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Mostra de Tiradentes discute mudanças do cinema em meio à pandemia

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“O que vai ser do cinema? O que vai ser desse cinema que a gente concebe de forma tradicional que é a ida pra uma sala, com ingresso pago?”, questiona Lila Foster, uma das curadoras da 25ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes. São perguntas que estarão em evidência em meio aos debates do evento que teve início na noite de ontem (21) e se encerra no próximo sábado (29).

O tema dessa edição é “cinema em transição”. A proposta é promover uma reflexão sobre as mudanças que vêm ocorrendo no setor, diante das transformações econômicas e em meio à pandemia de covid-19 iniciada em março de 2020. Os próprios festivais foram duramente impactados e precisaram recorrer à programação online nos últimos dois anos. Nessa edição, a Mostra de Tiradentes anunciou um modelo híbrido, mas precisou recuar frente ao avanço da onda causada pela Ômicron, a nova variante do novo coronavírus que se alastrou pelo mundo: restando apenas uma semana para o início do evento, os organizadores comunicaram a mudança pactuada em comum acordo com parceiros, com patrocinadores e com o município.

“As altas taxas de transmissibilidade inesperadamente altas da variante Ômicron estão exigindo um cuidado ainda maior. Salvar vidas é o mais importante”, anunciaram. Transferida integralmente para o ambiente virtual, a programação deste ano foi mantida com pouquíssimas alterações e pode ser acessada pelo site oficial do evento. Todas as atrações são gratuitas.

Serão apresentados 169 filmes brasileiros de 21 estados brasileiros, sendo 100 curtas e o restante médias e longas-metragem. O público deve ficar atento porque haverá uma janela de exibição para cada um deles, geralmente de 24 horas. A programação preparada pela Universo Produção, responsável pelo evento, conta ainda com oficinas, mesas de debate, performances audiovisuais, lançamentos de livros e exposição virtual.

Segundo Lila Foster, os dados da mostra fornecem subsídios para se discutir como o cinema brasileiro reagiu frente à rarefação das políticas públicas que garantiam a produção constante do cinema brasileiro nos últimos anos. Um volume alto de editais públicos foi cancelado como resultado de uma combinação entre as dificuldades econômicas impostas pela pandemia e as opções de governos estaduais e federal mais conservadores em relação ao investimento na cultura.

“Pensávamos que teríamos menos inscrições de longas esse ano. Mas tivemos o mesmo volume. Mesmo em meio à pandemia e com todas essas mudanças, a chama do cinema brasileiro se manteve. Diante de uma certa crise, houve uma movimentação em busca de novas possibilidades”, observa a curadora.

Dois fatores são apontados pela curadoria e pela organização da Mostra de Tiradentes como decisivos para a manutenção de um número de inscrições similar ao dos anos anteriores. O primeiro deles é de ordem tecnológica. “Temos essa beleza que o digital tem proporcionado já há quase uma década. Essa ideia de que você consegue, com uma estrutura mínima, com uma câmera digital e uma ilha de edição caseira, produzir filmes”, diz Lila.

O segundo fator tem relação com a Lei Aldir Blanc, aprovada em 2020 e nomeada em homenagem ao compositor que faleceu devido a complicações da covid-19 logo no início da pandemia. Trata-se de uma ação emergencial específica para apoiar o setor cultural em meio à pandemia.

Demandada pelos artistas, ela foi aprovada no Congresso Nacional com apoio de parlamentares da base do governo e da oposição. A União ficou responsável por repassar aos estados e municípios R$ 3 bilhões, que poderiam ser empregados de diferentes formas: renda emergencial aos artistas, subsídios para manutenção de espaços, empresas e instituições culturais, editais para realização de eventos ou para produção cultural, entre outros.

Segundo um levantamento da Mostra de Tiradentes, um total de 179 dos mais de 900 curtas-metragem inscritos foram financiados com recursos da Lei Aldir Blanc, representando algo em torno de 20%. Para Raquel Hallak, diretora da Universo Produção e coordenadora-geral do evento, a ação emergencial supriu parcialmente a suspensão de editais tradicionais e contribuiu para oxigenar o mercado, financiando inclusive filmes que não foram produzidos por processos tradicionais do cinema. Ela conta que a programação reúne trabalhos com propostas bem originais.

