Geral
Hospital de Base aumenta em 45% o número de transplantes de córneas
O Hospital de Base (HBDF) realizou com sucesso 55 transplantes de córneas entre janeiro e agosto deste ano, 17 (45%) a mais do que executou em 2020, quando fez 38 procedimentos desse gênero. Foi o que informou nesta terça-feira (21) a Central de Transplantes da Secretaria de Saúde (SES), depois de mais um bem-sucedido transplante de córneas no hospital, que desta vez beneficiou o lavrador baiano Cândido Ferreira dos Santos, 70 anos.
Ele havia perdido a visão do olho esquerdo por causa de uma infecção chamada úlcera na córnea. A visão poderia ser recuperada se recebesse nova córnea, mas existia o risco de perder totalmente a visibilidade. Santos então recorreu a uma unidade administrada pelo Instituto de Gestão Estratégia de Saúde (IGESDF) que é referência nacional em transplantes de córneas (tecido) e órgãos (rins): o Hospital de Base.
No início de agosto, Santos foi internado no Hospital de Base depois de percorrer de ônibus os 674 quilômetros que separaram Bom Jesus da Lapa (BA), onde mora, de Brasília. A equipe de oftalmologia do HBDF começou o tratamento com antibióticos para combater a infecção, mas não resolveu. Então, em setembro, Santos foi inserido na lista de transplantes e no dia 12 recebeu a notícia de que seria operado. No dia 13, aconteceu o transplante.
Os oftalmologistas Fábio Carvalho e Rogério Nóbrega, auxiliados por dois anestesistas, um enfermeiro e um técnico de enfermagem, trabalharam por quase duas horas. O transplante foi um sucesso. A equipe médica comemorou com euforia porque a operação aconteceu em pleno “Setembro Verde”, mês dedicado a campanhas que alertam para a importância da doação de órgãos e tecidos. Um dia depois da cirurgia, Santos recebeu alta do HB, mas continuou sob observação.
A captação ocorre entre seis e 12 horas depois da parada cardíaca do paciente. Em seguida, o tecido é armazenado no Banco de Olhos, onde fica devidamente preservado até que seja encaminhado para algum hospital, público ou privado, especializado em transplante de córneas
Gratidão à família do doador
Uma semana depois do transplante, Cândido Santos continua reagindo bem. “Mesmo assim, ainda é cedo para dizer se ele vai conseguir recuperar a visão”, alerta Carvalho. “Tudo vai depender das respostas que ele tiver ao tratamento”.
Feliz com o resultado, Santos é só gratidão. “Foram mais de dois meses sentindo dores intensas no meu olho”, relata. “Graças à caridade de uma família, que mesmo na dor autorizou a doação da córnea de um ente querido, meu sofrimento acabou”.
Angela Maria dos Santos, 48 anos, filha do lavrador, também agradeceu à família do doador e a todos que estão ajudando o pai dela a recuperar a visão. “Estamos muito felizes com todo o cuidado que recebemos em Brasília”, declarou.
Cada cirurgia de córnea realizada pelo Hospital de Base envolve diversos procedimentos e setores da saúde pública do DF. Tudo começa pela Central de Captação de Órgãos e Tecidos, que, após autorização de familiares de um paciente falecido, retira as córneas do doador.
A captação ocorre entre seis e 12 horas depois da parada cardíaca do paciente. Em seguida, o tecido é armazenado no Banco de Olhos, onde fica devidamente preservado até que seja encaminhado para algum hospital, público ou privado, especializado em transplante de córneas.
Na rede privada, esse tipo de transplante custa entre R$ 15 e 20 mil. Pelo Sistema Único de saúde (SUS), na rede pública o paciente beneficiado não paga um centavo.
O que é a córnea?
A córnea é um tecido translúcido localizado na superfície do olho para proteger os olhos e possibilitar a visão. Quando afetada por infecções, alergias ou perfurações oculares, a visão fica comprometida. Em muitos casos, para salvar a visão é necessário substituir a córnea doente por outra saudável.
“O transplante é a última opção de tratamento”, explica o oftalmologista Fábio Carvalho. “Primeiro, fazemos várias tentativas, como a utilização de colírios com antibiótico, para recuperar a córnea danificada. Não havendo solução, então a última alternativa é o transplante”.
O transplante de córnea pode ser indicado em casos em que o tecido apresenta alterações na transparência devido a inchaços, cicatrizes e opacidades; na curvatura ou perfuração com perda de tecido da córnea.
