para vacinar inclusive dentro dos abrigos”, afirmou, na reunião, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.