“A Mostra de Tiradentes é um reflexo do cinema contemporâneo e revela quem está fazendo cinema, que imagens são essas que chegam até nós. Então quando falamos de cinema em transição, tratamos de um retrato do audiovisual na passagem de 2021 para 2022. Nesse contexto, tivemos tanto uma desarticulação das políticas públicas como os efeitos da pandemia, que paralisou o setor. Foi preciso se reinventar e acompanhamos toda uma mudança. Então nosso objetivo é apresentar esse cinema, que dialoga com outras artes e explora novas linguagens e estéticas”, acrescenta Hallak.

Streamings

Atualmente, falar das transformações do cinema não apenas no Brasil, mas em nível global, é necessariamente falar das plataformas de streamings. É o que aponta Lila, que diz acreditar que, diante do poderio financeiro dos grupos envolvidos, o sucesso seria alcançado de toda forma. No entanto, sugere que o isolamento social em meio à crise sanitária facilitou a entrada destas novas tecnologias em nossas vidas. “A gente aceita hoje assistir um filme online muito mais que dois anos atrás. É um dado cultural, de hábito, de prática”, pontua.

A curadora aponta que é possível discutir o fenômeno sob diversos ângulos. “Até mesmo a televisão hoje em dia está em cheque. Essa é uma mudança tecnológica e econômica em curso. E com ela, nós também percebemos uma chegada de diretores do cinema independente nesses espaços. Vamos ter debates em torno disso: como o espaço do streaming e os canais online possibilitam novas oportunidades para o cinema independente?”.

O tema é de extremo interesse para a Mostra de Tiradentes uma vez que o evento sempre se pautou pelo seu papel de estímulo às produções independentes. A Mostra Aurora, ponto alto da programação, abre espaço para trabalhos inéditos de diretores que tenham até três longa-metragens no currículo. Esse categoria específica para a valorização de novos cineastas surgiu em 2008, na 10ª edição. De lá pra cá, ela se firmou como uma das mais importantes vitrines do evento.

Neste ano, concorrem na Mostra Aurora sete títulos produzidos em cinco estados: Pernambuco, Ceará, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo Lila, a seleção reúne trabalhos que apostam no diálogo de formatos, explorando a diluição da fronteira entre ficção e documentário e a combinação de linguagens. Muitas das produções não são originárias estritamente do universo do cinema, mas envolve outros grupos e coletivos culturais, por exemplo, do teatro, das artes plásticas, etc.

Programação

A Mostra de Tiradentes foi criada em 1998 com a proposta de colaborar com o chamado “cinema de retomada”, expressão usada na historiografia para se referir ao reaquecimento da produção nacional, ocorrido na segunda metade da década de 1990. Rapidamente se consolidou como responsável por abrir anualmente o calendário audiovisual brasileiro, o que faz com que suas discussões influenciem outros festivais ao longo do ano. Com o tempo, também foi construindo sua vocação de apoio à produção independente. O evento conta com o apoio da Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais e do Ministério do Turismo, por meio de sua Secretaria Especial da Cultura.

Além da Mostra Aurora, a edição deste ano tem outras 16 categorias. Uma novidade de 2022 será o Conexão Brasil Cinemundi, uma versão itinerante do Brasil Cinemundi, iniciativa que acontece desde 2009 na capital mineira durante a Mostra CineBH, também realizada pela Universo Produção. Trata-se de um encontro internacional de coprodução, que reúne representantes da indústria mundial com interesse em coproduzir com o Brasil e conhecer pessoalmente projetos que muitas vezes não chegam até eles.

Em Tiradentes, acontecerá a categoria Work In Progress (WIP). Entre os dias 24 e 29 de janeiro serão apresentados filmes que estão na reta final para serem finalizados. “Alguns estão em processo já avançado, estudando a forma de lançamento no mercado. Outros buscando sócios e recursos para finalizar”, explica Raquel Hallak. Segundo ela, essa novidade incluída na programação da Mostra de Tiradentes veio de uma demanda da própria indústria e se alinha ao esforço que o evento vem construindo mais recentemente de projetar o cinema brasileiro para o exterior.

O homenageado deste ano é Adirley Queiróz. O cineasta de Ceilândia, no Distrito Federal, assina filmes como Dias de Greve (2009), Fora de Campo (2010), A Cidade é Uma Só? (2012), Branco Sai, Preto Fica (2014) e Era Uma Vez Brasília (2017), trabalhos que serão exibidos na programação do evento.

“Adirley é uma descoberta da Mostra de Cinema de Tiradentes. Ganhou a Mostra Aurora em 2012 e, de lá pra cá, acompanhamos sua trajetória. Escolhemos o seu nome para representar esse tempo histórico do cinema brasileiro, bem como os 25 anos do evento. Um dos melhores frutos desse período é a presença do Adirley com sua filmografia e sua genialidade”, diz Raquel Hallak.