*Com informações do Iges-DF
Geral
Ministério da Saúde já enviou 25 toneladas de medicamentos e insumos para atender população gaúcha
Ministério da Saúde já enviou um total de 25 toneladas de medicamentos e insumos para o Rio Grande do Sul. O objetivo é manter o estado abastecido durante a calamidade provocada pelas severas enchentes dos últimos dias.
A informação foi divulgada na tarde desta segunda-feira, 13 de maio, no Hospital Conceição, em Porto Alegre, durante entrevista coletiva para rádios regionais.
Cem kits de medicamentos e insumos – com capacidade para atender a até 1.500 pessoas durante um mês – chegaram nos últimos dias ao estado. Conhecido como kit emergencial, ele é composto por oito caixas que, somadas, pesam 250 kg. Além de remédios, o conjunto inclui também luvas, seringas, ataduras, etc.
Vale destacar que o volume não considera outros repasses de medicamentos, vacinas e insumos que estão sendo enviados para repor os estoques perdidos com as enchentes e os que já estavam previstos na rotina. A título de comparação, em todo o ano passado, foram distribuídos 106 kits para emergências no Brasil.
Durante o balanço, o secretário de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço, detalhou a operação de hospitais de campanha no estado. Foi confirmado que a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) irá operar quatro hospitais de campanha no estado.
Um já funciona em Canoas, outro está sendo montado na capital gaúcha e um terceiro em São Leopoldo. A destinação da quarta unidade ainda será definida. Desde o início da calamidade no Rio Grande do Sul, o Ministério da Saúde já enviou recursos para 246 unidades de assistência.
ALERTA PARA GRIPE — O diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública (Desp) do Ministério da Saúde, Márcio Garcia, fez um alerta para doenças respiratórias. Com as aglomerações em abrigos e a temperatura baixando, a preocupação é com o aumento do número de casos de gripe e covid-19.
“A combinação é favorável para o aumento dessas doenças. As pessoas vacinadas vão estar mais protegidas. Diminuem as chances de adquirir a doença ou de evoluir para um caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave”, frisou.
NÚMEROS — Veja a seguir alguns números das ações no RS apresentadas durante a coletiva:
Balanço de atendimentos
- Total: 1.600 / Hospital Campanha (HCamp) de Canoas: 1034
- Equipes volantes: 548
- Encaminhamento ou transferência para outra unidade: 57
- Remoções aéreas: 25
- Atendimentos psicossociais: 22
Força de trabalho:
- 134 profissionais em atuação;
- 6 equipes volantes (13 enfermeiros + 9 médicos);
- 15 equipes aeromédicas (15 enfermeiros + 15 médicos);
- 62 profissionais no HCamp;
- 19 profissionais de gestão;
- 1 equipe psicossocial (5 psicólogas)
Recursos aplicados:
- Medida provisória (MP) de liberação de crédito extraordinário, editada pelo presidente Lula, no domingo (12), traz a liberação de R$ 861 milhões para ações de saúde primária e especializada, vigilância epidemiológica, assistência farmacêutica e contratação temporária de profissionais;
- Antecipação de R$ 40 milhões para compra de medicamentos;
- Antecipação do pagamento do piso aos profissionais de enfermagem do estado. O total do repasse é de R$ 30 milhões;
- Repasse, em parcela única, de R$ 63,1 milhões do Fundo Nacional de Saúde à Secretaria Estadual de Saúde e aos fundos municipais de saúde do Rio Grande do Sul;
- Liberação, de forma imediata, no dia 6 de maio, de R$ 534 milhões em emendas individuais de congressistas do Rio Grande do Sul para auxiliar os municípios do estado afetados pelas enchentes. As emendas estavam alocadas na área da Saúde.
IMUNOGLOBULINA — O Programa Nacional de Imunizações (PNI) enviará, nesta semana, 600 doses de imunoglobulina à população do Rio Grande do Sul. As imunoglobulinas são proteínas utilizadas pelo organismo para combater um determinado antígeno, como vírus e bactérias, por exemplo.
Além disso, o Ministério da Saúde também vai destinar 1,1 mil frascos de soro; 416 mil doses de vacinas contra hepatite A, raiva, poliomielite e influenza, e 134 mil doses de covid-19. A destinação de todos esses insumos foi debatida, nesta segunda-feira (13), durante reunião de monitoramento do Centro de Operações de Emergência (COE) para chuvas intensas e inundações na Região Sul.
“Neste momento, as síndromes respiratórias também passam a ser um problema. Por isso, estamos focados em proteger a população gaúcha. Precisamos de uma ação ativa para vacinar inclusive dentro dos abrigos”, afirmou, na reunião, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.
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