Edição: Aline Leal

Fonte: EBC Geral

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Lula anuncia hoje quarta (15) novas medidas para ajudar a população e a reconstrução do RS

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Depois de reunião com líderes dos Três Poderes nesta terça, Lula fará sua terceira visita ao estado no mês

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retorna ao Rio Grande do Sul hoje quarta-feira (15/5). Depois de reunião ministerial na segunda-feira, ele teve nesta tarde uma conversa com representantes dos Três Poderes no Palácio do Planalto, em Brasília. Participaram o presidente da Câmara, Arthur Lira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, além dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação da Presidência).

A intenção foi fazer um alinhamento de informações e contextos para que o presidente possa fazer um novo anúncio de medidas para recuperação do estado fortemente atingido por chuvas e enchentes. O evento será a partir das 12h30 desta quarta, no auditório da Unisinos, em São Leopoldo.

Segundo o balanço publicado às 18h desta terça pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, o número de municípios afetados é de 446. São 79,4 mil pessoas em abrigos, 538 mil desalojados e 2,1 milhões de pessoas afetadas. O informe registra 149 mortes, 806 feridos e 112 desaparecidos. O número de pessoas resgatadas supera 76,4 mil, e o número de animais resgatados é de 11 mil.

Esta será a terceira visita do presidente ao estado desde o início da crise climática, no fim de abril. De lá para cá, o Governo Federal deslocou para o Rio Grande do Sul uma grande força-tarefa que envolve mais de 25 mil profissionais. Entre as funções, o salvamento e resgate de pessoas e animais, a ajuda no restabelecimento de serviços e infraestruturas danificadas, o acolhimento de desabrigados e desalojados e a logística para levar mais de 2 mil toneladas de donativos via Correios e Força Aérea Brasileira em menos de dez dias.

No plano da recuperação econômica, o Governo Federal já fez três grandes anúncios. Primeiro, de mais de R$ 50 bilhões em antecipações de pagamento de programas sociais como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada, a prioridade para os gaúchos na restituição do Imposto de Renda e novos aportes no seguro-desemprego. O anúncio também incluiu linhas especiais de crédito para setores produtivos.

No último sábado, uma Medida Provisória no valor de R$ 12,5 bilhões abriu crédito para várias áreas do Governo Federal e garantiu a sequência dos trabalhos federais no estado. A MP também contempla medidas já anunciadas referentes a linhas de crédito (FGI, FGO, Pronampe e Pronaf/Pronamp), às medidas de apoio à segurança alimentar (Programa de Aquisição de Alimentos e cestas básicas), abrigamento e parcela extra do SUAS, parcelas extras do seguro desemprego, serviços para a saúde primária, especializada e vigilância epidemiológica, assistência farmacêutica e contratação temporária de profissionais e também para a importação de 100 mil toneladas de arroz.

Na segunda-feira, o Governo Federal anunciou a suspensão por três anos da dívida que o Rio Grande do Sul tem com a União, liberando R$ 11 bilhões para um fundo para a reconstrução do estado. Além disso, R$ 12 bilhões referentes a juros do estoque total da dívida serão perdoados. As medidas foram dispostas em projeto de lei complementar encaminhado ao Congresso Nacional pelo presidente Lula.

Confira as atualizações de algumas das frentes de trabalho do Governo Federal no Rio Grande do Sul nesta terça-feira, 14 de maio:

NOVO PORTAL – O Governo Federal lançou nesta terça-feira um novo portal destinado a concentrar informações, serviços e notícias referentes ao apoio prestado ao Rio Grande do Sul em decorrência da tragédia climática causada pelas fortes chuvas. A ferramenta integra iniciativas relativas à atuação dos ministérios e demais órgãos envolvidos na força-tarefa federal de apoio ao Rio Grande do Sul e apresenta dados atualizados sobre o repasse de recursos da União para o estado e seus municípios.O portal ainda traz informações sobre doações, com orientações àqueles que querem ajudar as famílias gaúchas sobre o que doar e como doar. Além disso, reúne notícias atualizadas sobre o trabalho realizado pelas equipes do Governo Federal no estado e nos municípios junto às famílias e na recuperação da infraestrutura danificada pela tragédia.

BANCOS MULTILATERAIS – Grandes bancos multilaterais, como NDB, CAF, BID e Banco Mundial, anunciaram a destinação de recursos para o Rio Grande do Sul enfrentar as consequências da calamidade pública ocasionada pelas fortes chuvas e inundações que atingem o estado há duas semanas. Somado, o montante separado por essas instituições financeiras ultrapassa R$ 15,6 bilhões. Nesta terça-feira, 14 de maio, Dilma Rousseff, presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como Banco do BRICS, e ex-presidenta da República, anunciou que irá destinar cerca de R$ 5,75 bilhões para a reconstrução do Rio Grande do Sul. A ajuda financeira foi definida após conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador do estado, Eduardo Leite.

NOVO PAC – O ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou nesta terça-feira que, nas próximas semanas, o Governo Federal abrirá uma seleção de projetos específica para o Rio Grande do Sul. O processo de seleção deve ocorrer por meio do Novo PAC, que na última semana anunciou investimentos da ordem de R$ 1,4 bilhão para o estado gaúcho, sendo R$ 152 milhões para obras de encostas em Porto Alegre e Santa Maria. Todos os municípios gaúchos poderão solicitar ao Governo Federal a reconstrução de edificações públicas, como hospitais, creches e escolas que foram destruídas pelas chuvas dos últimos 15 dias.

CESTAS DE ALIMENTOS – Segundo a atualização desta terça do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), das 52 mil cestas adquiridas num primeiro momento à população, 19,8 mil já foram entregues na Unidade Armazenadora da Conab em Canoas. Outras 5,5 mil toneladas estão em trânsito e mais de 12,2 toneladas já foram distribuídas. Pelo menos mais 95 mil cestas serão adquiridas com recursos da MP publicada no sábado. Além disso, será adquirido arroz e feijão por meio do Programa de Aquisição de Alimentos para distribuição às cozinhas solidárias e famílias afetadas. Cada cesta tem 21,5kg de alimentos e é composta de oito itens: arroz (10 kg), feijão carioca (3 kg), leite em pó integral instantâneo (2 kg), óleo de soja (900 ml), farinha de trigo (1 kg) ou farinha de mandioca (1kg), macarrão espaguete comum (1 kg), fubá de milho (1 kg), açúcar cristal (1 kg), sardinha em óleo comestível (500 g) e sal refinado e iodado (1 kg).

CONSUMIDOR – A Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública coordenou reunião virtual com o Procon estadual e os Procons municipais do Rio Grande do Sul. Em debate, os procedimentos para lidar com os impactos da tragédia e garantir a proteção dos direitos dos consumidores. Com cerca de 400 municípios atingidos pelas chuvas e enchentes no estado, o poder público e as instituições estão unidos para preservar vidas e recuperar os setores produtivos do Rio Grande do Sul. Representantes dos Procons municipais apresentaram as situações enfrentadas e as práticas adotadas. O Procon de Porto Alegre chamou atenção para o excesso de demandas da enchente e a ausência de uma sede, que foi inundada pelas águas das chuvas. A representante do Procon Viamão comentou sobre práticas abusivas em postos de combustíveis e as ações adotadas, que podem servir de referência.

SAQUE CALAMIDADE – A Caixa Econômica Federal liberou o saque calamidade do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) a trabalhadores de 28 municípios gaúchos atingidos pelas fortes chuvas. O saque calamidade permite ao cidadão tirar até R$ 6.220 de cada conta de sua titularidade no FGTS, limitado ao saldo disponível, por motivo de necessidade pessoal, urgente e grave em caso de desastre natural que tenha atingido sua residência, após declaração oficial da Defesa Civil de seu município. Estão contemplados os municípios de Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Arroio do Meio, Harmonia, Lajeado, São Leopoldo, Agudo, Anta Gorda, Bom Retiro do Sul, Candelária, Encantado, Esteio, Farroupilha, Feliz, Guaíba, Jaguari, Nova Palma, Nova Santa Rita, Portão, Porto Alegre, Porto Xavier, Rolante, Santa Tereza, São Marcos, São Sebastião do Caí, Sobradinho, Taquara e Triunfo.

HOSPITAIS DE CAMPANHA – O Ministério da Saúde iniciou nesta terça os atendimentos no hospital de campanha de Porto Alegre. A estrutura funcionará 100% com recursos da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Grupo Hospitalar Conceição (GHC). Com seis médicos, três enfermeiros e oito técnicos, a estrutura receberá pacientes 24h e tem capacidade para 200 atendimentos diários. Com a abertura da unidade, o ministério passa a operar dois hospitais de campanha, levando em consideração o que já está instalado em Canoas. Mais um está em fase de montagem em São Leopoldo, distante 40 quilômetros da capital. Outra estrutura será instalada em cidade a ser definida.

MEDICAMENTOS – O Ministério da Saúde já enviou um total de 25 toneladas de medicamentos e insumos para o Rio Grande do Sul. O objetivo é manter o estado abastecido durante a calamidade provocada pelas severas enchentes dos últimos dias. Cem kits de medicamentos e insumos – com capacidade para atender a até 1.500 pessoas durante um mês – chegaram nos últimos dias ao estado. Conhecido como kit emergencial, ele é composto por oito caixas que, somadas, pesam 250 kg. Além de remédios, o conjunto inclui também luvas, seringas, ataduras, etc.

IMUNOGLOBULINA — O Programa Nacional de Imunizações (PNI) enviará, nesta semana, 600 doses de imunoglobulina à população do Rio Grande do Sul. As imunoglobulinas são proteínas utilizadas pelo organismo para combater um determinado antígeno, como vírus e bactérias, por exemplo. Além disso, o Ministério da Saúde também vai destinar 1,1 mil frascos de soro; 416 mil doses de vacinas contra hepatite A, raiva, poliomielite e influenza, e 134 mil doses de covid-19.

2 MIL TONELADAS ENTREGUES – As mais de 10 mil agências dos Correios espalhadas pelo Brasil estão recebendo doações de forma gratuita. As pessoas podem doar itens como água (prioritário), alimentos da cesta básica, material de higiene pessoal, material de limpeza seco, roupas de cama e de banho e ração para pet. O material também é transportado pelos Correios até o estado gaúcho por meio de suas carretas e sem nenhum custo para quem faz a doação. Até o momento, mais de 6.500 toneladas de donativos foram recebidas pelas agências dos Correios. Dessas, 2 mil toneladas foram entregues aos gaúchos e o restante está a caminho.

VOLUNTARIADO – Os Correios também estão recrutando voluntários para auxiliar na triagem de doações destinadas ao Rio Grande do Sul nos estados de São Paulo, Paraná e Distrito Federal. Mais de mil voluntários já se inscreveram. O apoio é necessário nos municípios paulistas de Cajamar e Guarulhos; nas cidades paranaenses de Curitiba, Cascavel e Londrina; e no Setor de Oficinas Sul, em Brasília/DF. As inscrições podem feitas pelos e-mails [email protected] (Brasília) e [email protected] (Paraná), e pelo formulário https://forms.office.com/r/aWbDzJ2Ac1 (São Paulo), e devem conter nome completo e telefone de contato. Informações e dúvidas sobre a atuação de voluntariado também podem ser enviadas a esses e-mails.

ENERGIA – O número de unidades consumidoras de energia desligadas no Rio Grande do Sul chegou a 561 mil no pior momento da crise. Nesta terça-feira, segundo informações das concessionárias Equatorial CEEE-D, RGE e CERTEL, havia 267 mil unidades desligadas, uma recomposição de 52% no fornecimento. Há, ainda, 260 mil unidades com impedimento de acesso em 162 municípios impactados pelas chuvas.

DEFESA CIVIL – Segundo informações do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, 214 planos de trabalho de 146 municípios já foram aprovados junto à Defesa Civil Nacional. Eles totalizam R$ 163 milhões. Entre eles, há 80 planos de assistência humanitária, 52 de restabelecimento de serviços e estruturas e sete para reconstrução.

FORÇAS ARMADAS – Segundo a totalização desta terça-feira, mais de 69 mil pessoas e dez mil animais foram resgatados no âmbito da Operação Taquari 2, que envolve 25 mil militares das Forças Armadas e das forças policiais. Os militares atuam em ações de resgate aéreo, terrestre e fluvial, nas buscas por desaparecidos, no apoio em comunicações, na desobstrução de vias, limpeza de entulhos, além de separação e entrega de donativos. Na área de saúde, montaram sete hospitais de campanha. O apoio logístico conta com 330 embarcações, cinco navios, 208 embarcações, 4.500 viaturas, 70 aeronaves, 48 aeronaves militares, 90 equipamentos de engenharia e um efetivo que supera os 22 mil militares mobilizados.

RODOVIAS FEDERAIS – Segundo balanço publicado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o DNIT atua em 58 pontos nas rodovias do estado. Em 26 há bloqueio total. Em cinco, bloqueios parciais e 27 foram liberados. Os novos trechos liberados nesta quarta incluem a BR 116 nos KM 185 (Picada Café e Nova Petrópolis) e km 192, entre as duas mesmas cidades. Três trechos da BR 158, dois em Itaara e um em Santa Maria, também foram liberados, assim como a interdição no km 326, entre São Sepé e Santa Maria, na BR 392.

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